"Produzimos a primeira garrafa de Coca-Cola pós-enchente", comemorou o diretor de marketing da fabricante na operação da Coca-Cola Femsa no Brasil, Luiz Fernando Mattos. "Mas ainda está em testes. A gente espera que, agora em dezembro, já possa produzir e servir o povo gaúcho", projetou Mattos, à coluna Minuto Varejo.
Nesta quinta-feira, o executivo acompanhou o mutirão de pintura e melhorias que a marca promoveu em um mercadinho que foi inundado na enchente de maio na Zona Norte de Porto Alegre. A intenção é fazer a ação em 10 estabelecimentos, que já tiveram reposição de estoques e de equipamentos, como geladeiras, para poder recuperar capacidade de venda de itens.
A fábrica ficou completamente inundada por 33 dias entre maio e começo de junho deste ano. "Perdemos tudo", disse o diretor, confirmando que a unidade teve de ser remontada. São seis linhas de produção e 102 apresentações diferentes de produtos, entre refrigerantes Coca-Cola, Sprite, Fanta e Charrua e sucos da marca Del Valle.
A primeira, que responde por 10% da capacidade, começou a encher frascos nessa quarta-feira, contou o executivo. O dano foi tão extenso que houve troca de equipamentos, sistema informatizados e também de piso na unidade às margens da BR-290 (freeway).
Em setembro, a direção da companhia informou aporte de
R$ 886 milhões no Rio Grande do Sul nos próximos cinco anos, a maior parte para recuperação de operações afetadas pela enchente. Os investimentos em novas máquinas devem elevar a produtividade do parque industrial.
Sem produtos locais, o abastecimento é feito desde o perimir semestre por outras operações, como a de Santa Maria, no Estado, e de Antônio Carlos, em Santa Catarina. A fábrica só voltará a operar 100% até abril e deve ter normalização total até o fim do primeiro semestre de 2025.
Enquanto busca reativar o nível de produção na Capital, a companhia eleva a produtividade da fábrica de Santa Maria e também tem buscado suporte de envio de produtos de unidades do Paraná, Rio de Janeiro e de Goiás, segundo Mattos.
O diretor comenta ainda que foi feita redução do tamanho de embalagens e número de sabores de bebidas para aumentar a capacidade das fábricas que estão suprindo o abastecimento que seria feito pela Capital. Também está sendo feita a importação de produtos de bases situadas na Argentina e no Uruguai.
"Tudo para reduzir o impacto ao consumidor. A importação acaba em dezembro, com a maior oferta em Porto Alegre", informa o diretor de marketing. A expectativa é que as outras fábricas do Sul, do Brasil mais a reativação progressiva da planta na Capital atendam à demanda.
A paralisação da fábrica e até acertar o suporte de outras unidades geraram perda de fatia do mercado momentânea. O executivo explicou que a retomada ocorreu rapidamente e já foi recuperada.
O Minuto Varejo chegou a mostrar prateleiras de supermercados vazias onde normalmente estariam disponíveis produtos da marca, devido à interrupção da produção na Capital e de bloqueios e dificuldades de abastecimento. A Femsa não chegou a informar o valor do prejuízo com a inundação.