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Patrícia Comunello

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Publicada em 12 de Maio de 2025 às 00:25

Centro Histórico de Porto Alegre tem safra de novas lojas em sete anos

Cunha reforça estatística com registro para abrir o Mercado Café Haiti

Cunha reforça estatística com registro para abrir o Mercado Café Haiti

/PATRICIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
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Centro Histórico de Porto Alegre, rua Siqueira Campos, pertinho do Mercado Público: o que vai abrir onde foi o restaurante Petiskeira no passado e mais recentemente outro do setor, o Mama Mia, fechado pela enchente de maio de 2024? Mais importante, que a coluna Minuto Varejo mostra: o inquilino valida uma escalada de novas operações e nuances de negócios na região, que é coração da Capital. 
Centro Histórico de Porto Alegre, rua Siqueira Campos, pertinho do Mercado Público: o que vai abrir onde foi o restaurante Petiskeira no passado e mais recentemente outro do setor, o Mama Mia, fechado pela enchente de maio de 2024? Mais importante, que a coluna Minuto Varejo mostra: o inquilino valida uma escalada de novas operações e nuances de negócios na região, que é coração da Capital. 

Vídeo: Minuto Varejo mostra como var ser o Mercado Café Haiti 

"Vai ser o Mercado Café Haiti", avisa o proprietário Roberto Cunha, do veterano Haiti, situado na avenida Otávio Rocha, que completa 70 anos em 2025.
"Nada melhor do que marcar a data histórica com um novo projeto e no Centro de Porto Alegre", valoriza o empreendedor, que está investindo R$ 1,2 milhão na operação e abrirá 25 empregos. O futuro Mercado Café Haiti não é exemplo isolado de varejos se instalando no Centro.
Com registo na Junta Comercial em fevereiro, o futuro mercado, que deve abrir em junho, chancela números promissores sobre a expansão de atividades comerciais, apurados pelo SindilojasPOA, a pedido da coluna. A estatística, com base no banco de dados da Receita Federal, mostra que o pós-pandemia e cheia, período de 2018 a 2025, não arrefeceu a entrada de novos negócios na região.
O número passou de 10.925 empresas em operação em todos os setores em 2018, de comércio, serviços a Microempreendedor Individual (MEI), para 16.013 em 2023 (pré-enchente) e 18.407 em abril deste ano. A alta no número foi de 68,5% em sete anos, ficou em 46,5% pós-crise sanitária e 15%, entre 2023 e 2025.
O comércio seguiu a intensidade de variação semelhante nos três períodos: 66,7%, 46,7% e 13,6%, respectivamente. Em sete anos, foram 7.482 mais empresas no geral, 1.231 no comércio e 3.283 MEIs, somando os dois segmentos 4.514, mais da metade da expansão. O restante é serviços.
O economista do sindicato lojista, Rodrigo de Assis, responsável pela pesquisa, destaca que o varejo puxou a variação da abertura de negócios na região. Assis cita que a evolução também carimba mudanças no perfil de atividades.
No comércio, entram mais alimentos e bebidas (como o futuro Mercado Haiti e puxados pela demanda pós-Covid-19), artigos recreativos er esportivos, carnes e pescados, farmácias, telefonia e cosméticos. Outros ficam estáveis ou têm recuo, como móveis, eletrodomésticos e informática.
O economista cita ainda alta de 300% na base de MEIs, que passaram de 970, em 2018, para 4.253 este ano (até abril). Também vale olhar as diferenças nos períodos: 2018 a 2023, alimentos, telefonia e carnes e pescados ditaram o ritmo, com elevações de 84,1%, 83,8% e 110%, respectivamente. Entre 2023 e 2025, houve alta de 24% em pontos de cosméticos, validado por redes de outros estados.

Enchente deixa marcas um ano depois

O sindicato ouviu lojistas sobre efeitos da cheia. Quase 70% relata danos diretos, com queda de 50% nas vendas e movimento 25% menos. Um quarto dos ouvidos repensou o modelo de negócio, focando mais online, preços atrativos e até novas lojas. Mas 67,6% deles receiam nova enchente.
“Tem de fortalecer o apoio aos lojistas e ampliar o acesso à informação”, conclui o presidente do SindilojasPOA, Arcione Piva.
Cunha, que também foi afetado pela enchente na unidade da Otávio Rocha, a de sete décadas, vem com novo modelo de mercado e café para atingir tíquete maior.
"Nosso cardápio resgata a memória afetiva da comida da mãe e avó. Teremos área para quem quiser trabalhar", descreve.
O Don do Haiti conseguiu reduzir o aluguel do novo ponto, o que viabilizou o projeto, mas diz que a região precisa de mais serviços para ter fluxo. Enquanto isso não acontece, o empreendedor reforça uma certeza: "O centro de uma cidade nunca morre".

Trajetória da abertura de empresas de 2018 a 2025 no Centro de Porto Alegre

Número de empresas por ano e segmentos:
 2018: Geral (10.925), Comércio (1.846) e MEI (970)
 2023: Geral (16.013), Comércio (2.708) e MEI (3.041)
 2025: Geral (18.407), Comércio (3.077) e MEI (4.253)
Evolução nos períodos:
Geral: 68,5% (2018- 2025), 46,5% (2018-2023) e 15% (2023-2025) Varejo: 66,7% (2018-2025,) 46,7% (2018-2023) e 13,6% (2023-2025) MEI: 338,5% (2018-2025), 213,5% (2018-2023) e 40% (2023-2025)
Por segmento (2018 a 2025):
 Alimentos e bebidas: 151 para 331 (119,2%)
 Artigos recreativos e esportivos: 29 para 70 (141,4%)
 Carnes e pescados: 20 para 42 (110%)
 Cosméticos, perfumaria e higiene pessoal: 55 para 107 (94,5%)
 Farmácias: 288 para 448 (55,5%)
 Padaria e confeitaria: 41 para 76 (85,4%)
 Telefonia e comunicação: 68 para 125 (123,5%)
 Utilidades domésticas: 296 para 503 (70%)
 Vestuário e acessórios: 428 para 751 (75,5%)
Fonte: Economista Rodrigo Assis, SindilojasPOA

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