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Jaime Cimenti

Jaime Cimenti

Publicada em 16 de Outubro de 2025 às 17:24

Magia, distopia e fatos sombrios da realidade

alchemised

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EDITORA INTRÍNSECA/DIVULGAÇÃO/JC
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Jaime Cimenti
Alchemised (Editora Intrínseca, 960 páginas, R$ 149,90) da escritora norte-americana SenLinYu é um dos lançamentos mais aguardados em todo o mundo. O romance gigante mescla com habilidade e sedução narrativa elementos distópicos , magia, necromancia e fatos sombrios da realidade. O livro é inovador e promete ser um marco da literatura fantástica contemporânea.
Alchemised (Editora Intrínseca, 960 páginas, R$ 149,90) da escritora norte-americana SenLinYu é um dos lançamentos mais aguardados em todo o mundo. O romance gigante mescla com habilidade e sedução narrativa elementos distópicos , magia, necromancia e fatos sombrios da realidade. O livro é inovador e promete ser um marco da literatura fantástica contemporânea.
SenLinYu cresceu no noroeste do Pacífico e estudou artes liberais e cultura clássica. Começou a escrever no aplicativo de notas do celular durante a soneca de seu bebê. Sua fan fiction Manacled , distopia baseada nos livros Harry PotterO Conto da Aia rendeu mais de vinte mihões de downloads e foi publicada em mais de vinte idiomas.
Alchemised traz uma história ambientada em Paladia, considerada uma cidade-estado estratégica por ditar as inovações tecnológicas criadas a partir de uma habilidade especial usada para a transmutação de metais, conhecida como “ressonância”. Depois de um longo e violento conflito, o uso da necromancia se tornou o modus operandi , e uma nova classe dominante, formada por guildas corruptas e necromantes perversos, assumiu o comando , acabando com o regime da Chama Eterna, ordem política da família real que controlava o território desde sua fundação.
Ao fim da guerra, Helena Marino,tida apenas como uma curandeira, é mantida em cativeiro. Os carcereiros descobrem que sua memória foi alterada e que ela não lembra dos momentos-chaves que deram vitória dos Imortais sobre a Chama Eterna. Seria ela irrelevante? Em meio a tudo há uma história de amor. Helena ficará com o amado no final?
Helena é enviada ao Alcaide-Mor, segundo necromante mais famoso de Paladia. O líder dos Imortais , Morrough, quer saber o que está escondido nas profundezas da mente da curandeira. Presa nas ruínas de uma propriedade sombria, ela luta para se proteger. É só o começo do martírio, pois seu captor e sua prisão têm seus próprios segredos. Ela terá que desvendá-los.

lançamentos

caminho das águas

caminho das águas

EDITORA LIBRETOS/DIVULGAÇÃO/JC
Propósito de vida da pessoa idosa (Editora Summus, 224 páginas, R$ 96,70), organizado pela professora universitária e fisioterapeuta Cristina Cristóvão Ribeiro, traz textos dela e de especialistas sobre conceitos, abordagens e propostas de intervenções gerontológicas, a partir do conceito de que o propósito de vida é essencial para velhice ativa e saudável.
Salvamento ( Zahar, 248 páginas, R$ 76,00), da  premiada escritora, ensaísta e poeta Dionne Brand, nascida em Trinidad e Tobago e radicada no Canadá, traz textos sobre a literatura inglesa consagrada no Caribe. Com prosa incendiária, ela escancara a violência como regime estético da literatura ocidental e propõe um espaço para os sobreviventes do naufrágio colonial.
Caminho das águas - Uma viagem de bicicleta pela costa oeste da Lagoa dos Patos - RGS (Libretos, 152 páginas), de Raphaela Donaduce Flores, jornalista especializada em cultura, e Eduardo Seidl, jornalista e professor, traz textos e fotos sobre uma viagem de oito dias, 500 quilômetros, que os autores fizeram no caminho feito pelas águas que inundaram o RS e deixaram marcas. 
 

Direita, esquerda e centro-avante

Não se encontravam há quarenta e cinco anos. Foram colegas na Faculdade de Direito, nos anos de chumbo. Depois da formatura, um ficou advogando em Porto Alegre; o outro se tornou Promotor de Justiça em Rondônia e foi ficando por lá. Os dois não eram muito próximos na faculdade, mas jogavam sinuca e tomavam cerveja juntos e restou aquela amizade light, que só foi relembrada quando eles se encontraram, por acaso, na Esquina Democrática, Borges com Rua da Praia.
O Alfredo só reconheceu o colega porque Joaquim ainda tinha aquela metade de sobrancelha branca. Alfredo ficou um pouco em dúvida sobre abordar o colega depois de tanto tempo, mas lembrou das horas divertidas no bar da faculdade e falou para o Joaquim :
- Tu és Joaquim lá do Direito? Não acredito!
- Rapaz, quanto tempo? Tu é o Alfredo, né? Deixa eu te dar um abraço.
- Tu estás muito bem, o mesmo, disse Joaquim, mentindo um pouco.
- Tu também, tá um guri, disse o Alfredo, retribuindo a mentirinha.
- Onde andas? Alguém me falou que estavas em Rondônia.
- Isso, te lembra que eu era do Centro Acadêmico, metido em política, e aí me compliquei com a ditadura, levei um processo, me prenderam e tal. Me soltaram, achei melhor me mandar para o Norte. Larguei os lances de esquerda e fiz carreira no Ministério Público. Comprei umas terras por lá. Uns disseram que me aburguesei, que traí os ideais e tal. Não estou nem aí.
- Pois olha, Alfredo, te lembra que eu era mais de direita, até gostava dos milicos e não me metia em protestos e confusões. Depois de formado fui ser advogado trabalhista de sindicato profissional e aí comecei a me envolver com os trabalhadores, com os líderes e tal e me dei muito bem. Ganhei muito dinheiro, acabei gostando da ideia de revolução, mudar o mundo. Me envolvi com política, mas de leve. Nos últimos tempos os sindicatos, sem as contribuições sindicais, ficaram esvaziados, e para mim até foi bom, porque coincidiu com minha aposentadoria.
- Eu também me aposentei, agora só cuido da fazenda e da família. Fiz setenta ano passado, andei lendo sobre medicina oriental e agora, meu caro, estou tentando cuidar da saúde física e mental, da alimentação e de fazer exercícios. Esse Brasil não dá muito para entender, é melhor aceitar e gostar. Que tu achas?
- Concordo contigo. Nosso Bananão parece que vai ser sempre do futuro, da semana que vem. Melhor viver os anos que nos restam com saúde e paz, com a família e os amigos, nessa zona de conforto. Esquerda, direita? Será que ainda existem? Ou será que são apenas palavras de ordem para nos pegar? De repente melhor centro-avante, ir para a frente, sei lá.
- É verdade, melhor pensar em ir para frente, equilibrar alguma mudança com segurança, se é que isso é possível. Essa vida passa depressa. Melhor gostar das pessoas, conviver bem, do que tentar explicar, entender e querer convencê-las.
 

a propósito...

Os dois foram tomar um cafezinho na Galeria Chaves. Ficaram falando da Marília, da Carol, da Fernanda, do Tonico, do Cachoeira, do Eustáquio, do Coronel e de outros colegas. Lembraram dos apelidos dos professores: Anão Maldito, Inferno na Torre, Morte Lenta, Fanta Litro, Cenourão, Boneco de Bolo de Noiva, Coronel Cintra e outros conspícuos mestres. Lembraram do dia que cantaram parabéns a você para o quindim do bar do Portuga, que estava fazendo um ano e parecia aquela moça que chamavam de letra do Hino Nacional: comprida, feia, chata e ninguém cantava. Deus a tenha na sua infinita honra e glória.
(Jaime Cimenti)

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