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Patrícia Comunello

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Publicada em 24 de Agosto de 2025 às 14:32

Volta Atelier é design e couro gaúchos em Nova York com pegada sustentável

Fernanda projeta mais crescimento, após seleção para programa de aceleração do banco Goldman Sachs

Fernanda projeta mais crescimento, após seleção para programa de aceleração do banco Goldman Sachs

PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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As bolsas da Volta Atelier, marca com design autoral, origens no Rio Grande do Sul e materiais e confecção conectados com sustentabilidade, podem ser compradas em uma loja pertinho da 5ª Avenida, em Manhattan, em Nova York. Os modelos também estavam na mais recente edição do NY Now, mega feira de atacado com fabricantes de todo o mundo que ocupou o Javits Center, mesmo palco da NRF Retail's Big Show, que a coluna Minuto Varejo acompanha em janeiro, em Nova York. Outro destino das coleções criadas pela designer gaúcha Fernanda Daudt no verão norte-americano é o balneário dos Hamptons, na costa leste, onde estilo, dinheiro e público em busca de produtos diferenciados se misturam. 
As bolsas da Volta Atelier, marca com design autoral, origens no Rio Grande do Sul e materiais e confecção conectados com sustentabilidade, podem ser compradas em uma loja pertinho da 5ª Avenida, em Manhattan, em Nova York. Os modelos também estavam na mais recente edição do NY Now, mega feira de atacado com fabricantes de todo o mundo que ocupou o Javits Center, mesmo palco da NRF Retail's Big Show, que a coluna Minuto Varejo acompanha em janeiro, em Nova York. Outro destino das coleções criadas pela designer gaúcha Fernanda Daudt no verão norte-americano é o balneário dos Hamptons, na costa leste, onde estilo, dinheiro e público em busca de produtos diferenciados se misturam. 
Mas a gaúcha de Porto Alegre, com passagens pela indústria calçadista, desde trabalhos com grandes empresas como fazendo consultoria e ajudando outras marcas a terem seu espaço, teve uma temporada recente de muito trabalho em Nova York também por outro motivo. Fernanda encarou uma mentoria dentro de um programa de aceleração de um dos maiores bancos do mundo, o Goldman Sachs.
"A ideia é olhar para dentro e pensar em crescimento (da marca)", projeta a designer. Para o futuro, os planos incluem ampliar coleções e possibilidades da Volta, depois de sete anos na Big Apple.
Antes de ter a própria marca, a gaúcha lembra dos aprendizados até chegar no estágio atual e encarar o mercado mais concorrido e desafiador do mundo, quando se trata de trabalho autoral:
"Sempre fui muito empreendedora. Trabalhei muito com pesquisa na indústria de couro, aprendi com grandes mestres, como Walter Rodrigues, que me deram muita oportunidade de ver o mundo com a lente da sustentabilidade. Percebi que existia espaço para marcas como a Volta, com propósito e foco em responsabilidade social e ambiental", conceitua a designer. 
O ciclo da marca começa na seleção de couros em fábricas calçadistas e curtumes no Rio Grande do Sul. Sobras de couros intactos que não são usados vão se transformar em peças únicas. "O couro é perfeito. Só não interessa mais à indústria porque são volumes ou cortes pequenos que não se encaixam mais nos  produtos", explica ela. "Fazemos o molde como dá. Às vezes, achamos que dará uma mochila, mas acaba dando uma bolsa menor." 
Outro detalhe: a costura de cada parte do molde que vai resultar em uma bolsa é feita por mulheres refugiadas ou imigrantes, com origens como Haiti e Venezuela, que residem em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. Quem comprar um exemplar da Volta poderá saber qual foi a artesã pelas tags (etiquetas) que vêm com cada unidade, com nome e assinatura de quem costurou a peça.
"Fazemos esse trabalho em parceria com o Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), que nos ajuda a buscar mulheres que já fazem algum trabalho manual. Elas recebem os kits e trabalham de casa, com liberdade de agendas e produção. Fico muito feliz com isso", valoriza. 
As bolsas podem ser compradas tanto no número 3W, da Rua 36, em Manhattan, em uma pequena área logo na entrada do restaurante brasileiro Berimbau, onde Fernanda compartilha o mesmo espaço com outras designers, como Jackie Barbosa, que tem entre as clientes das suas joias Amal Clooney, mulher do ator George Clooney, e ainda em outros varejos multimarcas e canais digitais.
"Nossa clientela é de mulheres que precisam de Chanel e Burberry, mas se abrem para uma bolsa mais simples, com material incrível, e que está ligada à economia circular", descreve a fundadora da Volta. 
Sobre a atuação no mercado dos Estados Unidos e o que é exigido de uma marca autoral, Fernanda coloca como primeiro ponto a qualidade e depois os valores, no caso dos produtos dela, ligados à justiça social e ambiental. O trabalho manual é muito valorizado. "As pessoas se impressionam com isso. Muitas acham que é uma máquina que faz (costura), mas não é. É completamente feito à mão", cita.
"Mas o design é a porta de entrada", avisa ela. O consumidor olha, acha lindo e depois descobre mais atributos", elenca a gaúcha, que também consagrou uma lição para ela e que pode servir de exemplo para outros criadores autorais:
"Ter na carteira da coleção o que funciona. Comecei com 17 modelos e só três funcionaram no primeiro ano. Fomos mudando e experimentando, com uma estratégia 360". 
Mais detalhes e informações da trajetória da marca e onde comprar pelo www.voltaatelier.com.

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