Orientados para a mediocridade

A falta de conteúdo cultural e educacional daqueles que governam o Brasil nas últimas décadas, salvo exceções, é uma das causas da grave crise atual, que vai além das finanças públicas, da indústria e do comércio e chega na violência e na criminalidade na sociedade. O empresário Paulo Vellinho, que tem mais de 60 anos de vivência no meio empresarial gaúcho e nacional, foi presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) e de várias entidades nacionais, diz que nunca viu uma situação parecida como a dos tempos recentes no que se refere à condução do País, “no qual a bússola pelo desenvolvimento está orientada para a mediocridade, o que é lamentável”. Explicou que numa empresa privada, a escolha de um diretor adequado às suas necessidades leva até seis meses. Em contraposição, o Brasil, de dimensões continentais, não estabelece exigências quando se trata da seleção dos seus dirigentes. “Os candidatos escolhidos que temos tido não têm a dimensão cidadã, pois não têm segurança para cercar-se de uma equipe capaz de suprir suas limitações. A moderna comunicação gera aspirações de conforto e bem estar que não se realizam, pois os recursos são insuficientes, o que causa frustrações e revolta e talvez explique a violência e a impaciência que se espalham pelo País, pois não existe ninguém em uma sociedade que se contente com a exclusão social.”