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Patrícia Comunello

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Publicada em 10 de Março de 2025 às 00:23

Mulheres têm mais empatia e liderança nas empresas, diz fundadora do hub ILoveMyJob

"Incentivo do governo e de empresas para mulheres empreendedoras ainda é pequeno", lamenta Angélica

"Incentivo do governo e de empresas para mulheres empreendedoras ainda é pequeno", lamenta Angélica

LUCIANA SÁLVARO/DIVULGAÇÃO/JC
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Onde as mulheres podem ter mais espaço e oportunidade para impactar os negócios? A fundadora do hub de marca empreendedora do Brasil, ILoveMyJob, a gaúcha Angélica Madalosso, aposta que características como empatia e liderança são vantagens frente aos homens. Mas há ainda muito terreno a conquistar, alerta Angélica.
Onde as mulheres podem ter mais espaço e oportunidade para impactar os negócios? A fundadora do hub de marca empreendedora do Brasil, ILoveMyJob, a gaúcha Angélica Madalosso, aposta que características como empatia e liderança são vantagens frente aos homens. Mas há ainda muito terreno a conquistar, alerta Angélica.
A fundadora dos hub Angélica cita que as mulheres são pouco mais de 35% dos empreendedores gaúchos, segundo o Sebrae, com dados de 2023. Além disso, apenas 20% dos negócios liderados por mulheres acessam recursos. Mais de 654,3 mil mulheres estão à frente de negócios, segundo o Relatório de Empreendedorismo Feminino do Sebrae, de 2023.
O hub vai promover em 21 de março o Encontro da Mulher Empreendedora RS, com inscrição gratuita. São 20 vagas. O evento vai das 18h30min às 21h
, na sede do hub, na avenida Carlos Gomes, 1859, sala 408.  
"A iniciativa busca conectar empresárias que enfrentam dificuldades para crescer no mercado e querem trocar experiências sobre estratégias para expansão, captação de clientes e liderança feminina", comenta Angélica. O ILoveMyJob já atendeu marcas como Natura, iFood e Raízen. O hub atua com mais de 20 empresas, além de já ter formado mais de mil profissionais em cursos especializados.
Minuto Varejo - Como surgiu a ideia do hub?
Angélica Madalosso - A Love My Job nasceu depois de uma pós-jornada de intraempreendedorismo. Percebi que tínhamos uma oportunidade para ter parceiros e empresas especialistas, ajudando as empresas a serem mais atrativas e a encontrarem pessoas mais conectadas com seus alunos. Uma das coisas que me ajudou muito a ter essa coragem foi a maternidade. Após o nascimento da minha primeira filha, consegui ter mais clareza sobre o meu potencial de suportar e ser resiliente aos mais diversos desafios, que é o que um empreendedorismo exige da mulher, além de me enxergar como uma mulher criando um negócio do zero. 
MV - Há presença forte no varejo, por exemplo? Quais são as dificuldades que empreendedoras enfrentam para ocupar mais espaço?
Angélica - As mulheres estão mais presentes no setor do varejo, porque é um modelo de negócio que acaba sendo mais simples. A mulher sente mais autonomia para poder empreender. Serviços, como o setor de estética e bem-estar, também são majoritariamente tocados por mulheres. Para se ter ideia de como ainda há muita oportunidade de espaço para o impacto da presença feminina, dado do Sebrae mostra que apenas 20% dos investimentos feitos em empresas são para negócios liderados por mulheres. A gente percebe que cerca de 80% dos aportes são em empresas comandadas por homens. Ou seja, onde há mais impacto financeiro ainda os homens dominam. Aqui, vemos uma oportunidade grande para que as mulheres estejam cada vez mais em setores que, de fato, alavancam a economia.
MV - Falando de carreiras/oportunidades: estamos muito longe de ver as mulheres com oportunidades iguais as dos homens? 
Angélica - O empreendedorismo é uma carreira que, muitas vezes, passa a ilusão de oferecer flexibilidade. Mas significa um compromisso enorme, com as pessoas que você contrata, com quem compra de você e com a comunidade impactada pelo seu negócio. Acredito que o incentivo do governo e das empresas ainda é pequeno para que mais mulheres possam construir uma carreira empreendedora. Como criar incentivos que as ajudem a equilibrar as responsabilidades da maternidade com os desafios do empreendedorismo.
MV - Quais as vantagens de ter mais mulheres na força de trabalho?
Angélica - Hoje quando se olha para o que os talentos valorizam dentro de uma empresa, muito se fala em gestão empática, liderança próxima e aberta e que as mulheres têm mais poder de escutado que os homens. A vantagem de ter mais mulheres no ambiente corporativo é justamente devido à essa postura humanizada que vem sendo um grande diferencial competitivo nas empresas no quesito de atração e fidelização de talentos. Mais de 70% das nossas promoções foram destinadas a mulheres, e isso é algo que valorizamos muito. Inclusive, já promovemos profissionais gestantes. Além disso, contamos com iniciativas como bolsas exclusivas para mulheres em nossas certificações para ampliar suas oportunidades no mercado de employer branding.

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