O que fará alguém entrar em uma loja física em 2024? Em Nova York, a flagship da gigante automotiva sul-coreana Hyundai vai tão além que a instalação na região oeste de Manhattan, na décima avenida, parece tudo menos um ponto de venda. Não é mesmo, mas é o começo da venda de modelos de luxo da marca. A comitiva gaúcha que faz a imersão na temporada em Nova York, conheceu a Genesis House e saiu impactada do espaço.
A Genesis House foca moda com indústria automotiva, cultura temperada com gastronomia. É um mix que arrebata quem entra na mega área, com vista para um dos pontos turísticos mais recentes da Big Apple, a Little Island, uma ilha artificial assentada sobre cones de concreto que parecem flutuar sobre o rio Hudson.
Fabiano Zortéa, coordenador de varejo do Sebrae-RS, explicou por que a flagship entrou na lista de visitas técnicas de 2024: "Vamos ver como dar motivos para um cliente vir a uma loja física de uma forma mais natural. A loja foi aberta em 2019 com vários propósitos. Um deles promover a cultura sul-coreana, da hora do chá, da gastronomia à literatura e arquitetura".
"Através da cultura, da culinária e dos chás, eventos cm arte coreana conseguem dar motivos para pessoas virem e assim tem contato visual com os carros, com pinturas estilizadas com moda e muita cor, e recursos imersivos", descreve Zortéa.
E a loja que vende o produto, que é uma das marcas de luxo da Hyundai?
"A concessionária mais tradicional está aqui do lado", avisa Zortéa. "Elas (pessoas) vêm antes aqui, colocam a marca no coração por meio dos sentidos, o que pode despertar interesse em fazer um test-drive, que é possível indo até a loja", conecta o especialista em varejo.
"A Hyundai é um exemplo de ações e estratégia para colocar a marca em uma posição muito especial", resume o coordenador do Sebrae-RS.
O teto de madeira que cobre os espaços da sala de chá, biblioteca e restaurante, no segundo piso, cria um efeito visual como se a cobertura flutuasse, com detalhes como a ausência de ferragens na estrutura em carvalho (oak, em inglês), sem pregos ou outros arranjos de fixação. Os blocos são encaixados de forma perfeita.
"É feito desta forma para que a cobertura possa se movimentar em caso de tremores, como terremotos, que são fenômenos que podem ocorrer em países como o Japão", explica a arquiteta especializada em design para varejo Ana Lubianca, da Lubianca Arquitetos, que está na comitiva gaúcha em Nova York.
"É um show room diferenciado, onde a criatividade e o futuro estão presentes. As inovações, em todos os sentidos, são fantásticas, e serve mais para divulgação, do que como loja", diz um dos vice-presidentes da Fecomércio-RS Giraldo Sandri, do Sindilojas da região de Lajeado.