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Mercado Digital

- Publicada em 24 de Outubro de 2022 às 03:00

Insurtechs avançam com promessa de aumento da eficiência

Novas tecnologias e aproximação entre startups e players tradicionais oxigenam mercado

Novas tecnologias e aproximação entre startups e players tradicionais oxigenam mercado


AdobeStock/Divulgação/JC
Se a meta é oxigenar o setor de seguros, as notícias são boas. O Brasil vive um boom de insurtechs - quase metade das startups deste mercado surgiram nos últimos quatro anos. São mais de 100 atuando neste mercado segundo estudo da KPMG e Distrito, 47% mais do que os dados registrados no primeiro estudo, em 2018.
Se a meta é oxigenar o setor de seguros, as notícias são boas. O Brasil vive um boom de insurtechs - quase metade das startups deste mercado surgiram nos últimos quatro anos. São mais de 100 atuando neste mercado segundo estudo da KPMG e Distrito, 47% mais do que os dados registrados no primeiro estudo, em 2018.
Quase metade dessas startups tem foco em infraestrutura e backend trabalhando em parceria com seguradoras do mercado. O principal objetivo é aumentar a eficiência do setor. Os dados mostram ainda que predominam as startups com foco no mercado B2B, com 55,8%. Quase 70% destas empresas têm menos de 20 funcionários, e 66% têm faturamento presumido de até R$ 5 milhões.
Da mesma forma, novas tecnologias e conceitos avançam na direção de uma maior digitalização deste mercado. "Experiência do cliente, metaverso, como evitar riscos cibernéticos, novos canais, embedded insurance. Todas as discussões apontam para um futuro em que o seguro estará muito mais presente no dia a dia das pessoas", afirma Thiago Soares, CEO regional LatAm da Stere, ecossistema digital especializado em fornecimento de capacidade e recursos digitais exclusivos para parceiros de seguros integrados.

As cinco tendências que transformarão
o ecossistema de seguros

1. O futuro é embedded: O embedded insurance, ou seguro integrado, permite ao consumidor contratar um seguro na hora de comprar outro produto. Assim, é possível fornecer recomendações personalizadas a cada consumidor.
2. Insurance as a service (seguro como serviço): Na modalidade de negócios "As a Service", empresas seguradores podem comprar serviços de insurtechs por assinatura, de acordo com suas necessidades. No "seguro como serviço", insurtechs oferecem a outras empresas o uso de ferramentas pré-construídas, executando operações de seguro para terceiros. Essas plataformas são baseadas em nuvem e podem ajudar a melhorar as principais práticas de seguros, como contração, processamento de sinistros, detecção de fraudes e atendimento ao cliente.
3. Crescimento em novos canais: Mudanças no comportamento dos consumidores, que migraram para o digital, abriram caminho para o crescimento de novos canais de vendas, aproveitando a tecnologia para alcançar os clientes. Assim como cresce o uso da internet para comprar seguro, aumenta o uso das redes sociais como canal de distribuição, que se fortalece com as soluções "as a service". E o processo se automatiza para aumentar vendas diretas.
4. Data Analytics como fator de sobrevivência no mercado: A análise de dados e informações para identificar tendências e padrões se tornou imprescindível na tomada de decisões e no desenvolvimento de produtos. O uso de matemática avançada e de teoria financeira para analisar e compreender o comportamento do consumidor são novos pilares da indústria de seguros.
5. Inteligência Artificial na interação com o consumidor: A Inteligência Artificial, o uso de máquinas em serviços antes feitos por humanos, não para de crescer. Estará cada vez mais presente no uso de chatbots para se comunicar com os clientes, nos sistemas online automatizados para emissão e gerenciamento de apólices e na gestão de dados. O avanço tecnológico é um caminho sem volta.
Fonte: Stere

Startup quer acelerar inteligência de dados para o seguro rural

A Picsel, insurtech especializada no agronegócio, desenvolveu uma plataforma digital baseada em inteligência artificial para potencializar as contratações, gerando ainda mais confiança para as seguradoras e resseguradoras.
Com a ferramenta testada e validada em mais de 30 milhões de hectares monitorados no Brasil, a empresa quer avançar na ampliação e desburocratização do seguro rural. Para isso, anuncia que abrirá, no início de 2023, uma nova rodada de investimentos, com foco comercial e contratação de capital intelectual. "A plataforma da Picsel continua em expansão e desenvolvimento. Os recursos que buscamos irão permitir a expansão para outras culturas agrícolas, a geração de novos produtos e outras modalidades de seguros, algo único e revolucionário no mercado de seguro rural", diz Daniel Miquelluti, engenheiro agrônomo, doutor em economia aplicada e COO da insurtech.

A Picsel, aliás, tem origem no mundo acadêmico em meio às pesquisas científicas avançadas. Parte do seu desenvolvimento inicial começou com o aporte de recursos feitos, em 2020, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no valor de
R$ 212 mil.

Depois, recebeu ainda um segundo e terceiro aporte da Fapesp, de R$ 1,5 milhão e R$ 1,1 milhão (PIPE 2). "Todos esses recursos permitiram o aprimoramento tecnológico da plataforma. Se hoje temos uma das equipes mais qualificadas no mercado, com mestres e doutores compondo mais de 80% do nosso quadro, é graças aos investidores que acreditaram em nossa proposta de mudar o seguro rural", destacou o COO.

Open Insurance permitirá experiência mais personalizada

Consumidores poderão compartilhar suas informações com diferentes empresas

Consumidores poderão compartilhar suas informações com diferentes empresas


AdobeStock/Divulgação/JC
Com cerca de R$ 306,4 bilhões movimentados em 2021, uma alta de 11,9% na comparação com 2020, o mercado de seguros avança também na direção da tecnologia.
Uma das grandes tendências é o Open Insurance, que segue a lógica do Open Finance, e deve transformar o mercado de seguros no Brasil. Dividido em três fases, o setor já começou a se adequar às mudanças, como o novo Sistema de Seguros Aberto, que permite aos consumidores a possibilidade de compartilharem suas informações com diferentes empresas autorizadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
A primeira etapa, já finalizada, viabilizou o compartilhamento de dados das seguradoras. Em setembro, iniciou a segunda fase, com o compartilhamento de dados dos consumidores. A implantação total contempla três etapas e deve ser concluída até junho de 2023.
"O setor de seguros é um mercado que ainda tem muito a ser explorado, a chegada do Open Insurance ao País, aliado com as tendências que temos para o restante de 2022, como a digitalização dos processos e a inclusão dos jovens tende a aumentar ainda mais a procura e movimentação neste mercado", comenta a especialista de Open Insurance da Zappts, Iza Thereza.
A empresa, que realiza a aceleração digital de marcas como a Porto Seguro e BTG Pactual, anunciou recentemente uma solução de Open Insurance do Brasil. A ideia é que as seguradoras possam se adaptar ao processo de transição exigido pela nova regulamentação, de forma rápida e segura, e estejam prontas para atender os seus clientes dentro do prazo estabelecido pela Susep.
Para o head de Open Finance no Grupo FCamara, Lorain Pazzetto, as insurtechs devem figurar entre os grandes beneficiários da nova realidade trazida pelo Open Insurance.
Isso porque as seguradoras mais tradicionais enfrentam alguns desafios para aderir ao Open Insurance, tendo muitas vezes que redesenhar arquiteturas sensíveis de sua operação para isso.
As insurtechs, por sua vez, já nascem com tecnologias atualizadas e comunicações estabelecidas por meio de APIs, facilitando essa adaptação. "Essas startups certamente terão papel relevante na movimentação do mercado e prevejo, inclusive, seguradoras maiores vendendo seus serviços, que estarão habilitados via APIs, para as próprias insurtechs, que estarão na ponta construindo uma experiência digital bem mais nichada com o cliente", comenta o executivo.