“Mutirão” é a palavra que a Presidência da COP30, a Conferência da Organização das Nações Unidas para o Clima, escolheu como lema. A ideia é chamar a comunidade internacional “a construir, juntos, um grande mutirão global pela ação climática”. Há três décadas os países se reúnem anualmente para debater o aquecimento global e as mudanças que isso provoca no clima. Em 2025, pela primeira vez o encontro será no Brasil. A COP30 será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém do Pará.
Raiz indígena
De origem tupi-guarani, o mutirão remete ao conceito do trabalho comum, em conjunto, coletivo. A ideia, de acordo com a Presidência da COP30, é mostrar que “governos, movimentos sociais, juventudes, povos originários, comunidades tradicionais, setor privado, academia e sociedade civil — todos têm um papel essencial neste movimento coletivo que ultrapassa fronteiras e conecta territórios”. Será uma oportunidade para apresentar ao mundo as soluções locais rumo a um planeta mais sustentável.
Global e local
Assim como propaga o slogan da sustentabilidade, se a crise climática é uma realidade global, a solução (também) está onde nós estamos: “pensar global, agir local”.
Decisão humana
“Não existem desastres naturais” foi a chamada de uma publicação da ONU Brasil nas redes sociais, no início da semana. O argumento é que fenômenos climáticos intensos só se tornam desastres quando as pessoas estão desprotegidas e expostas aos riscos. Segundo a publicação, “ao chamar os desastres de ‘naturais’, ignoramos as decisões humanas que os causam e as ações que podemos tomar para evitá-los”.
Embora não tenha citação direta às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024, as fotos usadas são de cidades gaúchas no período da tragédia, como esta em Eldorado do Sul.
Porto Alegre (RS), 20/06/2024 - Locais alagados pela enchente no município de Eldorado do Sul. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Bruno Peres/Agência Brasil/JC
A publicação, assinada pelo Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres, faz também um apelo econômico: cada dólar investido para tornar infraestruturas resistentes a desastres nos países em desenvolvimento leva a uma economia de 4 dólares em impactos econômicos reduzidos.
Memória
Referência mundial em planejamento urbano ecológico e na divulgação do conceito de “cidades-esponja”, o arquiteto e urbanista chinês Kongjian Yu foi uma das quatro vítimas de um acidente aéreo ocorrido na terça-feira na região do Pantanal, em Mato Grosso do Sul. Autoridades, personalidades, portais científicos, entidades e universidades ligados à pauta urbana e ambiental no Brasil e no mundo manifestaram pesar pela morte do profissional.
No início do mês, Kongjian Yu palestrou na abertura da Conferência Internacional de Arquitetura e Urbanismo, realizada pelo Conselho Federal de Arquitetura e Urbanismo (CAU) em Brasília. Na semana passada, a palestra foi na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, promovida pelo Instituto de Arquitetos do Brasil no Estado (IAB/SP).
Nova coluna
O Jornal do Comércio retoma nesta sexta-feira a publicação da coluna Ideias sustentáveis, vinculada à coluna Pensar a cidade e que já havia circulado entre 2022 e 2023. Ideias sustentáveis são aquelas que carregam o tripé da sustentabilidade: preservação ambiental, justiça social e viabilidade econômica. A proposta é apresentar conteúdos com essa temática, especialmente quando relacionada às cidades.