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A coluna foca novidades sobre operações, tendência e desempenho do consumo e traz olhar de quem empreende no varejo do Rio Grande do Sul, com conteúdo multimídia.
Publicada em 04 de Fevereiro de 2025 às 13:00
Candidatos empatam na eleição mais disputada da história da Agas: e agora?
Peruzzo (esq.) e Longo protagonizaram disputa mais acirrada da entidade
AGAS/DIVULGAÇÃO/JC
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Patrícia Comunello
Resultado inesperado na eleição mais disputada da história da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). Os candidatos à presidência Antônio Cesa Longo (rede Apolo), atual presidente, e Lindonor Peruzzo Júnior (rede Peruzzo), que também faz parte do comando da entidade, terminaram empatados na votação nesta terça-feira (4) em Porto Alegre. Foram 61 votos para cada um. E agora?
Resultado inesperado na eleição mais disputada da história da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). Os candidatos à presidência Antônio Cesa Longo (rede Apolo), atual presidente, e Lindonor Peruzzo Júnior (rede Peruzzo), que também faz parte do comando da entidade, terminaram empatados na votação nesta terça-feira (4) em Porto Alegre. Foram 61 votos para cada um. E agora?
VÍDEO: Colunista do Minuto Varejo analisa eleição na Agas
Informação da Agas é que não há uma regra prevista no estatuto da entidade para desempate. A decisão sobre como vai ser resolvida a disputa ao comando da principal entidade ligada a supermercados do Rio Grande do Sul vai ser do conselho superior da associação. Os 10 integrantes devem encaminhar uma nova eleição para decidir o impasse, apurou a coluna. A reunião do órgão superior deve ser na semana que vem, diz a associação.
O conselho tem 10 integrantes: Longo, Ademar Pedro Cappellari, Cláudio Ernani Neves, José Luiz Righi, Lindonor Peruzzo (pai de Peruzzo Junior), Luiz Carlos Carvalho, Paulo Fernando Pfitscher, Olirio Bortolon, Santo Assis Beltrame e Ugo Dalpiaz.
"Tem de ter nova eleição", defende Peruzzo Junior, que estima que duas semanas serão suficientes para fazer campanha e reforçar a busca por apoios. Já de olho em mais um possível "segundo turno" da disputa, o candidato da oposição acredita que o empate sinalizou para um apoio à renovação:
"Metade, pelo menos, dos supermercadistas não está contente com o que está acontecendo dentro da nossa entidade e isso nos dá mais gás para buscar a mudança". Peruzzo também cita que houve antecipação do dia da votação e que o empate permite mais espaço para levar as propostas: "Vamos ter igualdade de tempo para trabalhar. Vamos vir muito forte", avisa o supermercadista da rede de Bagé.
"A Agas teve uma eleição histórica e democrática, que acabou empatada entre as duas chapas concorrentes. Agora, caberá ao departamento jurídico a avaliação sobre os próximos passos e em que formato será decidido este pleito", projeto Longo.
"Vai ser voto a voto", avisou uma fonte que acompanha de perto a sucessão histórica, antes de abrir a votação que durou três horas. Logo depois foi feita a apuração. Dos 122 votos, estima-se que 35% tenham sido da Capital. Apenas 190 dos 720 associados estavam aptos a votar. Precisa ter três anos de associação e estar em dia com as mensalidades para participar. É um votante por CNPJ.
Sede da Agas ficou movimentada em dia de votação presencial para a direção
AGAS/DIVULGAÇÃO/JC
Longo está à frente da associação desde 2003. O mandato é de dois anos. É a segunda vez que o atual grupo da Agas tem adversário. Em 2006, Otávio Weiland se candidatou. Mas desta vez é diferente. Peruzzo Junior está na atual diretoria e decidiu liderar o grupo que formou a oposição. O Minuto Varejo ouvir de fontes que as divergências entre os dois grupos estão muito ligadas ao perfil de atuação.
Longo é mais conciliador, e Peruzzo deve vir, caso eleito, com linha mais combativa em negociações com o governo estadual. O tema do ICMS é o mais relevante. O vice-presidente da rede de Bagé se licenciou da vice-presidência da Federasul para concorrer na Agas.
Longo, chapa 1, aposta nas entregas em mais de duas décadas, como maior "força em todos os níveis governamentais, seja no País, Estado ou nos municípios".
A coluna apurou que os dois candidatos dividem apoios entre pequenos e jovens supermercadistas. A Agas Jovem foi criada pelo grupo que dirige a entidade e com foco em formar novas lideranças em redes familiares, marca registrada das empresas gaúchas.
Longo está há mais de 20 anos no comando. Ele tem apoio de grandes redes, como Companhia Zaffari, Comercial Zaffari, Unidasul, Imec e Asun, que são os maiores do setor no Estado, sem contar o braço do Carrefour. Peruzzo tem aliados como Andreazza, de Caxias do Sul, Tischler, de Cachoeira do Sul, e Supermago, da Capital.
Recentemente, também foi reeleito como vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Ele ocupa o posto já mais de 10 anos. Longo é cotado para disputar no futuro a presidência da Abras. O último gaúcho a presidir a Abras foi João Carlos de Oliveira, de 2003 a 2006. Antes Paulo Afonso Feijó, que chegou a ser vice-governador no governo de Yeda Crusius (2007-2010), tinha ocupado o cargo, de 1995-1998.
Expansão de ataremos marca o setor de supermercados gaúcho no anos recentes
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
A entidade supermercadista não é a única que vem protagonizando disputas mais acirradas, sem nomes de consenso. Na Federação das Indústrias do RS (Fiergs), o vencedor e já presidente da entidade foi Cláudio Bier, que vem do ramo de equipamentos para agronegócio, não era apoiado pela situação, que tinha à frente o ex-presidente Gilberto Petry.
O setor supermercadista gaúcho faturou mais de R$ 60 bilhões em 2023 (dados de 2024 ainda não foram fechados), tem quase 7 mil lojas e 152 mil empregados. Também vem surfando uma onda de crescimento acima da inflação desde da pandemia de Covid-19. Grupos maiores mantêm expansão com foco em atacarejos, mas também têm surgido novas lojas de bairro, os dois modelos que se firmam na preferência de consumidores.