"Muitos até hoje reclamam que saíram da rua, mas vimos oportunidade de crescimento quando abriu o Pop Center", conta Alex Araujo Soares, que, com a esposa Gabriele Cristina de Souza Porto, comanda a Star Nails, um negócio que não para de crescer, após focar o mundo dos serviços e produtos ligados a design e cuidados de unhas, pés e sobrancelhas. O casal acaba de estrear um centro de treinamento acoplado à loja no terceiro andar do complexo comercial no Centro de Porto Alegre, bem no acesso ao Tudo Fácil. "Estamos sempre atrás de conhecimento e investimento", resume o empreendedor, sobre a evolução do negócio.
Até 2009, o casal vivia a realidade e as dificuldades de ser ambulantes nas ruas do Centro. Os dois estão no Pop Center desde 2010. Em 2019, a dupla migrou de perfumaria, com venda em quatro metros quadrados no complexo, para cosméticos, no começo com foco em maquiagem e depois em itens para manicure e pedicure, e loja de 40 metros quadrados. A operação teve mais vendas e passou a 100 metros no segundo piso do Pop. Os contatos e maior proximidade com marcas nacionais abriram portas para o novo braço da empresa que avançou para 140 metros quadrados. A parceria é com a marca Brilia Nails, referência nacional em produtos para unhas. "Vimos que tinha público entre profissionais e consumidores finais", explica Soares. "Antes de abrirmos uma filial, decidimos criar este espaço", acrescenta ele.
O novo serviço estreou em julho e já elevou 5% da receita. A ideia é ter oficinas três vezes por semana, com valor de R$ 250,00 por pessoa (sendo R$ 100,00 em produtos) e ainda abrir espaço para profissionais fazerem cursos na instalação. São 12 posições com equipamentos em bancadas. Soares e Gabriele investiram R$ 150 mil na estrutura e expansão recente. Também chegam a sete empregos diretos. "No futuro, nosso plano é abrir duas filiais, todas com centro profissional", adianta o empreendedor.
O exemplo de Gabriele e Soares confronta o preconceito que o Pop Center ainda é visto por muitos por ser formado principalmente por ex-camelôs. Hoje são 600 ocupantes, desde venda de roupas, eletrônicos a brinquedos, e serviços. A direção do complexo tem ações para capacitar os empreendedores, além de trabalho permanente para formalização. Além disso, o empreendimento é signatário desde 2022 do Pacto Global da ONU, com ações em sustentabilidade.
“Acreditamos que lavar roupa também pode ser divertido”, diz Felippe Ramos da Silva, proprietário da Colav, Lavandeira Coletiva, e ex-comissário da companhia Azul. A forma como Silva encara o negócio está afinada com o ambiente que moradores do Centro Histórico de Porto Alegre já encontram na nova e segunda loja da marca, que acaba de desembarcar na região. Silva buscou inspiração no mundo da aviação, das salas Vip e coworking ao cuidado com os passageiros, para mostrar a Colav em 2023.
“Aliamos qualidade no serviço e ambiente aconchegante, onde lavar roupa deixa de ser uma obrigação e pode até se tornar um momento prazeroso e leve”, acredita o empreendedor. Grafismos, cores vivas e muito astral validam a aposta do dono, que instala bancadas, mesas de apoio, tomadas e wi-fi para os clientes.
Com a segunda unidade - a matriz fica na rua Lima e Silva, 594, na Cidade Baixa -, a Colav desafia um mercado em forte expansão, puxada por franquias de modelos tradicionais do serviço e autoatendimento. Consumidores veem cada vez mais pontos pequenos sem atendendo, onde a pessoa opera o equipamento.
“O segmento de autoatendimento é bastante competitivo e acreditamos em qualidade aliada ao foco na experiência do cliente, que é o que temos feito desde o início”, resume Silva. A chegada ao Centro também marca “um novo ciclo do negócio”. A filial, na rua Fernando Machado, 919, foca uma região mais específica, na ponta do bairro, entre a avenida Borges de Medeiros e a Usina do Gasômetro, com pouca oferta do serviço. "A proposta é que nosso espaço, mesmo pequeno, atenda com eficiência a demanda local”, conceitua Silva.
O empreendedor investiu R$ 300 mil. O que mais pesou na montagem foi o valor dos equipamentos e maior custo de mão de obra e insumos “para deixar o espaço pronto e funcional”, detalha ele.
A nova marca que chega ao Centro reforça movimentos recentes de novos negócios na região. A coluna Minuto Varejo já mostrou a abertura da Confeitaria Maranghello, Mercado e Café Haiti e outras operações em diferentes segmentos, com muito foco em áreas como cosméticos, beleza, farmácia e alimentação.