Após passar pelo julho mais quente da história, o Planeta Terra teve outro recorde quebrado e viveu o trimestre de junho, julho e agosto, quando é verão no hemisfério Norte, mais quente já registrado. Agosto foi cerca de 1,5°C mais quente que a média para o mês e temperatura média na superfície do mar foi de 20,98°C em todos os dias do mês, superando o recorde anterior, que era de março de 2016.
As informações são da Organização Meteorológica Mundial, vinculada à ONU, e do Serviço de Alterações Climáticas Copérnico. Em relatório lançado na quarta-feira, dia 6, as instituições apontam a piora da intensidade das alterações climáticas e na frequência das ondas de calor. Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o "colapso climático" começou.
Quando se fala de aumento da temperatura a referência é a temperatura média do planeta até a época chamada pelos cientistas de pré-industrial (entre 1850 e 1900). A partir de então, aumentou a emissão de gases poluentes devido ao uso de combustíveis fósseis na indústria, nos transportes e em outras atividades humanas.
Com a concentração desses gases na atmosfera intensifica-se o efeito estufa, que é o processo natural do planeta Terra para reter o calor necessário às condições de vida. Isso provoca o aquecimento da atmosfera e dos oceanos. Somado a isso, a temperatura média mais alta impacta as mudanças climáticas, que por sua vez provocam situações extremas dos fenômenos climáticos, como ondas de calor, secas e inundações. Além de mais intensos, estes casos se tornam cada vez mais frequentes.
Desde os anos 1980, cada década tem sido mais quente que a anterior, o que deve continuar, informa a ONU. Aliás, todos os anos entre 2015 e 2022 alcançaram a marca de serem os mais quentes já registrados na história do planeta. No ano passado a temperatura média ficou 1,15ºC acima do que era registrada antes da era industrial - muito cedo para chegar tão perto da meta de manter o aquecimento em no máximo 1,5 ºC até o fim do século, medida considerada necessária para garantir condições de vida como as que conhecemos no planeta.