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Patrimônio

- Publicada em 28 de Junho de 2022 às 22:22

Casarão centenário abrigará mostra de arquitetura e escola em Porto Alegre

Edificação fica no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, e abrigou meninas órfãs por muitas décadas

Edificação fica no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, e abrigou meninas órfãs por muitas décadas


/Roberto Grilo/Divulgação JC
Bruna Suptitz
Uma construção centenária e pouco conhecida no bairro Rio Branco está prestes a abrir os portões para a população de Porto Alegre. O imponente casarão da Instituição Pia Chaves Barcellos, que no início do século passado podia ser visto de longe, abrigou meninas órfãs desde a década de 1920 até início dos anos 2000. Hoje escondido entre prédios e árvores, poderá ser visitado durante a mostra de arquitetura CasaCor 2022, que acontece entre agosto e outubro.
Uma construção centenária e pouco conhecida no bairro Rio Branco está prestes a abrir os portões para a população de Porto Alegre. O imponente casarão da Instituição Pia Chaves Barcellos, que no início do século passado podia ser visto de longe, abrigou meninas órfãs desde a década de 1920 até início dos anos 2000. Hoje escondido entre prédios e árvores, poderá ser visitado durante a mostra de arquitetura CasaCor 2022, que acontece entre agosto e outubro.
A organização da mostra "estava procurando edifícios que tivessem viés de preservação do patrimônio e ressignificação do espaço", conta o arquiteto Lucas Volpatto, que trabalha na restauração da Pia Chaves Barcellos e indicou seu uso para o evento.
"Imediatamente nos apaixonamos!", conta Karina Capaverde, diretora da CasaCor no Rio Grande do Sul. "Sempre procuramos imóveis que tenham apelo histórico ou arquitetônico importante. Apesar do foco na arquitetura de interiores, a questão construtiva é importante e desafiamos os profissionais a trazer a história do lugar para dentro dos projetos", explica Karina.
Embora seja difícil enxergar da rua, já que a fachada está de costas para o número 360 da rua Dona Leonor, que dá acesso ao terreno, a partir do prédio é possível ver parte da cidade mesclada com as árvores do pequeno bosque que cerca a construção. Com o lançamento da pedra fundamental em 1922 e início dos trabalhos em 1924, a instituição é uma homenagem a Pedro Chaves Barcellos construída a pedido de sua viúva, a Dona Ilza. Embora o projeto arquitetônico seja atribuído a Theodor Wiederspahn, por ter trabalhado em outras obras da família, os documentos não permitem comprovar que ele é mesmo o autor.
Depois de oito décadas trabalhando com assistência e educação de crianças, feita desde a fundação pelas Irmãs Franciscanas, o casarão recebeu turmas de uma faculdade da Capital. Atualmente tem a posse compartilhada entre a família e a prefeitura. Sem uso nos anos recentes, o lugar terá nova ocupação a partir de 2023. Passada a mostra, a antiga instituição será a nova sede da Escola Pampeano, que tem permissão para uso pelos próximos 60 anos. É a instituição de ensino a responsável pela obra de restauro do imóvel, que está em processo de tombamento pelo município.
"O atendimento educacional tem, de certa forma, relação com a vocação da Pia desde a sua concepção", analisa Volpatto. A estrutura tem capacidade para atender até mil crianças de educação infantil e ensino fundamental. "Além da escola, vamos abrir após as aulas e aos finais de semana para uso pela comunidade", conta Gustavo Costa, presidente da mantenedora da Pampeano.
O restauro também é assinado pelas arquitetas Jaqueline Manica, sócia de Volpatto no escritório Studio 1, e Patrícia Pasini, de Garibaldi - os três são parceiros desde 2015 em trabalhos com patrimônio.
Para Patrícia, o uso pela escola será fundamental para a manutenção do prédio que abrigou a Pia Chaves Barcellos. "O trabalho segue técnicas de restauro adaptando ao novo uso", explica. Defensora da educação patrimonial, ela aponta que "ninguém ama o que não conhece", já que saber a história do lugar e manter seu uso é o que justifica a preservação.
 
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