Dia das Crianças pela frente, já na reta final de datas promocionais de 2025, o que vai vender mais, qual é o tamanho da conta que os consumidores estão dispostos a fazer e quem vai comprar presentes?
Pesquisas das duas principais entidades varejistas de Porto Alegre indicaram que a data deve movimentar R$ 300 milhões em vendas, o tíquete que vai dominar as compras vai ficar entre R$ 201,00 a R$ 500,00 e os avós ganham mais espaço entre perfis de clientes que vão às compras para a data.
CDL Porto Alegre e SindilojasPOA também reforçam que lojas em shopping centers e e-commerce ganham mais espaço na hora de resolver a compra, frente a uma perda de espaço dos pontos físicos. Lojas de rua passaram de 62,8%, em 2024, para 42% este ano.
Outro alerta para o setor: 49,5% das pessoas pretendem comprar na semana anterior ao Dia das Crianças.
O sindicato calcula em cerca de R$ 303 milhões a movimentação com as vendas, acima dos R$ 254 milhões estimados no ano passado.
No gasto, a câmara lojista indica que 40,1% devem despender entre R$ 201,00 e R$ 500,00, enquanto 24,6% planejam destinar R$ 101,00 a R$ 200,00 e 14,6% das pessoas, R$ 501,00 a R$ 1 mil. Apenas 10,4% dos ouvidos têm intenção de gastar mais de R$ 1 mil. O Sindilojas estima gasto médio por presente de R$ 270,96. O desembolso médio deve ficar em R$ 488,07 por consumidor, devido à compra de mais de um item.
O Sindilojas detectou que mais avós vão dar presentes. A fatia é de 31,3%, ante 29% de 2024. Enquanto isso, pais recuam de 46,8% para 40,8% na hora de adquirir produtos. Brinquedos lideram nas compras para 57,8% das escolhas, roupas aparecem com 38% e calçados e bicicletas, com 9,5%, segundo o levantamento do sindicato. A CDL-POA valida a mesma tendência.
O cartão de crédito vai ser o meio de pagamento principal. A CDL aponta que 46% dos consumidores vão usá-lo, seguido de perto pelo Pix (41,1%). Já o Sindilojas mostra o cartão de crédito parcelado como líder (35,8%), com o dinheiro (25%) e o débito (22,3%) também em destaque.
"As famílias gaúchas seguem priorizando o Dia das Crianças como uma ocasião especial, dispostas a investir em presentes que trazem alegria e fortalecem vínculos afetivos", comenta, em nota, o presidente da CDL-POA, Irio Piva. O presidente do SindilojasPOA, Arcione Piva, reforça a câmara e lembra que a data está muito conectada com afetividade, "Afeto e sentimento elevam a vontade de presentear, aumentando as vendas”, conclui Arcione, em nota.
Brinquedos lideram a lista de presentes para a data, que terá mais compras com cartão
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Fecomércio-RS projeta vendas mais fracas no Dia das Crianças
A Fecomércio-RS projeta cenário de vendas mais contidas no Dia das Crianças, devido ao ambiente de desaceleração da atividade e base de comparação muito elevada, que foi pós-enchente. A entidade espera comercialização levemente abaixo.
A análise das Notas Fiscais Eletrônicas emitidas no Estado aponta que as vendas nominais de brinquedos em junho e julho permaneceram em patamar muito próximo ao registrado no mesmo período do ano passado. Devem pesar negativamente elementos como juros mais altos (15% ao ano comparados a 10,5% em setembro de 2024, que impactam o crédito.
O Índice de Confiança do Consumidor do Rio Grande do Sul (ICF-RS), apurado pela federação, também envia alertas. O indicador registrou 50,8 pontos em agosto, ante 59,2 pontos no mesmo mês de 2024. Ao contrário do ano passado, pós-enchente, não haverá agora o volume de recursos emergenciais que irrigaram a economia.
"Mesmo que as vendas não tenham o mesmo impulso do ano passado, o Dia das Crianças deve movimentar o varejo de brinquedos, que são os mais procurados, e também outros presenteáveis para o público infantil", ressalta o presidente do Sistema Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
"Estamos em um momento de desaceleração, com orçamentos pressionados e bastante cautela do consumidor. As vendas não acontecerão sem esforço: estratégias direcionadas ao público-alvo, além de comunicação assertiva e clara e condições de pagamentos facilitadas, mas dentro das possibilidades de cada negócio, devem ter toda atenção dos varejistas”, acrescenta Bohn, em nota.