"Está tomando conta e, independentemente de setor, tem de aprender como utilizar." O recado sobre os impactos da inteligência artificial (IA) foi dado pelo gaúcho Lucas Alban, sócio-diretor da Serafina Marketing, ao Minuto Varejo. "A gente já está incorporando a tecnologia em muitos processos e incentivando os clientes a estudar e usar. A ideia é que o fator humano seja sempre o mais importante e que tarefas mais repetitivas sejam feitas por IA", dá a dica Alban, que decidiu instalar a sede da agência, criada há oito anos, em Nova York para ampliar o mercado para mais clientes com perfil internacional, que já são a realidade do portfólio da empresa. O tema da IA foi destaque em evento de uma das marcas que a agência começou a atender logo que chegou, no começo do ano: a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, que atua fomentando conteúdos e assessorando empresas que querem estar no mercado norte-americano.
O nome Serafina, aliás, é uma homenagem à localidade onde Alban nasceu e onde sua família foi uma das fundadoras da indústria de cadernos Credeal, Serafina Corrêa, interior do Rio Grande do Sul. "É um tributo à cidade e trabalhamos com posicionamento de marca", explica o gaúcho, que passou a atender também o marketing digital de uma operação de brasileiros na cidade, a do restaurante Berimbau, com duas unidades em Manhattan. "O nosso coração é o marketing digital. Temos um time de 20 pessoas atendendo clientes em sete países, muitos de varejo. A gente nasceu internacionalmente, quando eu fazia mestrado na Suécia. Comecei conquistando algumas contas de lá. Quando voltei ao Brasil, a empresa virou Serafina", recorda o fundador.
O desafio da equipe comandada por Alban é levar às marcas estratégias que possam melhorar posicionamento em redes sociais, como ter um conteúdos e companhas que possam levar uma comunicação mais autêntica, menos formatada ou que passem uma imagem perfeita, diz ele. "Era aquele Instagram muito perfeito, aqueles vídeos de estúdio e onde os influenciadores ganharam voz. Agora a gente chega num momento em que tudo isso se mistura. Tem tanto canais onde as pessoas estão produzindo reviews, mas muitos são patrocinados, e daí nem tudo é confiável", comenta Alban. "A gente continua tendo as redes sociais como uma forma de fixar a marca, de a gente tentar conquistar espaço, mas cada vez mais tem o consumidor definindo o que quer", adverte o fundador da Serafina. "Existe uma certa descrença no que a rede social traz, e as marcas ficam um pouco na contramão disso.", confronta o gaúcho, que vê ainda uma volta com força das publicações impressas, o que abre espaço para o trabalho das marcas. Além disso, Alban acredita que combinar digital com ações promocionais, como de rua, também reforça e aproxima as operações de seus públicos.