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Planejamento Urbano

- Publicada em 18 de Janeiro de 2023 às 00:35

Alta nos casos de incêndio mobilizam o poder público

Casa totalmente destruída pelo fogo em vila do bairro Cristal, no início de 2021

Casa totalmente destruída pelo fogo em vila do bairro Cristal, no início de 2021


Anderson Guerreiro/SMHARF/PMPA
Porto Alegre registrou 43 ocorrências de incêndios residenciais em menos de 30 dias, entre 17 de dezembro de 2022 e 13 de janeiro deste ano. Na semana passada, quatro residências foram destruídas pelo fogo no bairro Navegantes. Antes disso, nos dias que antecederam o Natal, a situação foi ainda mais grave, quando duas crianças morreram após a casa em que residiam ser tomada pelas chamas em uma ocupação na Zona Norte da Capital.
Porto Alegre registrou 43 ocorrências de incêndios residenciais em menos de 30 dias, entre 17 de dezembro de 2022 e 13 de janeiro deste ano. Na semana passada, quatro residências foram destruídas pelo fogo no bairro Navegantes. Antes disso, nos dias que antecederam o Natal, a situação foi ainda mais grave, quando duas crianças morreram após a casa em que residiam ser tomada pelas chamas em uma ocupação na Zona Norte da Capital.
O número representa um aumento de 95% no total de ocorrências em comparação com o período que iniciou na mesma data em 2021 e seguiu até 4 de janeiro do ano passado, quando foram registrados 22 incêndios em residências. Também aumentou o número de atendimentos com reforço de mais de um caminhão, de 5 para 18. As informações são do Departamento Municipal de Habitação (Demhab) com base em dados dos Bombeiros.
O cenário, que já preocupava, mobilizou representantes de diversos órgão públicos em uma força-tarefa para tratar quais os meios para conscientizar as comunidades, especialmente com população de baixa renda, onde mais são registrados casos, sobre as medidas de prevenção. O principal alerta é que, em qualquer situação, a primeira atitude a ser tomada deve ser ligar para o Corpo de Bombeiros, no número de emergência 193.
"No final de ano se costuma ter atenção maior com as comunidades, por causa das altas temperaturas e da fiação (elétrica). O que nos chamou atenção esse ano é que houve uma elevação das ocorrências", explica André Machado, diretor-geral do Demhab e titular da Secretaria Municipal de Habitação e Regularização Fundiária, que lidera a iniciativa conjunta. "Não podemos deixar que mais incidentes fatais aconteçam por falta de informação", sustentou em encontro do grupo na sexta-feira, dia 13.
Como exemplo das situações identificadas que levam ao sinistro está o uso de fogo dentro das casas para cozinhar. "Muitas famílias acabam também não tendo dinheiro para comprar gás e cozinham com sobras de madeira, o que é extremamente perigoso. Nosso pedido é que as pessoas evitem cozinhar de maneira informal," ressaltou Machado.
Outra causa que ganha atenção é a sobrecarga na rede elétrica, com casas construídas próximas de subestações e linhas de transmissão, ou que fazem uso de ligação irregular, quando o imóvel não é regularizado. "Na impossibilidade total de alguma modificação da política habitacional, de poder retirar as pessoas das áreas onde tem fiação e rede elétrica inadequada através dos 'gatos', entendemos que seria importante lançar uma grande campanha de conscientização", explica o secretário.
André Machado aponta que o desafio principal será levar a informação até o público mais vulnerável aos casos de incêndio em casa, pois nem sempre acessam redes sociais ou campanhas de comunicação na mídia. Para superar essa dificuldade, o governo irá inicialmente utilizar a estrutura das 17 subprefeituras para dialogar com lideranças comunitárias e com a população.
Na reunião do dia 13, a Major Jaqueline da Silva Ferreira, do 1° Batalhão de Bombeiro Militar, destacou o trabalho em conjunto com a prefeitura. "A integração é a única arma que dá resultado em um trabalho tão importante. Nas ocorrências a gente vê de tudo dentro das casas. Muitas famílias fazem fogueiras, o que acaba sendo uma situação muito triste, mas peço que vocês sempre divulguem que o único caminho é o 193," ressaltou.

Depois do sinistro

Após atendida a ocorrência de incêndio, inicia o processo de atendimento às famílias atingidas. Em Porto Alegre o serviço de assistência é prestado inicialmente pela Defesa Civil, com a distribuição de materiais de emergência, como colchões, cobertores, cesta básica e lonas. Em paralelo, a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), vinculada à prefeitura, atua diretamente com a Defesa Civil e tem como algumas das suas atribuições acompanhar a família na resolutividade das demandas, providenciar acolhimento nos espaços de assistência ou na rede comunitária e encaminhar para o atendimento das demais políticas públicas.

Queimadas em vegetação também registram alta na Capital

Tempo quente e seco facilita a propagação do fogo em plantas

Tempo quente e seco facilita a propagação do fogo em plantas


/Sérgio Louruz / SMAMUS / PMPA
No mesmo período em que Porto Alegre registrou aumento no número de incêndios residenciais, as queimadas em vegetação tiveram um salto ainda maior: foram registradas 139% ocorrências a mais na temporada 2022/2023 em comparação com a virada do ano anterior. De 17 de dezembro do ano passado a 13 de janeiro deste ano foram 175 ocorrências; de 17 de dezembro de 2021 a 4 de janeiro de 2022 foram 73.
Presente na reunião de sexta-feira passada, o secretário adjunto de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Maurício Loss, alertou para o maior risco de propagação de incêndio em períodos de pouca chuva. Das causas identificadas para a ocorrência de fogo em vegetação, as mais comuns são vandalismo, fogueiras, queima de lixo, fagulhas ou rompimento de cabos de eletricidade. Descuido com crianças e o uso de velas em rituais religiosos também são registrados.