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Patricia Knebel

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Publicada em 12 de Agosto de 2024 às 19:31

Resiliência tecnológica ainda é desafio para as empresas

Weber destaca maior preocupação das empresas com o pós enchentes

Weber destaca maior preocupação das empresas com o pós enchentes

NGX/Divulgação/JC
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As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no segundo trimestre deste ano trouxeram reflexões importantes sobre gestão de riscos para as empresas. Embora o tema não seja uma novidade, muitas organizações só passaram a se preocupar com essa questão recentemente e as inundações evidenciaram essa necessidade, sobretudo em relação à infraestrutura tecnológica.
As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no segundo trimestre deste ano trouxeram reflexões importantes sobre gestão de riscos para as empresas. Embora o tema não seja uma novidade, muitas organizações só passaram a se preocupar com essa questão recentemente e as inundações evidenciaram essa necessidade, sobretudo em relação à infraestrutura tecnológica.
Um dos caminhos para contornar adversidades que afetam a disponibilidade tecnológica das empresas, como um fenômeno climático ou um ciberataque, é o plano de continuidade de negócios, que estabelece estratégias e medidas que assegurem condições para que as operações das organizações não sejam interrompidas por imprevistos. No Rio Grande do Sul, esse é um recurso que passou a ser mais buscado após as enchentes.
De acordo com Marcos Weber, CEO e fundador do Grupo NGX, empresa especializada em infraestrutura e soluções de segurança em TI, entre 20% a 30% dos seus clientes (que contratam outros serviços) recorreram à empresa em busca do plano de continuidade. Ele explica que esse instrumento é mais abrangente do que um projeto de recuperação de desastres, que é mais focado em reparação da TI, enquanto o outro abrange todas as medidas necessárias para garantir a continuidade das operações.
Weber explica que a NGX IT fornece o plano de continuidade do início ao fim.
É feita toda análise do negócio, montado o Business Impact Analysis (BIA), com a alta gestão da empresa para definir quais são os recursos que precisam estar de volta e em quantas horas.” Com isso, a empresa tem um mapa definindo toda as estratégias a serem adotadas para que os recursos sejam recolocados em operação. “Por exemplo, a replicação desse ambiente. Vai ser replicado, com outro data center, aonde? Hoje é muito comum na nuvem”, detalha.
O plano de continuidade procura antecipar situações, prevendo todos os recursos que serão necessários para que as operações sejam restabelecidas. “Uma das nossas clientes ficou com todo o ambiente embaixo d'água, incluindo o gerador. Não tinha energia, parou tudo. Aí iniciamos o plano, só que as principais pessoas da área de TI também estavam afetadas pela enchente. Então, não se pode depender das pessoas, o plano tem que prever tudo: a disponibilidade dos recursos, das pessoas, do espaço físico, da eletricidade, de tudo”, exemplifica Weber.
Além de criar o plano de continuidade de negócios, outro cuidado importante é validar as ações previstas, o que é feito por meio de simulações. “Fazemos a simulação de seis em seis meses”, conta Weber. “A cada seis meses, a gente desliga o data center principal. Simplesmente derrubamos para simula uma parada total do ambiente de produção. Nesse processo, colocamos funcionários chaves de áreas, por exemplo, em uma sala de hotel, de conferência. E a gente monta, ali naquele local alguns notebooks para eles acessarem os sistemas na nuvem, simulando o desastre.”
A partir dos testes, surgem oportunidades de melhoria e são geradas evidências que podem ser enviadas, inclusive, para órgãos reguladores, como Banco Central (Bacen) e Superintendência de Seguros Privados (Susep). “Isso demonstra que existe um plano de continuidade e que está sendo homologado e testado”, justifica Weber.
“É preciso fazer essa análise crítica e entender que é necessário estar preparado para isso”, afirma Weber. “Quando a gente fala de continuidade de negócio, a enchente foi um dos cenários, mas existem outras situações, como um incêndio ou ataques cibernéticos, que estão cada vez mais comuns.”

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