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Jaime Cimenti

Jaime Cimenti

Publicada em 18 de Abril de 2024 às 20:08

O Homo Zapiens de Luiz Coronel, poeta único e multifacetado

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Jaime Cimenti
Homo Zapiens (Mecenas Editora - AGE Editora, 240 páginas), obra mais recente do consagrado Luiz Coronel, poeta, publicitário, cronista, compositor, dramaturgo e prosador gaúcho de Bagé, traz coletânea com 85 poemas, em comemoração ao 50 anos de escrita e 85 anos de vida intensa do poeta, junto com centenas de aforismos e 85 comentários de amigos e especialistas sobre os videopoemas do autor, que publicou 85 livros. Homo Zapiens teve edição e coordenação geral de Simone Prestes, com assessoria de Pedro Manoel Osório e fotos de Vini Dalla Rosa.
Homo Zapiens (Mecenas Editora - AGE Editora, 240 páginas), obra mais recente do consagrado Luiz Coronel, poeta, publicitário, cronista, compositor, dramaturgo e prosador gaúcho de Bagé, traz coletânea com 85 poemas, em comemoração ao 50 anos de escrita e 85 anos de vida intensa do poeta, junto com centenas de aforismos e 85 comentários de amigos e especialistas sobre os videopoemas do autor, que publicou 85 livros. Homo Zapiens teve edição e coordenação geral de Simone Prestes, com assessoria de Pedro Manoel Osório e fotos de Vini Dalla Rosa.
Luiz Coronel criou o importantíssimo Prêmio Passo Fundo Zaffari - Bourbon de Literatura e a gigante Coleção Dicionários do Grupo Zaffari, que patrocinou Homo Zapiens em homenagem aos 50 anos de contribuição à literatura gaúcha.
Coronel é um poeta único e multifacetado. Fala de poesia, ambientes, pessoalidades, temporariedades, amores e paixões, ruralidades e política, mar, natureza, multifacetados, despedidas, nascimentos e mortes. Coronel verseja com sonhos e olhos de criança, rebeldia juvenil, maturidades e desmaturidades de adultos e idosos e com a certeza de que a vida sem poesia não dá.
Sergius Gonzaga, celebrado Professor de Literatura da Ufrgs, administrador cultural e escritor disse na apresentação: "Coronel é aquele que muito jovem fez o pacto com as musas ou os demônios da poesia. De Bagé trazia o espanto com o qual o interiorano olha o mundo. Essas entidades lhe concederam a riqueza semântica, as sugestões visuais, o ritmo e a capacidade de criação metafórica. Converteu-se, pois, em poeta, fundindo o regional e o universal e atingindo um belo contingente de leitores."
Carlos Nejar, da Academia Brasileira de Letras disse na apresentação: "Autor de um poema épico sobre a Revolução Farroupilha, Luiz Coronel é o maior letrista da canção nativa, prosador de primeira linha, com livros de poesia infantil, crônicas com visão nova do Brasil, notável contador de causos, dentro da tradição de Simões Lopes Neto."
O mundo sem arte / é um sino sem badalo. / O mundo sem arte / é uma catedral submersa. Versos da obra, mostrando que há vida e esperança no planeta.
 

lançamentos

Nise da Silveira - Uma psiquiatra rebelde (Paidos-Planeta, 192 páginas, R$ 49,92), de Ferreira Gullar, poeta, dramaturgo, escritor e ensaísta, é uma edição revista e ampliada da história da mulher corajosa e subversiva que revolucionou a psiquiatria no Brasil, com uso de arte e terapia ocupacional. Entrevista e fotos estão no volume.
Um passo de sorte (Editora Intrínseca, 352 páginas, R$ 52,00), da escritora, roteirista e jornalista inglesa Jojo Moyes, autora do best-seller Como eu era antes de você, traz a história de duas mulheres diferentes e um par de sapatos que mudou tudo. Sam ainda tem emprego e família e Nisha tem marido rico, viagens e roupas de grife. Não deveriam ter se encontrado.
Flicts (Editora Melhoramentos, 80 páginas), obra clássica de Ziraldo, falecido há poucos dias, edição comemorativa de 50 anos de lançamento. Tudo tem cor, o mundo é feito de cores, mas nenhuma é Flicts, rara, frágil, triste, que procurou em vão um amigo entre outras cores e não encontrou um lugar para ficar. Abandonada, Flicts olha para longe, para o alto e finalmente se encontra.

Censores não entram para a História

Censores não costumam entrar para a História. Você conhece algum nos últimos séculos que tenha entrado? Alguns censores da antiga Roma entraram para a História. Eles tinham poderes de fazer o censo e observar condutas públicas e privadas, além de "fiscalizar a moral pública". Sim, tem o Goebbels da Alemanha nazista, que queria controlar a cultura, censurava as artes e mandou queimar livros. É uma terrível exceção.
Na antiga Grécia, o caso mais famoso de censura foi o do grande filósofo Sócrates, acusado de se aliar a deuses do mal, ser ateu e incitar seus jovens alunos a serem rebeldes e desobedientes. Ele teve que optar entre ter a língua cortada ou tomar veneno. Escolheu a segunda opção.
O primeiro imperador da China, Qin Shi Huang é acusado de queimar livros e enterrar vivos professores e intelectuais contrários a ele. A Igreja Católica Apostólica Romana, especialmente na Idade Média, proibia livros e seu Tribunal da Inquisição mandou muita gente "imoral" e "herética" para a fogueira. Espanhóis queimaram documentos e objetos culturais na América. Ingleses invadiram Washington lá por 1812-1814 e queimaram 3000 livros da Biblioteca do Congresso e a Casa Branca.
Em nosso País, depois de Getúlio Vargas, com seu famoso DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda, criado em 1939, passando pelo período militar (1964-1985) e chegando à Constituição Cidadã de 1988, que aboliu a censura, lidamos com o tema e temos leis, estudos e projetos para a regulação da mídia. Nos Estados Unidos nunca houve censura formal e se enfatiza a liberdade de expressão. A regulação da mídia nos EUA é caracterizada por visão liberalizante e segue o princípio de que o mercado e a opinião pública devem ser os principais reguladores de conteúdo. Claro que, nos EUA, pensam em modificações quanto à regulação.
Na União Europeia, o Digital Services Act (DSA) tem como objetivo principal "prevenir atividades ilegais e prejudiciais online e a propagação de desinformação." O DSA é considerado uma das leis mais avançadas sobre o tema e enfatiza combate a conteúdos ilegais, transparência na moderação, controle sobre opções de personalização, proibição de publicidade direcionada, proteção às crianças, segurança nas eleições com medidas eficazes para garantir um processo eleitoral seguro e rigor na verdade no comércio eletrônico, com informações confiáveis. Em outros países da Europa existe legislação sobre o tema.
Depois das declarações do bilionário Elon Musk contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e dos desdobramentos que ocorreram, a Câmara resolveu retomar as discussões sobre o projeto de lei (PL 2630/20) das Fake News. Arthur Lira (PP-AL) afirmou que deseja formar um grupo de trabalho para dar andamento à tramitação do projeto.
Agora é aguardar os próximos capítulos.

A propósito

“A História é a mestra da vida” ,frase atribuída ao senador e filósofo romano Marco Túlio Cícero,deve ser lembrada . Quem acha que pode se aproveitar da censura, adiante se dá mal. A sociedade brasileira deve ficar de olho na tendência global sobre regulação de mídia , que procura um equilíbrio entre a responsabilização das plataformas e a preservação dos direitos humanos, especialmente liberdade de expressão.Não é fácil um ambiente online seguro, inclusivo, transparente e que tenha Big Techs e cidadãos responsáveis. Democracia e liberdade são difíceis, construções eternas, mas são os melhores caminhos. (Jaime Cimenti)

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