A Polícia Civil de São Paulo analisou imagens registradas pelas câmeras internas de segurança da empresa de tecnologia C&M Software (CMSW) para desvendar parte do ataque hacker que desviou pelo menos R$ 800 milhões de instituições financeiras no início da semana passada, o maior crime do tipo já registrado no País.
A Polícia Civil prendeu João Nazareno Roque, que tem 48 anos e atua como programador júnior terceirizado na C&M. Segundo a investigação, ele recebeu R$ 15 mil para repassar aos criminosos seu login e senha funcionais. A empresa de tecnologia interliga instituições financeiras aos sistemas do Banco Central, incluindo o Pix.
O desvio de valores de contas da C&M, empresa que conecta bancos e fintechs ao sistema PIX, do Banco Central (BC), já é considerado o maior golpe sofrido por instituições financeiras no Brasil, de acordo com a Polícia Civil de São Paulo. A investigação aponta que as operações foram todas feitas com Pix.
Uma das contas a que os montantes foram destinados foi bloqueada com R$ 270 milhões. Houve também o congelamento de R$ 15 milhões em criptomoedas.
A C&M Software é uma prestadora de serviços multinacional que, no Brasil, fornece a infraestrutura para interligar algumas instituições financeiras ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). De acordo com a Polícia Civil, eles prestam serviços para 23 companhias. Também foram confirmadas como vítimas a Credsystem e o Banco Paulista.