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Coluna

- Publicada em 10 de Março de 2011 às 00:00

Comissão da Verdade


Jornal do Comércio
Dois gaúchos estão no meio do fogo cruzado da Comissão da Verdade. A presidente Dilma Rousseff (PT) determinou prioridade. A ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT), já na posse, foi direta ao assunto.
Dois gaúchos estão no meio do fogo cruzado da Comissão da Verdade. A presidente Dilma Rousseff (PT) determinou prioridade. A ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT), já na posse, foi direta ao assunto.
Apelou aos deputados que o Congresso Nacional analisasse a criação da Comissão da Verdade para que o
"Estado brasileiro resgate sua dignidade em relação aos mortos e desaparecidos da ditadura".
As Forças Armadas resistem ao projeto e elaboraram um documento com pesadas críticas à proposta, que foi entregue ao também gaúcho ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB).
No documento os militares afirmam que a instalação da comissão "provocará tensões e sérias desavenças ao trazer fatos superados à nova discussão". O texto elaborado pelo Comando do Exército com a adesão da Aeronáutica e da Marinha afirma ainda que "vai se abrir uma ferida na amálgama nacional" e o que se está querendo é "promover retaliações políticas".
O Rio Grande do Sul é um estado com uma enorme presença militar até mesmo pela extensão de suas fronteiras. Prova disso é que durante o período de exceção tivemos três presidentes militares gaúchos: Costa e Silva (Taquari); Garrastazu Medici (Bagé) e Ernesto Geisel (Bento Gonçalves).
Enfim, sejam quais forem as palavras utilizadas no documento pretendido pelo governo federal e contestado pelos militares, foi criada uma situação desconfortável para os dois ministros do Rio Grande do Sul: Nelson Jobim (Santa Maria) e Maria do Rosário (Veranópolis).
Último capítulo
No Congresso Nacional, o deputado federal Osmar Terra (foto), do PMDB, acredita que a Comissão da Verdade vai acontecer de "qualquer jeito", mas que não deve tocar em "medidas legais, aprovadas na transição", como a Lei da Anistia. "É um capítulo encerrado na história. Ficar remoendo isso não faz sentido", diz. Mas ele acredita que as forças armadas têm a obrigação de revelar onde estão os mortos e desaparecidos da ditadura. "Coloco-me no lugar dos familiares que perderam um ente querido e não sabem nem onde estão os restos mortais." Para ele, assim que os militares deixarem de lado as preocupações de que a comissão os exporia a constrangimentos, "esse capítulo da história se encerraria definitivamente".
Reunião com sindicalistas
A presidente Dilma Rousseff (PT) chamou as centrais sindicais para conversar amanhã e o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, já adiantou que a pauta da conversa é "livre". "Se é livre, vamos pôr nossa pauta na mesa", adiantou o deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS), que afirmou que as prioridades das centrais são a correção da tabela do Imposto de Renda, o fim do fator previdenciário e uma política de benefícios para aposentados. O senador Paulo Paim (PT) acredita que, além desses temas, mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, devem entrar na discussão. E como a pauta é livre, "a tendência é que a reunião seja longa". Paim afirma que essa reunião é uma continuação das negociações que o governo fez para aprovar o salário-mínimo de R$ 545,00. "A presidente está cumprindo a palavra, inclusive uma promessa que fez para mim." A redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, entretanto, não deve entrar em pauta. "É mais uma questão de diálogo entre empresários e parlamentares do que do Executivo", resume Paim.
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