O volume de golpes online deve crescer em 2024 e o uso da Inteligência Artificial (IA) pelos criminosos tem sido um potencializar dos efeitos, aponta estudo feito pela Kaspersky, empresa de cibersegurança.
Os principais usos da IA em golpes online estão relacionados a coleta de dados pessoais, incluindo dados biométricos (reconhecimento de voz, facial e impressões digitais), criação de programas maliciosos, aplicações que visam burlar medidas de segurança e em ataques de negação de serviço (da sigla DDoS e que buscam sobrecarregar um site ou plataforma online com múltiplos acessos simultâneos até que ele fique indisponível).
“Uma das principais aplicações da IA é na criação de mensagens (falsas) de phishing – elas cresceram cinco vezes no Brasil e focam majoritariamente no roubo de dados financeiros. Estas ameaças sempre foram as maiores no País, mas o uso da tecnologia para os textos de maneira automatizada permitiu a escala a novos patamares”, explica a analista de segurança da Kaspersky na América Latina, Isabel Manjarrez.
Além das fraudes financeiras, a Inteligência Artificial também é usada na criação de campanhas de difamação por meio de conteúdos de deepfake. Isso inclui fotos ou vídeos criados por computadores para similar voz e expressões de uma pessoa.
Essas ações têm grande impacto, pois a maioria dos brasileiros (66%) não sabe que isso existe e, consequentemente, não sabem (71%) reconhecer que o conteúdo é falso. Também não surpreende que essa tecnologia está sendo usada para burlar autenticações biométricas em roubos digitais.
Mas, o uso não se restringe às más práticas. Na verdade, o setor de cibersegurança é pioneiro na adoção da Inteligência Artificial. As aplicações são variadas e vão desde o monitoramento e análise de links e arquivos potencialmente maliciosos a personalização de configurações de segurança para ganho em eficiência operacional – passando também pela criação automatizada de regras de detecção (Yara).
"O uso da Inteligência Artificial facilita atividades repetitivas, como análises e criação de regras que seguem um formato padronizado, e ainda consegue gerar resultados satisfatórios em tarefas complexas se for bem treinada. Por outro lado, ela tem um papel centra na expansão dos golpes online e isso é só o começo, pois a tecnologia ainda se tornará mais acessível", opina Isabel.
Segundo ela, para obter bons resultados com a Inteligência Artificial, as pessoas e empresas precisam aprender a usá-la de maneira segura e responsável. “Isso vale para todas as inovações que existem ou passarão a existir", conclui a especialista.
Como evitar ser vítima de ameaças geradas por IA
- Mantenha-se informado sobre as novas tecnologias e seus riscos: conheça a IA, como ela funciona e tenha em mente que já existem ameaças associadas a essa ferramenta.
- Use sempre fontes confiáveis de informação: Lembre-se de que o analfabetismo de informações continua sendo um fator crucial para a proliferação de ameaças cibernéticas, como phishing e deepfakes.
- Tenha bons hábitos digitais como "confie, mas verifique": seja cauteloso e cético em relação a e-mails, mensagens de texto ou voz, chamadas, vídeos ou outras mídias que você vê ou recebe, especialmente se elas comunicam informações estranhas ou ilógicas.
- Use soluções de segurança: Embora a proteção contra ciberataques ou golpes gerados por IA tenha apenas começado a surgir, já existem ferramentas que protegem contra todos os tipos de ameaças, conhecidas e desconhecidas.
Fonte: Kaspersky