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A coluna foca novidades sobre operações, tendência e desempenho do consumo e traz olhar de quem empreende no varejo do Rio Grande do Sul, com conteúdo multimídia.
Publicada em 06 de Junho de 2025 às 21:06
Restaurante, cafeteria e Casa Cor: fluxo volta ao antigo Salgado Filho
Operação de gastronomia tem vista para a pista de pousos e decolagens e elementos inspirados em Nova York
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Patrícia Comunello
O antigo terminal do Aeroporto Internacional Salgado Filho voltou à vida e ao convívio com porto-alegrenses. A Casa Cor, mostra de decoração e arquitetura, recolocou no fluxo experiências memoráveis, que percorrem as operações que foram montadas para o ciclo da mostra, que vai até meados de julho, na Zona Norte da Capital.
O antigo terminal do Aeroporto Internacional Salgado Filho voltou à vida e ao convívio com porto-alegrenses. A Casa Cor, mostra de decoração e arquitetura, recolocou no fluxo experiências memoráveis, que percorrem as operações que foram montadas para o ciclo da mostra, que vai até meados de julho, na Zona Norte da Capital.
VÍDEO: Minuto Varejo mostra cafeteria, loja e restaurante na Casa Cor
Desde a entrada, com o mega painel do pintor Aldo Locatelli, até a beira da pista, o percurso vale muito a pena. Depois de percorrer espaços que antes eram dominados pelo vai e vem de passageiros, chegar até o restaurante Venzone Cucina, é uma experiência irresistível.
Na chegada, o painel gigante pintado por Alfdo Locatelli saúda visitantes
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Os frequentadores podem se sentar e aproveitar o cardápio bem de frente à pista de pousos e decolagens, vislumbrando aeronaves de diferentes portes. A iluminação de dia e mesmo de noite é única. A proximidade com a operação aeroportuária dá ainda mais autenticidade à conexão da Casa Cor com o antigo terminal.
O Venzone Cucina, encarado como o "restaurante-experiência", do grupo Venzon, é inspirado na cultura Italiana e história de Nova York. Os 250 metros quadrados têm boa parte da área dedicada a mesas e circulação e fica de frente à pista. Tem lounge, bar e área de jantar.
O Venzone respira o tema da mostra: Semear Sonhos. No percurso estético, referências a famílias italianas que imigraram para os Estados Unidos, dando origem a núcleos como a máfia, entre outras marcas da colonização e dos empreendedores precursores da Big Apple.
"A materialidade e a ambientação do espaço mergulham o visitante nesse universo entre as décadas de 1920 e 1970. Formas arredondadas e paleta retrô evocam com elegância o clima das antigas trattorias e clubes privados da época", descrevem os idealizadores do Venzone. Uma espécie de palco emoldurado por cortinas de veludo vermelho remete também aos antigos teatros, com reforço do "espetáculo, do visual ao gastronômico".
Bethina (esq.) e Luciane no espaço da cafeteria que resgata fluxos do antigo terminal
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Um uma das paredes tem grafites dominados por "frases inspiradoras", dizem os donos, com arte popular e contemporânea conectando com o passado. No centro do salão, está a escultura inspirada na frase do universo mafioso: "O silêncio vale ouro", reforçando o caráter narrativo do ambiente, explicam os empreendedores.
Chocólatras montou operação no saguão de chegadas e partidas do Salgado Filho
Onde o fluxo era intenso para embarques e desembarques agora tem uma ampla área com mesinhas, bancadas e uma cafeteria que oferta cardápio de tortas, entre elas uma em homenagem à Casa Cor, trufas e máquina de café. "É a primeira vez que estamos na Casa Cor e logo na entrada. O que é legal é que o público pode chegar, sem pagar ingresso, e aproveitar a instalação e depois fazer a visitação", explica Luciane Horch, proprietária e que também detém a operação do Praia de Belas Shopping.
São mais de 300 metros quadrados. Luciane diz que o investimento foi de R$ 70 mil para montar os espaços, com apoio "decisivo", diz ela, da organização da mostra. A influência das cores e grafismos que remetem a café estão em diversos murais nas paredes.
Banheiros que antes atendiam passageiros ganharam cores e releitura
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
As arquitetas Bethina Moreira e Patricia Strelow, que assinam a Chocólatras no antigo terminal, buscaram unir o passado, do lugar que atraiu tantos fluxos e frequentadores de muitas partidas e chegadas. "A gente trouxe desde as paletas de cores ao mobiliário, a organicidade e ambiente para ficar, com banco fixo, com ondulação. É um espaço de lounge, com mesas soltas e bancadas", conceitua Bethina.
"O mural é todo personalizado, todo pensado para esse espaço, trazendo animais e com animais que estão integrados ao ambiente."
No acesso aos banheiros, mais referências. O corredor ganhou uma espécie de túnel iluminado e, so fundo, uma frase que provoca o público: "Qual é o seu sonho". A ideia é do Café na Casa, com ligação ao cacau, está nas cores dos ambientes", explica a arquiteta.
Os lavabos seguem a instalação original, com menos unidades, mas que voltaram à cena do fluxo do terminal, agora como mostra de decoração.
Lisiara criou filme com uso de Inteligência Artificial para mostrar o desafio de pensar o futuro
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Loja de óculos com IA, sustentabilidade e provador imersivo
Prepare-se porque vocês agora vão ter uma experiência única numa loja montada dentro da Casa Cor. A coluna testou provador de óculos. Já ouviram falar? Quem comanda a cena é a assistente pessoal digital Alexa. A um pedido: "Ativar experiência", a tecnologia apresenta ao cliente o impacto das diferentes luzes de um dia, entre o amanhecer e a noite, dentro de um cubo vermelho.
É a trajetória do círculo circadiano, explica a arquiteta Lisiara Simon, que idealizou o espaço para a marca Gustavo Eyewear, que não tem ponto físico no Rio Grande do Sul, mas tem participado da mostra justamente para expor os modelos entremeados a ambientes com iluminação cuidadosa e propositiva, uso de materiais reciclados, como foco e sustentabilidade, e tecnologia.
"Você pode realmente entender tanto a lente quanto a estética do óculos, que, além de ser um acessório, nos faz ver. Então, é um acessório importantíssimo para nossa relação visual com o mundo", traduz a arquiteta. Este ano, Lisiara também apresenta um vídeo, feito a partir de inteligência artificial (IA), impactante, ao unir reflexões sobre passado e presente e como será o futuro.
"É um momento de introspecção através de um grande painel de LED onde foram criadas imagens de IA mostrando mundos utópicos, mas talvez não tão utópicos assim", provoca a profissional, da Trino Arquitetura. "O que a gente quer mostrar é que o futuro não foi construído. Temos o passado, para entendermos as coisas já feitas, e o presente, para termos atitudes positivas para o futuro que queremos construir", delineia Lisiara.
Do teto, com a frase de Santos Dumont, ao ambiente com foco em luz, sustentabilidade e imersão
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
A loja usa materiais que realçam as coleções, com diferentes designs e muitas cores, marca registrada de Gustavo Gonçalves. Os expositores têm cores e luzes que geram um jogo de reflexões visuais.
"A parede é como se fosse uma grande dobradura na cor cobre, com uma coleção de pedras. Como a prateleira é um triângulo já mostra todas as faces do óculos. Ou seja, o produto é muito valorizado", conceitua ela.
No paisagismo, mais simbologias e uso de soluções que levam o verde real para o interior do ponto de venda. São os jardins biofílicos, com iluminação que segue a mesma intensidade solar e permite que as plantas se reproduzam.
"A conexão com a natureza é super importante", sugere a arquiteta. No teto, uma frase de Santos Dumont, o pai da aviação, provoca mais o visitante: "Não se espante com a altura do voo".
Todos os materiais usados trazem com força a reflexão sobre sustentabilidade, que está inclusive no papelão usado na frase de Dumont. A arquiteta lança a provocação para varejistas se inserirem mais no tema, buscando alternativas. Na parede, está revestimento com louça cerâmica.
Na base e nos pés de mesas, o acrílico é feito de descarte, com muitos resíduos vindos do exterior. Uma indústria de São Marcos faz o processamento. "O acrílico fica perfeito, com cores incríveis", valoriza Lisiara. O mobiliário tem ainda matéria-prima feita a partir de árvores de Uva do Japão, espécie exótica que precisa ter controle no ambiente devido a desequilíbrios gerados à flora, explica a arquiteta.