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Patrícia Comunello

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Publicada em 23 de Junho de 2025 às 00:25

Alta da Selic deve afetar vendas do comércio no RS

Custo maior deve restringir os parcelamentos, reduzindo o consumo

Custo maior deve restringir os parcelamentos, reduzindo o consumo

/PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Os varejistas terão de ter muita calma e "barriga" no balcão (físico ou virtual) para domar adversidades na reta final de 2025. A elevação da Selic para 15% ao ano, maior em 20 anos, e ingredientes como inadimplência recorde (pessoas físicas e jurídicas) e inflação pegando mais alguns setores estão na vitrine do setor. A coluna conversou com dirigentes gaúchos para calibrar o impacto dos juros e como deve ser a condução dos negócios até dezembro. O afrouxo das taxas só deve vir em 2026 e, mesmo assim, condicionado à conjuntura interna e mais ainda à externa. O Minuto Varejo atenta para uma conduta que desponta com força nas datas promocionais: os parcelamentos com cartão. Isso já é da cultura de pagamentos dos brasileiros, mas o Pix vinha ganhando terreno, chegando a dominar em algumas campanhas. Agora virou mero coadjuvante. Nas vendas do Dia dos Namorados, oito em cada 10 consumidores usou cartão para comprar o presente, apontou o Sindilojas Porto Alegre. "Juro alto significa reduzir prazo. Se manter prazo, precisa cobrar juros. Se cobrar juros e diminuir prazo, diminui a capacidade de pagamento dos consumidores. Quanto menor o prazo, maior a prestação", lista Arcione Piva, presidente do SindilojasPOA. Algo como: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. "A consequência? Redução de vendas", antevê o sindicalista. Mesmo o esperado frio, não deve salvar o cenário de ânimo negativo. Produtos da estação têm valor maior, o que bate de frente com custo mais elevado do crédito para parcelar. "Teremos consequências negativas no varejo nos próximos meses", lamenta o presidente do SindilojasPOA. 
Os varejistas terão de ter muita calma e "barriga" no balcão (físico ou virtual) para domar adversidades na reta final de 2025. A elevação da Selic para 15% ao ano, maior em 20 anos, e ingredientes como inadimplência recorde (pessoas físicas e jurídicas) e inflação pegando mais alguns setores estão na vitrine do setor. A coluna conversou com dirigentes gaúchos para calibrar o impacto dos juros e como deve ser a condução dos negócios até dezembro. O afrouxo das taxas só deve vir em 2026 e, mesmo assim, condicionado à conjuntura interna e mais ainda à externa. O Minuto Varejo atenta para uma conduta que desponta com força nas datas promocionais: os parcelamentos com cartão. Isso já é da cultura de pagamentos dos brasileiros, mas o Pix vinha ganhando terreno, chegando a dominar em algumas campanhas. Agora virou mero coadjuvante. Nas vendas do Dia dos Namorados, oito em cada 10 consumidores usou cartão para comprar o presente, apontou o Sindilojas Porto Alegre. "Juro alto significa reduzir prazo. Se manter prazo, precisa cobrar juros. Se cobrar juros e diminuir prazo, diminui a capacidade de pagamento dos consumidores. Quanto menor o prazo, maior a prestação", lista Arcione Piva, presidente do SindilojasPOA. Algo como: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. "A consequência? Redução de vendas", antevê o sindicalista. Mesmo o esperado frio, não deve salvar o cenário de ânimo negativo. Produtos da estação têm valor maior, o que bate de frente com custo mais elevado do crédito para parcelar. "Teremos consequências negativas no varejo nos próximos meses", lamenta o presidente do SindilojasPOA. 
"Juros altos são sempre inibidores de consumo porque encarecem muito o crédito ou porque incentivam mais as pessoas e as empresas a aplicarem no mercado financeiro do que consumir ou produzir", acrescenta o presidente da CDL Porto Alegre, Irio Piva, que vê pela frente mais inadimplência, "que já está em níveis recordes". "A situação é preocupante. Vamos viver um período com dificuldades para vender e depois para receber", antevê Irio. "Daqui para frente, o lojista tem de cuidar do caixa para não precisar de empréstimos, controlar custos e cuidar do giro de produtos, pois estoque parado significa custo", enumera o dirigente da câmara: "É hora de ser criativo, focar nos detalhes e fazer o básico bem feito. Sem isso e com o dinheiro mais caro, podemos inviabilizar nossos negócios".
Ivonei Pioner, presidente da Federação Varejista do RS, lembra que juros altos afetam principalmente as pequenas empresas. "Investimentos para crescer, para modernizar, com uma taxa assim são repensados e, claro, muitos não serão feitos", acredita Pioner: "Essa nova elevação não estava na conta e vai dificultar ainda mais". "O nível de juros é um desestímulo para compras e ou investimentos", reforça o côro Vilson Noer, que preside a Federação AGV. "É uma remuneração que nenhuma empresa pode gerar no no seu Demonstrativo de Resultados (DRE)", cita Noer, sobre o fluxo de caixa e compromissos de qualquer negócio. "(Os juros) geram uma carga pesada e de mais endividamento para empresas e consumidores. Ou seja, é difícil vender a prazo e receber", endereça Noer, citando a herança da enchente como no Rio Grande do Sul, com "enormes rombos nas vendas". Noer diz que dados indicam queda nas vendas em maio - abril teve alta tímida de 1% segundo a Pesquisa Mensal dos Comércio, do IBGE, frente a março. "Quando parecia engrenar, agora novo choque", desabafa o dirigente.  

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