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Repórter Brasília

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- Publicada em 31 de Maio de 2023 às 20:03

Lula facilita críticas da oposição

Após oito anos, presidente venezuelano voltou a ser recebido no País

Após oito anos, presidente venezuelano voltou a ser recebido no País


EVARISTO SA/AFP/JC
Não bastassem os graves problemas de relacionamentos institucionais com os parlamentares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu incluir mais uma confusão na sua conturbada agenda de governo.
Não bastassem os graves problemas de relacionamentos institucionais com os parlamentares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu incluir mais uma confusão na sua conturbada agenda de governo.
Reaproximação necessária
Lula fez muito bem em reunir os países sul-americanos para uma reunião de integração. Afinal, as relações bilaterais com nossos vizinhos foram destroçadas no governo anterior. Agora, Lula foi além do ato de praticar uma política de boa vizinhança, pois reativando o diálogo, procura mostrar ao mundo a importância do fortalecimento da unidade do continente.
Modelo fracassado
Porém, uma coisa é a relação diplomática com um país que tem 2 mil quilômetros de fronteira com o Brasil. Outra, é a reaproximação exagerada com o ditador Nicolás Maduro (foto), cujo exemplo Jair Bolsonaro (PL) tentou seguir para governar, isto é, sem instituições. Porém, fracassou, sabemos todos. E a derrota do ex-presidente ocorreu, também, pela atuação e discursos de Lula em defesa daquilo que há muito falta à Venezuela, a democracia e o respeito aos direitos humanos.
Comportamento exagerado
Lembram todos que Maduro enfraqueceu as instituições em seu país para se perpetuar no poder. Exatamente como Bolsonaro tentou fazer por aqui, repito. Por isso, estranha-se o comportamento exagerado de Lula na recepção ao ditador de um país onde relatórios de organismos internacionais se reportam à falta de liberdade, tortura sistematizada e até mortes dos que se atrevem, ideologicamente, acabar com um governo que não respeita as normas básicas da civilidade democrática.
Oposição agradece
Sem dúvida, essa recepção com pompas e tapetes vermelhos a Maduro foi inadequada e inoportuna. E, por extensão, prato cheio para a oposição se deliciar, principalmente porque foi esse modelo que Lula combateu para derrotar a Bolsonaro.
Quem é o conselheiro?
Não fosse por essa recepção festiva a um ditador, é preciso lembrar que em cinco meses de governo o presidente Lula já manteve 30 reuniões com líderes estrangeiros. Estranhamente, porém, reuniu-se apenas em nove ocasiões com parlamentares aliados. Se o Brasil está voltando a se fortalecer nas relações internacionais - e de fato, isso é indispensável -, estranhamente o governo atual enfraquece nas relações institucionais com o Parlamento, justamente onde está a maior pedra no sapato do seu governo. Por tudo isso, cabe a pergunta: afinal, com quem Lula está se aconselhando para escolher esse caminho extremamente perigoso?
Cenas 'vergonhosas'
Na opinião do deputado federal Daniel Freitas (PL-SC), "a recepção honrosa ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi uma das cenas mais vergonhosas da história brasileira". O parlamentar argumenta que "prestar continência a uma das figuras mais cruéis da política mundial, diminui a importância do Brasil". De acordo com Daniel Freitas, "além de liderar uma ditadura que levou seu povo à miséria, Maduro acumulou uma dívida bilionária com o Brasil ao não pagar os empréstimos concedidos pelo BNDES à Venezuela".