O Centro de Inovação e Tecnologia (CIT) de Novo Hamburgo iniciou a segunda fase de sua operação. A etapa marca a transição da gestão para a Prefeitura e estabelece um modelo público com metas de captação de recursos, regulamentação de políticas de incentivo e adoção da inovação como estratégia para o desenvolvimento econômico.
Entre os compromissos assumidos estão a criação de um Escritório de Projetos, a operação do Fundo Municipal de Inovação e a integração do CIT a redes nacionais como a Rede Gaúcha de Incubadoras e Parques Tecnológicos (Reginp) e a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).
Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo de Novo Hamburgo, Daiana Monzon, a primeira fase permitiu colocar o projeto em operação, mas apresentou limitações que impediram sua consolidação como política pública.
“O modelo anterior não permitia acesso a recursos públicos e funcionava com base em aportes privados que tinham prazo de validade. Identificamos ainda a ausência de um plano de negócios estruturado e descentralização de despesas”, afirma.
A fase 2 prevê a captação de até R$ 2 milhões via emendas parlamentares, editais e parcerias. Outra ação planejada para esta etapa é a implementação da nova Lei de Incentivos Fiscais do município, com redução de tributos como ISS, IPTU e ITBI para atrair empresas inovadoras.
Além disso, o plano abrange a inclusão de programas estruturantes no Plano Plurianual (PPA), voltados à formação de talentos e ao apoio a startups. Nessa etapa, ainda devem ser criados um sandbox regulatório e o Fundo Municipal de Inovação.
Inaugurado em outubro de 2024, o CIT foi inicialmente estruturado com apoio técnico da consultoria Numerik e da Fundação Certi, em parceria com o Sebrae. Na primeira fase, o projeto foi vinculado à Fenac, empresa de capital fechado.
Daiana explica que o projeto para este novo momento do CIT buscou inspiração em ecossistemas de inovação que se tornaram cases internacionais de sucesso, como Medellín (Colômbia), Barcelona (Espanha), Porto Digital (Recife), MaRS Discovery District (Canadá) e Station F (França).
A ideia, agora, é incrementar ações já em andamento, como o CIT 360, realizado em parceria com o Sebrae, e acrescentar outras iniciativas. Uma das propostas é promover “CIT talks” na área de comércio, indústria, varejo e métodos ágeis.
“Esta etapa envolve uma nova estrutura de política pública, que tem o objetivo de fortalecer o CIT de forma permanente, de modo a deixar um legado para além das gestões municipais. O foco é criar condições para que o centro tenha autonomia, sustentabilidade e capacidade de gerar oportunidades de desenvolvimento para a cidade”, reforça a gestora.
A fase 2 do CIT está projetada para ser concluída até 2026, e é uma vista pela administração como um caminho para estimular a inovação em um conceito mais abrangente e prático, com potencial para impactar negócios e movimentar a economia da cidade.
“A gente traz um lema aqui dentro de Novo Hamburgo, que é ter a inovação como vetor do desenvolvimento econômico. É fazer com que as empresas se entendam inovadoras, e possam entender o que é a inovação, e, no princípio, a gente tentar ajudá-las a fazer isso para se reinventar se nós tivermos uma nova pandemia, se tivermos enchente, para elas estarem prontas”, conclui Daiana.