O mercado de imóveis de luxo é bem demarcado em Porto Alegre. São pelo menos sete bairros onde se concentram empreendimentos que ofertam unidades acima de R$ 2 milhões, recorte entre o alto padrão e segmentos de menor valor. A queda nos estoques de unidades também deve elevar a valorização desse setor nos próximos meses, projeta o Sinduscon-RS. De olho no comprador e momento de mercado, a Colnaghi Imóveis reeditou uma campanha focada em alto padrão. Na carteira à venda, uma cobertura no bairro Bela Vista tem o maior valor, mais de R$ 17 milhões. O Mês das Construtoras, que vai até o fim de julho, reúne justamente a indústria do setor, com 36 incorporadores e 54 empreendimentos, entre lançamentos e projetos em execução para os próximos anos. "A campanha chega para movimentar o mercado em tempos de juros altos e queda de cerca de 60% do financiamento bancário de imóveis prontos", observa o CEO da imobiliária, Paulo Colnaghi. Uma das vantagens na aquisição de unidades é que "o juro cai pela metade na fase de construção", indica o executivo. Essa condição está relacionada ao financiamento direto feito com as construtoras, associa o CEO.
"O comprador paga a metade do valor quando fecha o negócio e pode financiar o saldo em até 60 vezes. É uma janela de oportunidade grande, tanto para quem pensa na aquisição para morar como para investir", reforça Colnaghi. A meta em 2025 é chegar a vendas de R$ 123 milhões. Os empreendimentos se situam, além da Bela Vista, também nos bairros Petrópolis, Auxiliadora, Moinhos de Vento, Mont'Serrat, Boa Vista e Rio Branco. A campanha teve lançamento para o setor imobiliário, desde corretores a outros operadores. O presidente do Sinduscon-RS, Claudio Teitelbaum, comentou que o segmento de alto padrão se mantém estável, em meio a uma maior pressão, como juros e escassez de crédito para outras faixas de valores e rendas.
"É um dos mercados (alto padrão) responsáveis pelas maiores velocidades de venda. Hoje 50% do Valor Geral de Vendas (VGV) em Porto Alegre é do mercado de alto padrão", destacou Teitelbaum. O dirigente também observou que deve ter elevação nos preços de unidades, dentro da atualização devido ao aumento nos custos. Outro detalhe, que pode atrair compradores com recursos ou capacidade de buscar crédito, é que o valor do metro quadrado na Capital está menor comparando com Florianópolis e Curitiba. "Nos próximos meses, vamos ter uma subida no valor das unidades", aposta o dirigente. A queda no estoque de unidades, 28% menor, influência na valorização.