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Gestão de Resíduos

- Publicada em 27 de Abril de 2023 às 17:53

‘Reconheço que não está dando certo’, diz Melo sobre contêineres de lixo em Porto Alegre

Catador busca materiais recicláveis em equipamento de descarte próximo da prefeitura de Porto Alegre

Catador busca materiais recicláveis em equipamento de descarte próximo da prefeitura de Porto Alegre


Bruna Suptitz/Especial/JC
Em 4 de julho de 2011, a prefeitura de Porto Alegre lançou a campanha “Eu curto, Eu cuido” para estimular a população a cuidar a cidade. A primeira ação focou na gestão de resíduos – foi quando colocaram os grandes contêineres de cor cinza para a coleta automatizada de lixo nas ruas do Centro Histórico e de alguns bairros vizinhos. Atualmente são atendidos 18 bairros com este sistema.
Em 4 de julho de 2011, a prefeitura de Porto Alegre lançou a campanha “Eu curto, Eu cuido” para estimular a população a cuidar a cidade. A primeira ação focou na gestão de resíduos – foi quando colocaram os grandes contêineres de cor cinza para a coleta automatizada de lixo nas ruas do Centro Histórico e de alguns bairros vizinhos. Atualmente são atendidos 18 bairros com este sistema.
No entanto, passados 12 anos, o modelo ainda apresenta problemas e o uso adequado não foi incorporado pela população. “Realmente não está dando certo, eu reconheço isso”, declarou o prefeito Sebastião Melo (MDB) em entrevista ao programa BandNews Porto Alegre Primeira Edição na manhã desta quinta-feira, 27. Um dos motivos elencados pelo prefeito é “porque as pessoas colocam o lixo misturado”.
A mistura de diferentes resíduos é o principal problema envolvendo este sistema de coleta. Destinado exclusivamente para resíduo orgânico (restos de alimentos) e rejeitos (por exemplo, o lixo de banheiro), é comum encontrar material reciclável no interior dos contêiners. A responsabilidade, nestes casos, é de quem faz o descarte – ou seja, a população da Capital.
Ainda assim, a prefeitura não pretende abrir mão do sistema. “Debatemos muito e chegamos à conclusão de manter os contêineres”, informou Melo, revelando, no entanto, ter “bastante dúvida se deveria manter ou não”. Mas completou que, “como estamos em fase de uma PPP (parceria público privada) do lixo, pensamos que o contêiner é uma coisa muito usada e, se no meio do processo tirar, que mensagem passa para a população?”.

Descarte inadequado entra na conta para aterrar lixo

Quando há recicláveis dentro dos contêineres, duas são as possíveis consequências. A primeira é que catadores de recicláveis reviram os contêineres em busca de materiais como papelão, garrafas pet e latinhas de alumínio. A outra é que estes mesmos materiais, que poderiam ser reciclados, voltando assim para a cadeia produtiva, vão parar em aterros sanitários.
Atualmente Porto Alegre paga cerca de R$ 4,5 milhões por mês – R$ 271,8 milhões num contrato de 5 anos – para aterrar o que é descartado nos contêineres, além da coleta domiciliar, também conhecida como “porta a porta”, nos bairros em que não há o sistema automatizado. Custo esse que poderia ser menor se não fossem destinados ao aterro os resíduos recicláveis.
O maior custo da manutenção do sistema de coleta por contêineres, no entanto, está na coleta e no transporte, o que representa mais um impasse enfrentado pela prefeitura. Em fevereiro deste ano, o governo municipal rompeu o contrato com o consórcio Porto Alegre Limpa que venceu, um ano antes, a licitação para operar o serviço. O atendimento está sendo feito pela empresa Cone Sul, em contrato emergencial (e, portanto, com dispensa de licitação), com custo na casa de R$ 800 mil* ao mês.
* A coluna errou o valor publicado na edição impressa do dia 28/04, valendo este.

Falando em COLETA DE RESÍDUOS (LIXO)

Porto Alegre realiza a coleta automatizada, coleta domiciliar e coleta seletiva. Entenda a seguir o funcionamento de cada uma:
  • Automatizada: é o sistema que recolhe o resíduo descartado nos contêineres de cor cinza, instalados nas ruas de 18 bairros da Capital. A coleta automatizada recebe apenas resíduos domiciliares, ou seja, resíduos orgânicos e rejeito.
  • Domiciliar: é também conhecida como coleta “porta a porta”, em que as pessoas colocam a sacola com o resíduo em frente ao imóvel para ser recolhido pelo poder público. É realizada em todas as ruas da cidade pelo menos três vezes por semana.A coleta domiciliar recebe apenas resíduos domiciliares, ou seja, resíduos orgânicos e rejeito.
  • Seletiva: a coleta também é feita “porta a porta” e recebe somente os resíduos recicláveis, também conhecido como “lixo seco”. A coleta seletiva é realizada em todas as ruas que comportam a entrada do caminhão. Passa três vezes por semana nos bairros atendidos pela coleta automatizada e duas vezes por semana nos demais bairros.
 
*Fonte: DMLU