Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), o placar da votação no marco fiscal na Câmara dá confiança ao governo para avançar na reforma tributária ainda neste primeiro semestre. Já na visão de alguns parlamentares, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, e um projeto não está atrelado ao outro; como pondera o deputado federal gaúcho Lucas Redecker (PSDB).

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Congresso está "dando oportunidades" para que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se estruture e viabilize seus projetos. O poderoso comandante do Centrão ressaltou, no entanto, que "o Congresso Nacional conquistou maior protagonismo nos últimos anos - e que, na visão dele, o governo precisa melhorar as condições de negociação com o Parlamento". Arthur Lira tem elogiado a negociação do arcabouço fiscal - e vem criticando a tentativa do governo de revisar temas já aprovados pelo Congresso nos quatro anos anteriores. Um dos exemplos é a privatização da Eletrobras.

Para o deputado Lucas Redecker (foto), "é necessário primeiro entender qual é a reforma tributária que o governo propõe, principalmente, qual a proposta do relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB)". Na opinião do congressista, "cada parlamentar tem uma reforma na cabeça. Temos que ter um conjunto de propostas que a gente consiga desburocratizar e tornar a nossa teia tributária mais fácil".

No entendimento de Redecker, "uma coisa não está atrelada a outra. Ao contrário, entendo que cada pauta tem sua peculiaridade, sua importância, e terá que ser debatida individualmente; até porque, há pouco o governo teve a PEC das Fake News derrotada, agora teve o arcabouço aprovado. Por isso, não tem nada a ver uma coisa com a outra".

Lucas Redecker defende que na reforma tributária sejam unificados os impostos, mas com cuidado. "Tem que ter cuidado, porque unificando impostos municipais, estaduais e federais tem que ver o quanto isso pode prejudicar as receitas de municípios e estados. Nossa matriz tributária tem que ficar mais limpa, menos burocrática", pondera.

"Se formos comparar hoje o Brasil com outros países, principalmente, nas empresas, temos uma estrutura tributária e um custo gigantescos. Temos que ter a unificação de impostos: federais unificados, estaduais unificados e municipais unificados; cada um na sua seara", conclui Redecker, cuja principal base política é o Vale dos Sinos, região de inúmeras empresas de diversos setores, principalmente o calçadista.