Vamos ampliar as estações de entrega, diz presidente da Amazon

“Você viu toda preparação do nosso time para o Prime Day? Estamos muito animados e felizes”. Com esse entusiasmo que o presidente da Amazon no Brasil, Daniel Mazini, inicia a conversa, em vídeo, conectado com o Centro de Distribuição do Rio Grande do Sul. Nesta terça e quarta-feira acontece o Prime Day, principal evento do calendário de vendas da gigante do varejo no mundo. São dois dias de ofertas exclusivas em itens são válidos para membros Prime de 24 países, incluindo o Brasil (www.amazon.com.br/primeday). “É o nosso pico de vendas do ano”, revela o executivo. Nesta entrevista, ele falou sobre este acontecimento, claro, mas também sobre os desafios do e-commerce no Brasil e a disputa do mercado para garantir os menores prazos de entrega e a melhor experiência aos clientes.

Daniel Mazini – O Prime Day é o nosso evento mais importante do ano, o período mais forte das vendas. Não revelamos números de vendas neste período, mas no ano passado, nas primeiras 24 horas, fizemos o mesmo volume de vendas que em toda Black Friday. Nosso maior pico de vendas do ano é no Prime Day. É um momento que a gente celebra os nossos fornecedores, parceiros e, especialmente, com os consumidores que assinam o Prime. Também aproveitamos para falar de todos os benefícios, pois muita gente que acessa o nosso serviço de vídeo ou de música, por exemplo, não sabe que pode comprar com frete grátis justamente por ser Prime.

Mazini – O e-commerce sempre teve essa questão de despertar um pouco o receio das pessoas de comprar on-line, mas a verdade é que hoje em dia essa questão está muito bem endereçada. O site da Amazon é muito seguro de comprar. A agilidade de entrega é sempre um ponto de atenção. A conveniência das pessoas poderem receber o mais rápido possível é uma coisa que a gente continua focando bastante. Então, toda a parte de expansão de logística, de operações é para deixar os produtos mais perto do cliente. E isso ajuda muito na decisão dele pensar, quando precisa de algo, se vai pegar o carro, ônibus ou uma bicicleta para ir pessoalmente, ou se irá preferir receber convenientemente essa entrega em casa. A segunda grande parte é a questão de quanto a gente ajuda os clientes a conseguirem fazer suas compras online né? O PIX é ótimo, mas só é uma opção para que tem dinheiro na conta. Então, a gente fala de parcelamento de cartão de crédito, oferece terceira opção de crédito para os clientes, entre outras opções.

Mercado Digital - A Amazon pretende inaugurar nos CDs para ter ainda mais agilidade?

Mazini - Estamos abrindo distribuição no Brasil inteiro. Temos 12 CDs atualmente, e estamos revendo a necessidade de termos mais estações de entrega, que são os pontos que fazem as entregas serem mais rápidas nas metrópoles. A gente pode prometer entrega no mesmo dia ou no dia seguinte.

Mazini – Eu estou em São Paulo, e recebo quase tudo muito rápido, mas em outras regiões do Brasil, chegar no dia seguinte é um luxo. Temos muito a fazer ainda. Muitas empresas falam de entrega em dois dias, mas quantos produtos conseguem entregar no Brasil inteiro e em qual é a velocidade? Um dia, chegaremos em um estágio de velocidade que permitirá que, independente do lugar do Brasil, as pessoas receberão suas compras no mesmo dia (nas capitais), e no dia seguinte nas demandas cidades. No caso da Amazon, é para acelerar isso que estamos constantemente fazendo a expansão de operações, mas tem muito ainda o que fazer. Estamos muito bem posicionados, até porque, nos diferenciamos muito pelo atendimento ao cliente. Usamos práticas internacionais. Muita gente faz propaganda de aceitar devolução, como se isso fosse algo especial. A gente faz isso como padrão, e aceitamos que as pessoas devolvam sem muitas perguntas para o cliente e se exigir que coloquem o produto em embalagens especiais. Você pode abrir o produto, não gostar e devolver. Outro diferencial é o Prime. É um valor relativamente baixo, de R$ 14,90 por mês, e as pessoas conseguem ter frete grátis ilimitado, vídeos, música, livros e games. Temos muito orgulho desse pacote.

Mazini – Atualmente, as vendas on-line representam entre 10% e 12% do varejo brasileiro; em países como a China este índice está acima de 50%. Na Índia, que tem crescido rapidamente, está em 20%. O comércio no Brasil ainda é muito regionalizado. Os grandes varejistas, geralmente, são regionais. Temos marcas como Carrefour, que são mais nacionais, mas têm grandes forças locais que fazem um trabalho muito bom. Então, essas forças locais talvez não estejam ainda na internet o suficiente. Temos visto e-commerces como a própria Amazon fazendo um serviço de entrega nacional, e a gente vai ver isso acelerando nos próximos anos. A competição no Brasil também é super aquecida. Tem muita gente querendo fazer e-commerce, fazendo bem, entregando com rapidez, então, o grande desafio é levar a melhor experiência para os clientes. Estamos bem animados.