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Patrícia Comunello

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Publicada em 22 de Maio de 2025 às 12:27

Arthur Igreja, na FBV: "Pequeno varejista tem equipe de IAs para facilitar a vida dele"

"A IA é algo tão grande quanto a internet. Não dá para deixar o tempo correr", alerta Igreja

"A IA é algo tão grande quanto a internet. Não dá para deixar o tempo correr", alerta Igreja

PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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A inteligência artificial (IA) é como o ditado: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. O recado foi mais ou menos esse de Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação e palestrante que subiu ao palco da Feira Brasileira do Varejo (FBV). Igreja deu recados sensíveis à plateia: os varejistas precisam acelerar o uso de IA, pois o consumidor está mudando o comportamento muito rápido, graças à adoção da tecnologia, cujo impacto é comparado com a da internet, mas um alento:
A inteligência artificial (IA) é como o ditado: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. O recado foi mais ou menos esse de Arthur Igreja, especialista em tecnologia e inovação e palestrante que subiu ao palco da Feira Brasileira do Varejo (FBV). Igreja deu recados sensíveis à plateia: os varejistas precisam acelerar o uso de IA, pois o consumidor está mudando o comportamento muito rápido, graças à adoção da tecnologia, cujo impacto é comparado com a da internet, mas um alento:
"Agora ele conta com uma equipe de IAs para facilitar a vida dele". 
Minuto varejo - IA: aliada ou ameaça?
Arthur Igreja - É uma ameaça quando a pessoa não usa ela como aliada. As pessoas têm uma certa fobia, um certo temor. Depois que começam a se acostumar, se aclimatar e a usar, percebem os benefícios. Daí, elas acham incrível. É algo muito novo. A parte boa é que, com ferramentas como o ChatGPT e outras que são muito fáceis, as pessoas estão se acostumando rapidamente.
MV - Quem está se adaptando mais rápido: as pessoas ou as empresas? 
Igreja - Quem está mudando mais rápido o comportamento é o consumidor, que consome de uma forma muito diferente do que consumia, pois as empresas de tecnologia estão trazendo com uma velocidade incrível. Quem será esmagado no meio do caminho? Justamente empresas, por exemplo, as varejistas, porque elas precisam, de um lado, endereçar esses anseios que são crescentes dos consumidores, que têm mais pressa, querem as coisas com muito mais agilidade, e, do outro, precisam entender porque nem toda a tecnologia lançada faz sentido. Eles precisam fazer essa peneira e ter sabedoria. Esse é um grande desafio.
MV - Onde está a maior dificuldade das empresas?
Igreja - Dentro do varejo, temos um impacto muito grande. Tem empresas que já estão fazendo um belíssimo trabalho. O Mercado Livre implementou uma solução que, quando uma pessoa está vendendo algo e demora para responder uma dúvida do consumidor, a IA vai lá e responde por ele. Isso é hiper-customização.
MV - O que empreendedores que estão ainda alheios às IA precisam fazer?
Igreja - Acelerar essa adoção. A IA é algo tão grande quanto a internet. Não dá para deixar o tempo correr. O pequeno empresário é o que mais se beneficia. Faço um paralelo com o que aconteceu com o software. Antigamente, só empresa gigante conseguia usar programas de gestão ERP, devido ao custo milionário. Nos últimos anos, os softwares passaram a ser licenças por usuários. Com isso, empresa pequena paga pouquinho, e a gigante paga bastante. É proporcional. No passado, só a grande podia ter um outdoor ou horário na TV. Agora, a grande tem um perfil no TikTok e um no Instagram, igualzinho ao pequeno varejista da esquina.
MV - Por que o pequeno tem tanta vantagem com a IA?
Igreja - Porque ele precisa fazer muita coisa ao mesmo tempo. É o financeiro, o marketing, cuida de compras e vendas. O tempo é mais escasso sem equipe para tudo. Agora ele conta com uma equipe de IAs para facilitar a vida dele. O problema é que, em vez de ser um robô, as IAs são complementares, como qualquer ferramenta tecnológica. Os saltos têm sido tão grandes que superam aquilo que a gente chamou, durante os últimos 75 anos, de Lei de Moore, pela qual a tecnologia, os processadores, ficariam 100% melhores a cada 12 ou 18 meses, caso do celular e computador. Com IA, isso está acontecendo a cada três  ou quatro meses, ou seja, um intervalo de tempo muito desafiador para saber o tamanho desse impacto.
MV - Guerra tarifária aberta pelos EUA, especialmente contra a China, e grande demanda de energia para rodar IA: como isso afeta a evolução dessa tecnologia?
Igreja - É difícil saber se a guerra tarifária vai parar em pé, porque já tivemos alguns recuos e postergações. Mas, definitivamente, temos uma guerra geopolítica e uma corrida pela IA. A China domina amplamente o número de patentes e balançou o mundo, em janeiro, com a chegada de DeepSeek, provocando queda das ações das companhias norte-americanas de IA. Alguns especialistas falam que a corrida espacial dos nossos tempos é a corrida da IA. Ela consome muita energia. Em cinco anos, o maior consumidor de energia do mundo vai ser a China, segundo Estados Unidos, terceiro Índia e, em quarto lugar, a IA. Um consumo do tamanho dos maiores países do mundo.

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