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Olhar da Fé
Dom Jaime Spengler

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Publicada em 24 de Novembro de 2023 às 16:47

Cristo Rei do Universo

Confira a coluna Olhar da Fé

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Arte/JC
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Dom Jaime Spengler
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Neste final de semana, a Igreja Católica celebra a coroação do ano litúrgico, com a festa de Cristo Rei do Universo. Também recordamos o Dia do Leigo. A partir do próximo domingo, no dia 3 de dezembro, iniciamos um novo ano litúrgico, com o primeiro Domingo do Advento.

São Paulo na Carta aos Coríntios diz algo que nos consola e que nos anima, referindo-se a Jesus. “É preciso que Ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés.” Nós vivemos sob o reinado de Jesus Cristo e isto no tempo até que todos os inimigos sejam colocados debaixo de seus pés.

Nossa esperança e dedicação em testemunharmos e anunciarmos aquilo que recebemos da fé, das nossas comunidades, da nossa tradição cristã. Para a solenidade de Cristo Rei, a Liturgia propõe o Evangelho, em que São Mateus trata dos critérios para ser admitido às alegrias do Reino ou não.

Jesus conta aos discípulos uma espécie de parábola. Ele inicia fazendo uma grande observação. “Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os seus anjos, ele separará os bons dos maus, assim como o pastor separa as Ovelhas dos Cabritos.”

E quais são os critérios? Para nós isto é de uma atualidade muito grande! Diz Jesus: “Estava com sede, eu era estrangeiro, estava nu, doente, na prisão, e tu me deste atenção”. Estes são os critérios para sermos admitidos às alegrias do Reino. Mas estes também podem ser os critérios não observados, que nos excluem da participação da alegria do Reino. “Estava com sede, eu era estrangeiro, estava nu, doente, na prisão e não me deste atenção, não fizeste nada.”

A observação que Jesus faz traz para nós um alerta. Como estamos vivendo a nossa fé? Vivemos a fé de tal forma que ela também tenha implicância e relevância comunitária e social? Ou vivemos a nossa fé de forma isolada, intimista, talvez dentro de um espírito que não é estranho em algumas realidades. “Os outros que se danem. Eu cuido de mim mesmo.”

Nesta expressão existe uma contradição. O cuidar de mim mesmo implica disposição, abertura de coração, para ir ao encontro do outro, sobretudo do necessitado. O critério de participação no Reino traz consigo a característica da compaixão, da misericórdia, para com os pequenos, os famintos, os sedentos, os prisioneiros, os despedidos, os doentes. Os gestos de bondade descritos pelo Santo Evangelho são critérios do julgamento no qual, no fim dos tempos, será revelada a misericórdia de todo o ser humano criado à imagem de Deus, e convidado da mesma forma a ser misericordioso como o Pai é misericordioso.

Jesus se identifica com os pequenos e pobres da Terra estejam onde estiverem, reconhecendo-os todos como irmãos. O serviço aos pobres serve como medida para a Justiça. Jesus reconhece que existe um cristianismo autêntico mesmo fora da Igreja visível. Aqueles que não o conheceram mediante o Evangelho nem por isso estão isentos da prática do Mandamento do Amor, como se ignorasse sua existência. Todos os seres humanos são feitos para a glória. Todos são co-herdeiros de Cristo, se tiverem, se cultivarem os mesmo sentimentos de Cristo Jesus.

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