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Minuto Varejo

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- Publicada em 13 de Junho de 2023 às 10:04

Ex-camelôs que atuam no Pop Center pedem retirada de ambulantes do Centro de Porto Alegre

Participantes usaram adesivos na boca com número da lei que retirou camelôs da rua em 2009

Participantes usaram adesivos na boca com número da lei que retirou camelôs da rua em 2009


LEONARDO BANDEIRA/DIVULGAÇÃO/JC
Um protesto inusitado marcou a largada da manhã desta terça-feira (13) no Centro Histórico de Porto Alegre. Lojistas que atuam no Pop Center, ex-camelódromo, fizeram ato nas escadarias do prédio cobrando que a prefeitura da Capital atue contra a operação de ambulantes na região que acaba afetando as vendas do complexo com mais de 600 lojistas já formalizados.
Um protesto inusitado marcou a largada da manhã desta terça-feira (13) no Centro Histórico de Porto Alegre. Lojistas que atuam no Pop Center, ex-camelódromo, fizeram ato nas escadarias do prédio cobrando que a prefeitura da Capital atue contra a operação de ambulantes na região que acaba afetando as vendas do complexo com mais de 600 lojistas já formalizados.
Segundo manifestantes, maior parte que já foi camelô e hoje ocupa espaços com registro como empresa ou MEI no Pop, a lei que retirou os ambulantes das ruas em diversas áreas do Centro e transferiu ao empreendimento não está sendo cumprida. Em 2009, os ex-camelôs tiveram de sair das ruas, e o prazo, lembram os atuais ocupantes do Pop, foi de 24 horas.
"O poder público tem feito vista grossa para a proliferação de camelôs nas ruas do centro da cidade, problema que já havia sido controlado no passado, mas, por conta do descumprimento da Lei 10.605, voltou a afetar quem cumpre a lei", dizem os lojistas, em nota.
Vendedores informais estão nas calçadas e vias nos pontos com maior fluxo e, consequentemente, comércio, em meio às obras do Quadrilátero Central - que também afetam a comercialização. A prefeitura não tem um número de camelôs hoje nas região, mas a percepção é que a informalidade ganhou força pós-pandemia.
Atuando no Pop desde 2009 e, antes disso, ambulante por 25 anos na rua Marecham Florano e Praça XV, Gilberto de Araujo, dono da Natural Sul, diz que a concorrência afeta as vendas, com queda de 30% frente a 2019. Além dos informais, também as obras do Centro e a conjuntura econômica contribuem para negócios mais fracos. O protesto, explica Araujo, é foi um alerta:
"Não queremso que feche o Pop. Não quero voltar para a rua", avisa o ex-ambulante, que ao longo do tempo foi alugando mais espaços e hoje tem 60 metros quadrados de área de venda. Araujo lembra que há quase 200 unidades vazias no empreendimento que poderiam ser destinadas a quem está na rua. "Vim para cá sem CNPJ e montei minha empresa familiar", conta.
Com mais lojistas no empreendimento, o donovda Natural Sul acredita em redução de custos para o condominio. Para Araujo, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico poderia criar incentivos a novos ocupantes. Uma das noviades que anima o segmento é a abertura da unidade do Tudo Fácil dentro do complexo, em área que foi restaurante e estava fechada há anos.
O Tudo Fácil, que oferta serviços públicos, gera fluxo de pessoas, que é tudo o que o Pop busca. "Deve abrir em julho e vai ser muito legal para todos nós."
Douglas Martello, secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, admite dificuldades de combaer a proliferação de ambulantes e diz que "é um problema mundial". "Temos feito ações permanentes de conscientização, levando equipes da Sala do Empreendedor a campo para regularizar os ilegais, mas muitos não querem se formalizar", observa Martello.
Fiscalização da pasta e Guarda Municipal também agem para coibir e retirar alguns ambulantes das ruas, diz o gestor.
Outra ideia é limitar o perímetro e tipo de produtos para a venda ilegal, evitando disputa direta com o comércio estabelecido, mas o secretário adjunto diz que a medida tem pouco efeito. Até porque os ambulantes precisam estar onde tem fluxo, que é onde fica o varejo legalizado.
"Sabemos que o Pop Center é um dos que mais sofre, tentamos reduzir, mas o ambulante é assim: retira de um ponto e se realoca em outro ponto", descreve Martello. Sobre a possibilidade de camelôs de 2023 migrarem ao complexo, o secretário adjunto cita que há gestões para isso, em conversas com o concessionário do Pop.
"A direção deu carênca deu seis meses nas taxas para quem quiser migrar. Alguns chegaram a ir. Tambem temos microcrédito sem juros para ajudar, mas o ambulante está acostumado com a informalidade", contrasta Martello.