Já pensou em entrar em uma agência bancária e pedir um capuccino ou um café gelado e um croissant na cafeteria ao lado da porta? Ou se acomodar em mesas e sofás confortáveis para trabalhar, usar internet de graça e se proteger do inverno ártico que atinge Nova York? O mesmo ambiente poderia estar em Porto Alegre, mas com arzinho frio, porque é verão na capital gaúcha? A coluna Minuto Varejo acredita que sim. Há, inclusive, bancos brasileiros que entraram por esse modelo.
A coluna conheceu em Manhattan, em uma esquina mega bem localizada, ao lado do Central Park e da Columbus Circle, a agência que em nada lembra banco, mas que é banco, acredite. "Parte café, parte banco, totalmente seu" (em inglês, Part cafe, part bank, all yours), é estampado na fachada envidraçada do Capital One, que montou a operação mais recente no coração de Manhattan.
Para clientes, tem outro atrativo. O café tem desconto de 50%. Detalhe: é um café de qualidade, o que nem sempre se encontra em Nova York. A instituição fez parceria com a Verve Coffee, que surgiu na Califórnia, nos anos 2000, e ganhou fama pela procedência de grãos e elaboração da bebida.
Na fachada, o Capital One avisa ao público: "Parte café, parte banco, totalmente seu"
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Só o detalhe do desconto no preço já vale porque tomar um café em tempos de inflação alta no país nos anos recentes, mais que dobrando de preço em algumas categorias, é uma boa vantagem para clientes locais. O visitante aproveita o ambiente, além dos itens da cafeteria.
Mas voltando à agência de banco que em nada lembra um banco. O Capital One tem mais três unidades como a da rua 60, que abriu em novembro do ano passado. No ponto, tinha uma Starbucks, famosa rede que tem unidades no Brasil.
Mas o local é bem maior. Os atendentes recebem o público, indicando que pode aproveitar o local. Não oferecem produtos. O Minuto Varejo conversou com um deles que explicou que a ideia não é vender seguro, abrir conta ou algum tipo de investimento. Caso alguém pergunte ou queira mais informações relacionadas ao banco, ele auxilia e dá consultoria das opções.
Estudante Christie migrou a conta par o banco e usar a estrutura reservada para fazer atividades
PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Além de cafeteria e mobiliário, também há duas cabines para reuniões e conversas reservadas, que ficam mais ao fundo. Foi nesta área que a coluna conheceu a estudante de Engenharia de Software Christie Valentin, que também toca piano. Ela reservou a sala para ver vídeos e fazer outras atividades.
“Nunca tinha imaginado fazer isso em um banco. A sala é ótima, silenciosas confortável", descreveu ela. "O espaço todo é muito legal, a cafeteria, o ponto onde está", acrescentou a estudante, que já tinha mais reservas para usar outros dias.
A jovem, que mora no Queens, um dos distritos nova-iorquinos, fora da ilha, conta que era cliente do Bank of America e que trocou pelo Capital One. Um dos motivos foi ter a possibilidade de utilizar esse tipo de ambiente e ter a vantagem de descontos.
Estes modelos de banco estão em outros locais. Em Nova York, são quatro pontos da bandeira. Um quinto vai abrir justamente no Queens este ano. O Capital One estreou o formato em 2016. Depois outros concorrentes, como o Chase, também seguiram a ideia, lembrou o atendente, valorizado que o concorrente "está copiando o que é bom". Ele também comentou que um dos motivos de o espaço ter dado certo é que as "pessoas ficam felizes de poder aproveitar as instalações".
Aliás: a coluna tinha entendido que não haveria estrutura com atendimento de banco, mas tem e é mega discreta. Fica nos fundos e também não lembra uma agência. É semelhante a casas de câmbio. A área funciona das 9h às 17h, de segunda a sexta. Ja o café abre diariamente, das 9h às 20h.