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Livros

- Publicada em 16 de Novembro de 2023 às 18:11

'2047 - A revolução dos dementes', novo romance de Max Telesca

2047 - A revolução dos dementes (Geração Editorial, 336 páginas) é o segundo romance de Max Telesca, advogado e escritor porto-alegrense nascido em 1974, residente em Brasília e especialista em tribunais superiores, processo civil e Direito Penal. Max atuou nas mais importantes investigações criminais nos últimos anos.
2047 - A revolução dos dementes (Geração Editorial, 336 páginas) é o segundo romance de Max Telesca, advogado e escritor porto-alegrense nascido em 1974, residente em Brasília e especialista em tribunais superiores, processo civil e Direito Penal. Max atuou nas mais importantes investigações criminais nos últimos anos.
2047 se passa em Lisarb, tipo um distópico Brasil virado ao avesso, e dá sequência ao primeiro volume da trilogia Lisarb, 2038, publicado em 2016 e que será reeditado pela Geração Editorial. 2038 retratava um país com costumes degradados, num mundo em que a corrupção era uma variável da economia, da política e do próprio tecido social.
Max é ótimo e experiente leitor e tem vasta experiência no mundo político, em vista do trabalho advocatício que exerce há décadas em Brasília e, assim, mesclou essas vivências numa narrativa densa, envolvente e movimentada, que nos remete a obras clássicas como A Metamorfose de Kafka e Incidente em Antares, do conterrâneo Erico Veríssimo.
2047 mostra um mundo com mulheres tratadas com descaso e menosprezadas quanto ao intelecto e capacidade de trabalho, problemas de grupos discriminados e violentados em função de sua orientação sexual, raça e religião, florestas tropicais derrubadas e a presença da terrível epidemia Rened-47, que na ficção de Telesca está presente com toques de realismo fantástico latino-americano e lembrando a grande obra sobre epidemia, A peste do Prêmio Nobel Camus.
O jornalista Alex Tedesco, protagonista do romance, com passado nebuloso com a política e mulheres belas, apaixonantes, falsas e arrivistas, retorna do exílio em Paris para Lisarb para assessorar Lucas, o candidato a Presidente de Lisarb, que disputa com Servius Mórus, Cairo Góes e Lair Montanaro.
Alex quer superar decepções políticas, a morte da primeira mulher e terminar a relação com a atual, a antagonista Benigna Alphonsus. Alex diz: "a democracia é uma casa velha com goteiras, problemas na fiação e, especialmente, cheia de infiltrações. No banco está hipotecada, com muitas dívidas, mas é a nossa casa."

Lançamentos

• Ultravulnerabilidade na era da internet dos corpos (Livraria do Advogado Editora, 230 páginas), de Roberta Scalzilli Silva, advogada, professora-doutora, mediadora e consultora, traz instrumentos para proteção humana diante da manipulação e do controle algorítimico aos quais estamos submetidos. Obra profunda, fundamentada, foi fruto de defesa de doutoramento da autora e nasce referencial.
• Os judeus não contam (Avis Rara, 128 páginas, R$ 39,90), de Daniel Baddiel, escritor, comediante, roteirista e apresentador de TV, diz que o preconceito contra os judeus, uma minoria, foi deixado de lado pela sociedade, que combate a homofobia, o racismo e a transfobia, entre outros. Os judeus são vítimas de políticas racistas no mundo, e muitos são coniventes.
Você sabe de onde eu venho (AGE, 296 páginas, R$ 71,92), romance do consagrado escritor, diretor, roteirista e produtor Tabajara Ruas, escrito com pesquisa histórica rigorosa, mesclando personagens reais e ficcionais, fala da importante participação dos pracinhas brasileiros na conquista do Monte Castelo, na Itália, na Segunda Guerra Mundial, uma página praticamente desconhecida da nossa história.
 

ARI lança livro de entrevistas póstumas

Um bom biógrafo é o que coloca pessoas falecidas ou vivas a circular por aí, mostrando suas histórias, palavras, fatos pessoais ou históricos, fotos, curiosidades e segredos. Em boa hora a Associação Riograndense de Imprensa lançou um livro de entrevistas póstumas com personalidades do jornalismo e do mundo cultural gaúcho.
Eles deixaram as respostas: Nós fizemos as perguntas (120 páginas), coletânea editada pela jornalista Cláudia Coutinho, primeira vice-presidente da ARI, tem capa, projeto gráfico e editoração de Luiz Adolfo Lino de Souza e ilustrações de Celso Schröder. A apresentação é do jornalista José Maria Rodrigues Nunes, presidente da ARI, e o prefácio é do professor e escritor Luís Augusto Fischer.
O livro partiu de um trabalho realizado pela ARI em 2021, durante a Feira do Livro. Para comemorar os 50 anos da morte do muito vivo Aparício Torelly, o Barão de Itararé, que ainda nos comanda positivistamente, 50 jornalistas fizeram perguntas que se encaixassem em "respostas" previamente selecionadas a partir do vasto "contiúdo" deixado pelo Barão, que pedia, sempre atual, para que entrassem na redação dele sem bater. Como dizia o imortal Carlos Nobre, quem é morto sempre aparece e a "entrevista coletiva" foi publicada, em três páginas, no Jornal do Comércio. Ela abre a obra que homenageia o talento de profissionais que marcaram o Jornalismo e a Literatura.
Doze jornalistas de escol (não é Skol, viu, revisor?) realizaram as entrevistas. Augusto Meyer - Magali Schmitt; Barbosa Lessa - Jurema Josefa; Caio Fernando Abreu - Flávia Cunha; Carlos Nobre - Marco Antônio Villalobos; Erico Verissimo - Antônio Goulart; José Guimarães - Flávio Dutra; Lara de Lemos - Tatiana Gomes; Lya Luft - Vera Helena Guimarães; Mario Quintana - Antônio Goulart; Moacyr Scliar - Thamara Costa Pereira; Paulo Sant'Ana - Nilson Souza; Sergio Jockymann - Antônio Czamanski e Simões Lopes Neto - Patrícia Lima.
Na apresentação, José Maria Rodrigues Nunes, presidente da ARI, escreveu: "É uma responsabilidade muito grande para a direção da ARI trazer a história de personagens como Erico Verissimo, primeiro presidente da ARI, Barbosa Lessa, Mario Quintana e outros tantos autores que fizeram e fazem a história de nossa literatura. Tenho a certeza de que a publicação servirá como inspiração para novos autores, estudantes e profissionais que queiram se aventurar nos mundos das palavras."
No prefácio, Luís Augusto Fischer escreveu: "Uma gente que dá gosto de conhecer e de ler, com obras que vivem para bem além de seu tempo de vida. Uma gente que tem o que dizer para nosso novo século, porque viveu intensamente sua época e soube registrar seu pensamento e sua sensibilidade, em jornais, revistas e livros, em vivências que ainda agora nos interrogam vivamente."

A propósito

Antônio Goulart perguntou a Mario Quintana: Como encara a vida? "Uma vida não basta apenas ser vivida, também precisa ser sonhada", respondeu Mario. Nilson Souza para Paulo Sant´Ana: Como define a vida? "A vida é muitas vezes frustrante e até trágica, mas também pode ser bela. E quando é bela, se eterniza em nossas lembranças e dá um significado de conteúdo sólido para a existência", disse Paulo-Pablo. Flávio Dutra para Josué Guimarães: qual a função do escritor? "Acho que uma das funções do escritor é viver sua época, compreender seu povo, viver seus problemas e procurar transportar isso para o livro", disse Josué. Carlos Nobre legou a Marco Antônio Villalobos o epitáfio que teria escolhido para si: "Aqui jaz uma gargalhada cercada de choro por todos os lados". Parabéns ARI, casa livre, democrática e plural, como as palavras do livro.