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Repórter Brasília
Edgar Lisboa

Edgar Lisboa

Publicada em 17 de Abril de 2024 às 16:57

Crise diplomática na América Latina é generalizada

Ariane Roder, cientista política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Ariane Roder, cientista política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Coppead UFRJ/Divulgação/JC
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"A polarização que vemos no Brasil está esparramada por toda América Latina", afirmou Ariane Roder (foto), cientista política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em Relações Internacionais, em entrevista ao Jornal da CBN. Ela destacou que "a América Latina vive um período de diversas crises ao mesmo tempo".
"A polarização que vemos no Brasil está esparramada por toda América Latina", afirmou Ariane Roder (foto), cientista política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em Relações Internacionais, em entrevista ao Jornal da CBN. Ela destacou que "a América Latina vive um período de diversas crises ao mesmo tempo".
Disputa política ideológica
"A América Latina está passando por bastante conturbações. Isso não é de hoje, basicamente, e a raiz da questão é uma espécie de transbordamento das disputas políticas ideológicas dos países para o ambiente internacional", disse.
Fator Venezuela
Ariane Roder avalia que o que se pode dizer de mais grave é o fator Venezuela. "Você tem a questão do Nicolás Maduro, repentinamente, teve um problema lá impedindo a oposição de se candidatar, e isso tem gerado uma série de conturbações".
Diálogo com a oposição
"No final do ano passado, Maduro assinou um acordo se comprometendo a dialogar com a oposição, só que o que a gente avista agora, é um impedimento dessa oposição de se candidatar nas próximas eleições na Venezuela", pontuou Ariane Roder.
Governo de esquerda
Na opinião da especialista, "de certo modo, isso pressionou outros governos de esquerda da região, como é o caso do próprio presidente Lula, do Brasil; como é o caso do presidente Gustavo Petro, da Colômbia, para se pronunciar. Seja favorável ou contrário à questão do Maduro".
Fortalecimento da direita
Ambos, tanto Lula, como Petro, se pronunciaram com preocupação em relação a esse cenário, o que gerou um constrangimento e um enfraquecimento da esquerda. Tem um outro fator aí por trás de todos esses acontecimentos recentes, que é o fortalecimento da direita na América Latina.
Avanço da 'bukelização'
A especialista em relações internacionais afirmou que existe o que chamam de 'bukelização' na América Latina. "O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, tem conseguido repercussão internacional. Ele é representante da extrema direita, e tem gerado índices bastante favoráveis em termos de diminuição dos índices de criminalidade no País; isso tem repercutido e ganhado voz e coro na região".
Impedir disseminação da direita
Para Ariane Roder, "parte desse encontro entre Lula e Petro tem também correlação da esquerda na América Latina, de modo a impedir a disseminação dessa direita mais radical, na região, representada pelo Bukele, pelo Milei (Argentina). Ou seja, por representantes que têm trazido esses constrangimentos", avaliou.
Autoritarismo e desinformação
"Resolução do TSE traz o autoritarismo sob a desculpa de desinformação", alertou o senador Izalci Lucas, (ex-tucano, hoje PL-DF), em discurso no plenário do Senado.
Insulto à inteligência
Na opinião do novo bolsonarista, "a resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que valerá para as eleições municipais deste ano é um insulto à inteligência coletiva e à maturidade cívica, sugerindo que a tutela estatal é preferível à liberdade individual".
 

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