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Patricia Knebel

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Publicada em 02 de Maio de 2025 às 17:39

Suse quer quintuplicar receita na América Latina

Lacerda defende que clientes tenham liberdade para escolher soluções

Lacerda defende que clientes tenham liberdade para escolher soluções

Suse/Divulgação/JC
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A Suse, especializada em soluções de código aberto e infraestrutura de missão crítica, vem acelerando sua expansão na América Latina por meio do fortalecimento da operação no Brasil e da abertura de novos escritórios próprios em países estratégicos.
A Suse, especializada em soluções de código aberto e infraestrutura de missão crítica, vem acelerando sua expansão na América Latina por meio do fortalecimento da operação no Brasil e da abertura de novos escritórios próprios em países estratégicos.
Atualmente, a região representa um percentual pequeno do faturamento global da companhia (não chega a dois dígitos), mas a expectativa é quintuplicar o tamanho da operação local nos próximos cinco anos.
Em 2024, a companhia aumentou em mais de três vezes o número de colaboradores no Brasil. Aqui, a Suse já conta com mais de 100 profissionais — enquanto em toda a América Latina são cerca de 200.
Também no ano passado, a empresa abriu um escritório completo no México, o segundo maior mercado latino-americano de tecnologia, perdendo apenas para o Brasil, onde a empresa tem escritórios em São Paulo e Brasília, além de equipe de diferentes regiões brasileiras, atuando remotamente, inclusive no atendimento a clientes de outros países.
A estratégia de ampliação complementa a atuação tradicional da empresa, que historicamente opera na América Latina via parceiros locais. O movimento recente fortalece a presença da companhia na região, e tende a ganhar impulso, com abertura de novos escritórios em países como Colômbia, Chile e Argentina, e até mesmo ampliando a presença no Brasil.
A decisão dependerá dos resultados do atual ano fiscal, que se encerra em outubro de 2025. A expansão física, no entanto, não implica a substituição do modelo de vendas via parceiros, mas sim um reforço da presença local para acelerar negócios em conjunto.
Segundo o presidente e diretor geral da Suse na América Latina, Marcos Lacerda, a região tem registrado um desempenho compatível com os objetivos traçados. "O nosso CRO global (diretor de receitas), Werner Knoblich, espera que a América Latina quintuplique de tamanho e o que eu posso dizer hoje é que a gente vem crescendo o suficiente para ir para esse caminho." A operação latino-americana apresenta crescimento superior a 15% no último ano — acima de mercados já consolidados, como a América do Norte.
A estratégia de crescimento da Suse na América Latina se sustenta no atendimento a clientes enterprise, tanto do setor privado quanto público. A companhia prioriza organizações que demandam segurança, estabilidade e alta disponibilidade para suas operações, características essenciais em ambientes de missão crítica.
As vendas das soluções seguem um modelo 100% indireto, conduzidas exclusivamente por meio de parceiros. O fortalecimento dessas parcerias, com players como AWS, Dell, SAP e Lenovo, é considerado estratégico para ampliar o acesso às soluções da Suse e garantir aos clientes diferentes caminhos de aquisição, respeitando o conceito de liberdade de escolha defendido pela companhia.
Parte essencial da estratégia da Suse é sua forte cultura open source, proporcionando mais opções de recursos e integrações para o mercado. "A gente agrega valor para os clientes dando escolha a eles e não fazendo nada que possa parecer um lock-in (quando ele fica preso a uma solução). Pelo contrário, queremos tirar os nossos clientes de soluções de lock-in", afirma Lacerda.
Esse princípio também orienta o lançamento de novas soluções, como a plataforma Suse AI, voltada à operação de modelos de inteligência artificial de forma segura e privada. De acordo com Lacerda, as empresas podem rodar o Large Language Model (LLM) de sua preferência em ambientes fechados, preservando a soberania dos dados. Assim, a companhia endereça duas grandes preocupações dos CIOs brasileiros: a adoção de inteligência artificial e a proteção de dados estratégicos.
O posicionamento da Suse é centrado na sustentação de ambientes de missão crítica — sistemas que exigem disponibilidade contínua e tolerância zero a falhas. Uma metáfora usada internamente é a de que a Suse vende o "encanamento" que fica ali escondidinho dentro da parede, mas é essencial, comenta Lacerda. "Missão crítica não pode parar, não tem downtime. E a gente fica ali escondidinho dentro da parede, no encanamento, garantindo que a água esteja passando pelos canos, que a coisa não para."
A estratégia de inovação e suporte a ambientes de missão crítica vem sendo reconhecida em diferentes mercados. Um dos destaques no Susecon 2025, realizado em março ema Orlando, foi a premiação da ArcelorMittal Sistemas, unidade de TI da ArcelorMittal Brasil. Com a adoção do Suse Linux Enterprise e do Suse Manager, a empresa alcançou ganhos de produtividade de 86%, reduziu o tempo de deployment de aplicações de 40 para 8 horas, resultando em uma diminuição de 58% nos custos operacionais.

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