Quem atrasa mais o pagamento de contas no Rio Grande do Sul? Dados apurados no mais recente Indicador de Inadimplência da CDL Porto Alegre apontou as faixas de idade que mais têm débitos. Quase 50% da inadimplência em julho no Rio Grande do Sul estava concentrada em consumidores entre 25 anos e 44 anos.
Pelos dados, que usam como base a Boa Vista Serviços, que reúne maior parte de fluxo de crédito e pagamentos dos maiores varejistas e que consequentemente respondem pela cobertura mais abrangente de clientes no negativo, a faixa respondeu por 47,3% do contingente em atraso. Os que menos atrasam, no sentido oposto, estão em dois recortes: 18 a 20 anos (2%), a partir de 78 anos (3,1%) e 60 a 64 anos (5,8%).
Num raio-x mais de perto, por faixa, consumidores gaúchos entre 25 e 29 anos lideram nos atraso: 12,5% do contingente. Logo depois vem quem está com 30 a 34 anos (12,1%), seguido por 35 a 39 anos (11,7%) e 40 a 44 anos (11,0%).
Na Capital, alteram-se as ordem e proporções, com pessoas com 35 a 39 anos liderando: 11,6%. Depois, vem o grupo com 30 a 34 anos (11,4%), 40 a 44 anos (11,3%), e 25 a 29 anos (11,1%).
Segundo o Núcleo Econômico da CDL-POA, que apura o indicador, lançado em abril, o percentual de pessoas físicas com algum tipo de limitação em crédito, cheque ou protesto somou 29,4% no Rio Grande do Sul e 31,6% em Porto Alegre em julho.
"Além de superarem a média nacional (28,7%), ambos os percentuais são os maiores desde o início do levantamento, em fevereiro", destacou o núcleo, em nota para a coluna Minuto Varejo.
No mês passado, 2,634 milhões consumidores acima de 18 anos residentes no Estado apresentavam atrasos. Na Capital, a condição atingia 368,4 mil adultos.
"Na transição de junho para julho, 8.959 gaúchos passaram a integrar esse grupo. Segundo o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank. A situação é efeito de preços elevados, mesmo com recuos em alguns segmentos, como combustíveis, que mantêm a pressão no orçamento familiar.
“Os efeitos defasados do aumento de juros sobre a atividade continuam a pesar negativamente. Além disso, o mercado de trabalho, a despeito da forte retomada, segue gerando renda inferior ao período pré-pandêmico, em função dos patamares consideráveis de informalidade e da inflação alta”, explica Frank.