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Bruna Suptitz

Bruna Suptitz

Publicada em 06 de Junho de 2024 às 18:43

Ocupantes aguardam decisão sobre permanência em prédio no Centro de Porto Alegre

Ocupação Desabrigados da Enchente está em edifício vazio há mais de uma década no Centro de Porto Alegre

Ocupação Desabrigados da Enchente está em edifício vazio há mais de uma década no Centro de Porto Alegre

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Pessoas desabrigadas pela enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em maio ocupam desde o fim do mês passado um imóvel vazio no Centro de Porto Alegre. No local onde funcionou o Arvoredo House Hotel, que está fechado há mais de uma década e o imóvel desocupado, se formou a Ocupação Desabrigados da Enchente, com cerca de 100 pessoas. Uma definição sobre a permanência no local ou deslocamento para outro local de abrigo é aguardada para esta sexta-feira, dia 7 de junho.
A expectativa do grupo é poder permanecer no local até que o poder público indique uma alternativa que não sejam os abrigos, principal motivo apontado por quem mobilizou a entrada no prédio nos últimos dias de maio. No início da semana, a iminência do cumprimento de um pedido de reintegração de posse deixou os ocupantes em alerta, mas não foi efetivada e não deve ser levada adiante agora. Na ocasião, a Defensoria Pública Estadual (DPE) e o deputado Matheus Gomes (PSOL) intervieram em favor do coletivo.
Em reunião de mediação na Câmara Municipal nesta quarta-feira, dia 5, representantes da Arvoredo Empreendimentos Imobiliários teriam demonstrado sensibilidade com o caso. “Teve uma convergência entre os ocupantes do espaço e a parte que solicita a reintegração, de esperar mais tempo. Disseram que não tem a intenção de deixar as pessoas na rua”, disse à Coluna Alexsandro Fernandes, liderança do movimento.
Em diálogo com o movimento desde o início, a DPE tem a intenção de levar o debate para a Comissão de Conflitos Fundiários da Justiça. “O objetivo é reconhecer que, nas ocupações, tem mais que um debate de posse e propriedade”, aponta Alessandra Quines, coordenadora do Centro de Referência em Direitos Humanos da DPE e uma das responsáveis por acompanhar o caso.
Matheus Gomes, que foi chamado no dia da tentativa de reintegração de posse para intermediar a ação, elenca dois pontos que serão buscados a partir da ocupação deste prédio: uma solução mediada e a atenção dos governos para a moradia a partir de imóveis hoje sem uso em áreas urbanas consolidadas. “Ali se abre a possibilidade para construir uma alternativa para a questão da moradia diante do caos que o evento extremo colocou a região metropolitana e todo o Rio Grande do Sul”, sustenta.
O edifício do antigo hotel fica na Rua Coronel Fernando Machado, nº 347, no Centro Histórico. Um laudo técnico elaborado por arquitetos e engenheiros, apresentado na reunião desta quarta-feira, atesta que o prédio está apto para moradia, necessitando de reformas, mas sem problema estrutural. A Coluna não conseguiu contato com a empresa proprietária do imóvel e o espaço segue aberto para a manifestação.

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