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Mercado Digital

- Publicada em 13 de Março de 2023 às 17:51

Mercado teme efeito sistêmico com falência do Silicon Valley Bank

Colapso atinge em cheio empreendedores de startups e empresas de tecnologia

Colapso atinge em cheio empreendedores de startups e empresas de tecnologia


Getty/AFP/Divulgação/JC
O colapso do Silicon Valley Bank (SVB) já incutiu medo entre os fundadores e entre as equipes de gerenciamento a ponto de procurarem refúgios mais seguros para o dinheiro restante, o que pode desencadear uma corrida bancária a todos os outros bancos menores. O alerta é do empresário serial e investidor de risco Garry Tan, atual CEO da Y Combinator, um dos programas de aceleração mais famosos do mundo.A verdade é que a crise do banco americano, especializado em financiamento a startups de tecnologia, é mais um capítulo do cenário mais tortuoso que vem sendo enfrentado pelo ecossistema de inovação global depois da virada de 2021 (que foi de recordes para o investimento de risco no Brasil e no mundo).O ano passado e o início de 2023 têm sido de queda dos aportes e demissões nas empresas de tecnologia e, consequentemente, nas empresas de base tecnológica. Um cenário decorrente de uma maior instabilidade a partir de alta dos juros e da inflação, guerra persistente na Europa e uma ressaca da pandemia, onde as demandas pela digitalização inflaram o mercado.E isso é parte essencial para explicar o fechamento do banco – decisão tomada na última sexta-feira pelo Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia, e o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) foi nomeado administrador judicial. A medida foi tomada pelos reguladores para proteger correntistas após uma avalanche de saques ao banco na semana passada. Até o início do mês, o SVB era o décimo-sexto no ranking das instituições nos EUA.Para tentar acalmar o mercado, veio a intervenção e a declaração dos órgãos do governo dos Estados Unidos, como o Departamento do Tesouro e o Federal Reserve, que afirmaram que os contribuintes não arcariam com nenhum custo associado aos novos planos em torno do Silicon Valley Bank.“Esse evento de liquidação de um banco afeta todo o sistema financeiro, colocando em xeque a qualidade dos critérios dos reguladores, como aconteceu em 2008, após a falência do Lehman Brothers”, analisa o CIO da Futurum Capital, Ricardo Veles.Segundo ele, para garantir que não haja uma quebra em cadeia de diversas empresas que mantinham seus depósitos no Silicon Valey Bank, o FED garantiu a possibilidade de saque pelos clientes do banco. Já os titulares de dívida e acionistas não estão cobertos por este mecanismo.“Acreditamos que a tendência é o SVB acabar sendo adquirido por uma outra instituição, o que evitaria maior temor do mercado e reduziria volatilidade nas bolsas no curto prazo”, projeta.Voltar ao depoimento de Garry Tan, CEO da Y Combinator, ajuda a entender o tamanho do problema: na comunidade Y Combinator, um terço das startups usava o SVB como sua única conta bancária. “Como resultado, elas não terão dinheiro para executar a folha de pagamento nos próximos 30 dias. Por essa medida, podemos estimar que a licença ou desligamento relacionado à folha de pagamento afetará mais de 10 mil pequenas empresas e startups”, avalia em nota publicada no site da aceleradora.Em seu Twitter, Mark Suster, do time de capital de risco Upfront Ventures, recomendou que cada empresa converse com seu conselho e investidores para definir a melhor forma de investir. “No mínimo, você precisa configurar um banco alternativo e colocar não menos de 3 meses em dinheiro lá. O motivo é que, se houver uma aquisição do FED, é possível que você não consiga acessar o dinheiro por um curto período de tempo”, alerta.
O colapso do Silicon Valley Bank (SVB) já incutiu medo entre os fundadores e entre as equipes de gerenciamento a ponto de procurarem refúgios mais seguros para o dinheiro restante, o que pode desencadear uma corrida bancária a todos os outros bancos menores. O alerta é do empresário serial e investidor de risco Garry Tan, atual CEO da Y Combinator, um dos programas de aceleração mais famosos do mundo.
A verdade é que a crise do banco americano, especializado em financiamento a startups de tecnologia, é mais um capítulo do cenário mais tortuoso que vem sendo enfrentado pelo ecossistema de inovação global depois da virada de 2021 (que foi de recordes para o investimento de risco no Brasil e no mundo).
O ano passado e o início de 2023 têm sido de queda dos aportes e demissões nas empresas de tecnologia e, consequentemente, nas empresas de base tecnológica. Um cenário decorrente de uma maior instabilidade a partir de alta dos juros e da inflação, guerra persistente na Europa e uma ressaca da pandemia, onde as demandas pela digitalização inflaram o mercado.
E isso é parte essencial para explicar o fechamento do banco – decisão tomada na última sexta-feira pelo Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia, e o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) foi nomeado administrador judicial. A medida foi tomada pelos reguladores para proteger correntistas após uma avalanche de saques ao banco na semana passada. Até o início do mês, o SVB era o décimo-sexto no ranking das instituições nos EUA.
Para tentar acalmar o mercado, veio a intervenção e a declaração dos órgãos do governo dos Estados Unidos, como o Departamento do Tesouro e o Federal Reserve, que afirmaram que os contribuintes não arcariam com nenhum custo associado aos novos planos em torno do Silicon Valley Bank.
“Esse evento de liquidação de um banco afeta todo o sistema financeiro, colocando em xeque a qualidade dos critérios dos reguladores, como aconteceu em 2008, após a falência do Lehman Brothers”, analisa o CIO da Futurum Capital, Ricardo Veles.
Segundo ele, para garantir que não haja uma quebra em cadeia de diversas empresas que mantinham seus depósitos no Silicon Valey Bank, o FED garantiu a possibilidade de saque pelos clientes do banco. Já os titulares de dívida e acionistas não estão cobertos por este mecanismo.
“Acreditamos que a tendência é o SVB acabar sendo adquirido por uma outra instituição, o que evitaria maior temor do mercado e reduziria volatilidade nas bolsas no curto prazo”, projeta.
Voltar ao depoimento de Garry Tan, CEO da Y Combinator, ajuda a entender o tamanho do problema: na comunidade Y Combinator, um terço das startups usava o SVB como sua única conta bancária. “Como resultado, elas não terão dinheiro para executar a folha de pagamento nos próximos 30 dias. Por essa medida, podemos estimar que a licença ou desligamento relacionado à folha de pagamento afetará mais de 10 mil pequenas empresas e startups”, avalia em nota publicada no site da aceleradora.
Em seu Twitter, Mark Suster, do time de capital de risco Upfront Ventures, recomendou que cada empresa converse com seu conselho e investidores para definir a melhor forma de investir. “No mínimo, você precisa configurar um banco alternativo e colocar não menos de 3 meses em dinheiro lá. O motivo é que, se houver uma aquisição do FED, é possível que você não consiga acessar o dinheiro por um curto período de tempo”, alerta.

O que dizem os investidores

“O colapso do Silicon Valley Bank (SVB) já incutiu medo entre os fundadores e entre as equipes de gerenciamento a ponto de procurarem refúgios mais seguros para o dinheiro restante, o que pode desencadear uma corrida bancária a todos os outros bancos menores”. Garry Tan, empresário serial e investidor de risco
“O SVB é um grande banco com grandes clientes. Não possuo informações privilegiadas, no entanto, difícil imaginar que os bancos que cobiçavam atender o setor de tecnologia não estivessem de olho nisso. Suspeitamos que eles encontrarão um comprador logo”. Mark Suster, do time de capital de risco Upfront Ventures
“O Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) transferiu todos os depósitos – segurados e não segurados - e substancialmente todos os ativos do antigo Silicon Valley Bank, de Santa Clara, Califórnia, para um 'banco ponte' recém-criado e de serviço completo operado pelo FDIC em uma ação destinada a proteger todos os depositantes do Silicon Valley Bank”. Nota oficial publicada no site do SVB nesta segunda-feira