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Bruna Suptitz

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Publicada em 15 de Julho de 2025 às 21:45

Catadores questionam prefeitura de Porto Alegre por recolhimento de carrinhos

Carrinhos foram recolhidos pelo DMLU e descartados como 'inservíveis'

Carrinhos foram recolhidos pelo DMLU e descartados como 'inservíveis'

Ismael Luiz da Silva/Divulgação/JC
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Entre sexta-feira passada,dia 11, e esta segunda, 14 de julho, a prefeitura de Porto Alegre recolheu como sucata pelo menos 10 carrinhos utilizados por catadores na coleta de resíduos pelas ruas da cidade, em ação que fez parte da operação integrada das forças de segurança no Loteamento Santa Terezinha, conhecido como Vila dos Papeleiros, no bairro Floresta. A denúncia é dos catadores do local e de movimentos aos quais são ligados.
Entre sexta-feira passada,dia 11, e esta segunda, 14 de julho, a prefeitura de Porto Alegre recolheu como sucata pelo menos 10 carrinhos utilizados por catadores na coleta de resíduos pelas ruas da cidade, em ação que fez parte da operação integrada das forças de segurança no Loteamento Santa Terezinha, conhecido como Vila dos Papeleiros, no bairro Floresta. A denúncia é dos catadores do local e de movimentos aos quais são ligados.
Na sexta-feira, a Brigada Militar e a Polícia Civil deflagraram a “Operação Lei e Ordem - Via Dignitatis”, que resultou na prisão de pelo menos 12 pessoas, além da apreensão de 20kg de fios e cabos. O município apoiou com o trabalho de diversas secretarias e as atividades continuarão por 90 dias, com acompanhamento da Guarda Municipal.
Parte destas ações, no entanto, é questionada pela comunidade e no Legislativo. Nesta terça-feira, 15, o vereador Erick Dênil (PCdoB), presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, apresentou à Câmara uma denúncia com pedido de providência. Conforme o documento, retirar a ferramenta de trabalho dos catadores “sob o pretexto de ‘limpeza urbana’ ou ‘prevenção ao crime’ é uma criminalização disfarçada da pobreza”. Um pedido de informação também foi direcionado ao Executivo.
Além do recolhimento dos carrinhos, pontos de comércio conhecidos como “ferro velho” estão sendo notificados e fechados pela prefeitura, soba alegação de irregularidade,falta de licença ou receptação de materiais furtados. Ismael Luiz da Silva, comerciante de resíduos no local, critica que a prefeitura “generaliza a nossa categoria”. Ele gravou a ação na segunda-feira, que mostra uma retroescavadeira colocando os carrinhos dentro de um caminhão do DMLU e, ao fim, amassa os equipamentos.
Em resposta à coluna, o DMLU afirma que se tratavam de “materiais inservíveis e estruturas abandonadas em via pública”. Informa ainda que foram removidas 115 toneladas de resíduos pelas equipes, que são encaminhados ao aterro sanitário ou para as unidades de triagem.

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