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Repórter Brasília
Edgar Lisboa

Edgar Lisboa

Publicada em 11 de Março de 2024 às 20:00

'Imposto do Pecado' atinge alimentos ultraprocessados

Deputado federal gaúcho Pedro Westphalen diz que governo Lula tem "fome de arrecadação"

Deputado federal gaúcho Pedro Westphalen diz que governo Lula tem "fome de arrecadação"

Julia Prado / Câmara dos Deputados/JC
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As frentes parlamentares do setor produtivo estão articulando pelo menos quatro propostas relacionadas à regulamentação da reforma tributária. A principal medida trata do imposto seletivo, apelidado de "Imposto do Pecado", focado em produtos que fazem mal à saúde, a exemplo do cigarro e bebidas alcoólicas. No entanto, o governo pretende aplicar esta taxação diferenciada também sobre os alimentos ultraprocessados.
As frentes parlamentares do setor produtivo estão articulando pelo menos quatro propostas relacionadas à regulamentação da reforma tributária. A principal medida trata do imposto seletivo, apelidado de "Imposto do Pecado", focado em produtos que fazem mal à saúde, a exemplo do cigarro e bebidas alcoólicas. No entanto, o governo pretende aplicar esta taxação diferenciada também sobre os alimentos ultraprocessados.
Fome de arrecadação
O deputado federal gaúcho Pedro Westphalen (PP, foto) "vê o governo com fome de arrecadação". Ele disse ao Repórter Brasília que "a reforma tributária não pode ser um instrumento para aumentar a arrecadação do governo, mas sim para simplificar o pagamento dos tributos". Na opinião do parlamentar, "está acontecendo o que sempre temíamos, uma vez que o governo teve um déficit imenso no ano passado. Estamos vendo manobras todos os dias para aumentar a tributação".
Diminuir os gastos
"É um governo que gasta muito e gasta mal, e precisa aumentar a arrecadação de qualquer maneira. Não é assim que vai conseguir equilibrar as contas do País, não há necessidade de taxar os ultraprocessados. O que tem que fazer é diminuir os gastos do governo", aconselha o parlamentar.
Desburocratizar a tributação
No entendimento do deputado Westphalen, "a reforma tributária não pode servir para isso. A reforma tributária é para simplificar a maneira de tributação, desburocratizar a tributação". O parlamentar alerta dizendo que "tem que ter muita atenção, porque na realidade o que foi aprovado foi uma carta de intenções, e agora, com esses projetos de leis complementares, temos que ter cuidado com as vírgulas. As vírgulas acabam com o texto".
Tributação extra
Uma minuta de projeto de lei está sendo costurada por representantes da indústria de ultraprocessados, com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo, para evitar a tributação extra. O setor alega que a sociedade precisa ser questionada se quer pagar mais por alimentos que são consumidos no dia a dia, a exemplo de embutidos e produtos com excesso de açúcar e sal.
Discussão com o Congresso
Consultor político e integrante do Instituto Unidos pelo Brasil, João Henrique Hummel ressalta que, para cada produto a ser taxado com imposto seletivo, a proposta prevê que o governo formule um projeto de lei. "O imposto seletivo não pode ser discutido de forma direta para tudo. Temos de fazer estudo para cada produto e quais metas de redução do consumo desses produtos. E essa é uma discussão com o Congresso, não pode ser determinada pelo governo", destacou.
Cesta mínima
O setor de supermercados agiu rápido e apresentou uma nova cesta básica nacional com imposto zero para produtos saudáveis. Também adequados em termos de taxas nutricionais, de acordo com a proposta. Para o setor, "a cesta não pode ser vista como 'cesta mínima'. Ela tem que ter um conjunto diversificado de produtos".
Isenção de 17 produtos
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) sugere 17 categorias de alimentos, incluindo carnes, peixes, ovos, mel, cereais, laticínios, frutas, hortaliças, massas e farinhas, a ficarem isentas de imposto. A minuta foi apresentada ao grupo de trabalho responsável pela regulamentação.
 

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