Formar uma base de apoio mais sólida no Congresso continua sendo o grande desafio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto isso não ocorre, os impasses entre Palácio do Planalto e Parlamento paralisam a agenda legislativa. As negociações, principalmente com o Centrão, deixam o governo meio que refém. O apetite do bloco informal parece insaciável, consideram alguns parlamentares.
Pauta econômica
A oposição, por sua vez, considera que o governo ainda não fortaleceu sua base no Parlamento, e prepara uma nova investida, buscando a obstrução da pauta econômica.
Aumento de arrecadação
O governo quer aprovar logo os projetos de tributação que garantam os investimentos nas pautas propostas de offshores e, também, o marco de garantias, de olho no aumento da arrecadação.
Dinheiro para bancar os programas
O deputado federal gaúcho Elvino Bohn Gass (PT) disse ao Repórter Brasília que "o Brasil está com a economia crescendo, os programas sociais anunciados, mas precisa ter dinheiro para bancar os programas". O parlamentar destacou: "fizemos a reforma tributária no primeiro semestre, que trata mais sobre tipificação e consumo, e, agora, temos as grandes empresas, os fundos exclusivos, offshores, que não pagam".
Taxar grandes fortunas
Para Bohn Gass, "a colaboração do Congresso Nacional é com o País, não com o governo. O Centrão precisa aprovar a proposta de taxar as grandes fortunas, não tem outra coisa; tem de decidir isenções fiscais, liberação de dinheiro, e fazer o discurso que tem que ter equilíbrio nas contas, isso é uma contradição". Na opinião do deputado petista, "o governo está fazendo a sua parte, falta o Congresso fazer a sua".
'Não tirar de quem tem'
"A esquerda tem que aprender a não tirar de quem tem e dar a quem não tem", sintetizou o deputado bolsonarista gaúcho Bibo Nunes (PL).
Poder de articulação
Nos bastidores, líderes de oposição afirmam que este será um teste para mostrar o real poder de articulação das parcerias do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional.
Mais espaço na Esplanada
Com a pressão para que as bancadas sejam contempladas com posições no governo, mesmo depois de ganhar o Ministério do Esporte, desalojando Ana Moser, o PP continua a ser um partido dividido, mas com muita disposição de ocupar espaço na Esplanada dos Ministérios.
Decisões monocráticas
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG, foto), por sua vez, começou a tocar pautas que têm a ver com limitar o poder do Supremo. Na onda de bater rápido nos ministros da corte, todo mundo viu, na última semana, o aliado de Pacheco, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) que em 40 minutos leu a pauta, votou, encerrou o assunto e mandou para o plenário uma emenda constitucional que limita o poder dos ministros do Supremo, de pedir vistas e de dar as chamadas decisões monocráticas".
Inelegibilidade de Bolsonaro
O Tribunal Superior Eleitoral começa a julgar a partir de hoje ações sobre irregularidades que teriam sido cometidas durante a campanha eleitoral do ano passado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).