O que deixamos de fazer hoje é mais perigoso do que fazer. Com esse alerta, as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul esse ano, afetando as estruturas de tecnologia de muitas empresas e deixando os gaúchos sem serviços importantes durante dias, foram assunto nas rodas de conversa e reuniões no Oracle Cloud World e no Suite World, que aconteceu em Las Vegas (EUA) na semana passada, reunindo cerca de 25 mil pessoas.
O fenômeno climático tem sido usado como um alerta para os executivos globais. "A água está subindo, metaforicamente, para todos. Essa é uma lição importante que estamos compartilhando com clientes do mundo todo", enfatizou Luiz Meisler, vice-presidente executivo da Oracle América Latina.
Uma das clientes da multinacional no Estado é a Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Procergs) que, já em 2022, havia fechado um contrato de cloud pública com a Oracle para a migração de aplicações para a nuvem.
“Durante a enchente, nos momentos que antecederam a catástrofe, subimos o que foi possível, como o Portal de Compras, Diário Oficial e Delegacia Pública. Quando a água atingiu os nossos data centers e tivemos que desligá-los, levamos o equipamento que faz o backup de tudo em tempo real para o nosso data center da Bela Vista, em Porto Alegre”, relembra o diretor de Infraestrutura e Operações da Procergs, Léo Rossato Biscaglia.
Assim, foi possível fazer a restauração das principais bases de dados que ainda não estavam na nuvem. “A Oracle nos ajudou nesse transporte e na desmontagem do equipamento”, acrescenta.
O presidente da Oracle Brasil, Alexandre Maioral, destacou a grande mobilização para resolver essa questão, e agilidade necessária. "Quando a água começou a subir, conseguimos retirar alguns equipamentos e backups. O projeto todo, que tinha o prazo previsto de nove meses para ser realizado, precisou ser acelerado. Em nove horas, colocamos no ar. Com isso, foi possível realizar ações necessárias pela Procergs, como restaurar o sistema da Folha de Pagamentos, para pagar os salários, e garantir a distribuição de medicamentos”, detalha.
O executivo descreve o fato como uma mudança do status quo das operações. A mensagem é a de que eventos severos têm se tornado mais recorrentes, exigindo que as organizações estejam prontas para lidar com as adversidades. “Não dá para esperar a tragédia acontecer, porque vai acontecer”, frisa Maioral.
A visão é compartilhada por Meisler. "A água está subindo para todos, para algumas indústrias mais rapidamente, para outras, de forma mais lenta”, reiterou o vice-presidente. “Os timings são sempre baseados nas nossas experiências, do que vivemos no passado, mas agora precisamos acelerar", argumenta.
Biscaglia afirma que a tendência da Procergs, acompanhando também o que tem acontecido no mercado, é o uso da nuvem híbrida. “A ideia não é colocar 100% das aplicações na nuvem e nem 100% on premise. Adotamos a infraestrutura de multicloud,com a nuvem privada da Procergs, em nossos data centers, e a pública com parceiros como a Oracle”, destaca.