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Livros

- Publicada em 13 de Outubro de 2023 às 00:40

Os romances do patrono Tabajara Ruas

tabajara ruas - os varões assinalados

tabajara ruas - os varões assinalados


/L&PM EDITORES/DIVULGAÇÃO/JC
Com muita justiça e para enorme alegria, especialmente dos gaúchos, a Câmara Rio-Grandense do Livro indicou o escritor, arquiteto, roteirista e cineasta uruguaianense Tabajara Ruas como Patrono da 69ª. Feira do Livro de Porto Alegre. Além de ser um dos grandes romancistas brasileiros das últimas décadas, Tabajara já dirigiu seis longas e escreveu dezesseis roteiros, com destaque para o internacionalmente premiado O dia em que Dorival encarou a guarda.
Com muita justiça e para enorme alegria, especialmente dos gaúchos, a Câmara Rio-Grandense do Livro indicou o escritor, arquiteto, roteirista e cineasta uruguaianense Tabajara Ruas como Patrono da 69ª. Feira do Livro de Porto Alegre. Além de ser um dos grandes romancistas brasileiros das últimas décadas, Tabajara já dirigiu seis longas e escreveu dezesseis roteiros, com destaque para o internacionalmente premiado O dia em que Dorival encarou a guarda.
Em boa hora a L&PM Editores, que desde 1981 publica obras de Tabajara, lançou três reedições de romances importantíssimos do autor. O amor de Pedro por João (296 páginas, R$ 84.90) traz anos dramáticos vividos pelo Brasil e pelo Chile pós-golpes militares, com protagonistas juvenis no duro exílio experimentando dor, medo, impotência, traição, mas também audácia, amor, camaradagem e heroísmo. Na apresentação, o consagrado professor, administrador cultural e escritor Sergius Gonzaga enfatiza a complexidade estrutural da narrativa inovadora e a fuga do academicismo em relação ao conteúdo.
Perseguição e cerco a Juvêncio Gutierrez (136 páginas, R$ 44,90) está na lista dos 30 melhores romances brasileiros da revista literária Rascunho. O jornal ZH considerou o protagonista um dos maiores personagens da literatura gaúcha. Trinta anos atrás, a L&PM foi a primeira a publicar a obra, que mostra Marcelo, 13 anos, no dia do aguardado jogo final do campeonato de futebol da escola e a chegada de Juvêncio Gutierrez, contrabandista foragido na Argentina e jurado de morte pelo delegado da cidade.
Os Varões Assinalados (494 páginas, R$ 99,90) narra, com detalhes minuciosamente pesquisados, negociações que fracassaram e precipitaram a sangrenta Guerra dos Farrapos até as batalhas, marchas, desentendimentos, prisões, fugas espetaculares, amores, paixões, derrotas e vitórias. Bento Gonçalves da Silva, Antônio de Souza Netto, Garibaldi e muitos outros heróis estão neste grande romance sobre a mais longa guerra civil brasileira.
Como se vê, antigos e novos leitores têm à disposição obras essenciais da moderna literatura brasileira.

lançamentos

O potencial da mudança - O desafio de navegar pelas incertezas (Objetiva, 256 páginas, R$ 79,90), do consagrado administrador, gestor e consultor Rodrigo Hübner Mendes, é obra para balizar macro e micropolíticas educacionais, trazendo sua experiência e falando de como lidar com ruptura, resiliência e reinvenção.
Trader ou investidor? (Editora Intrínseca, 176 páginas, R$ 49,90), dos renomados economistas e professores Bruno Giovannetti e Fernando Chague, auxilia os leitores a aprender a investir na Bolsa sem cair nos vieses comportamentais, montando uma carteira bem-sucedida e investindo com segurança.
Seu metabolismo é incrível (Almedina Brasil, 180 páginas), de Marcos Roberto de Oliveira, médico, professor e pesquisador da Ufrgs, mostra como é fácil compreender o metabolismo, tão falado e tão pouco compreendido. Com linguagem simples, mas de rigor científico, Marcos explica temas complexos.

O cronista Eduardo Battaglia Krause

A crônica é um gênero literário que se adaptou e cresceu perfeitamente ao Brasil e, a partir do primeiríssimo Pero Vaz de Caminha, até autores mais recentes como Rubem Braga, Luis Fernando Veríssimo, Fernando Sabino, Clarice Lispector, Martha Medeiros, Carpinejar e Zuenir Ventura, passando por Machado de Assis, João do Rio, Antônio Maria e muitos outros, segue encantando diariamente milhões de leitores.
É certo que, atualmente, a crônica é quase sempre um pequeno artigo de opinião e que os cronistas - os especialistas em generalidades - hoje bebem mais nas fontes da internet do que em passeios pelas cidades e mudaram formas e conteúdos do gênero, de olho nos milhões de assuntos econômicos, políticos, culturais e sociais que nos deixam digitalmente intoxicados. Lembrei dessas ideias depois de ler Então eu fiz sessenta anos (Essência do Saber, 137 páginas), coletânea de crônicas e livro mais recente do advogado e escritor porto-alegrense Eduardo Battaglia Kraus. O volume traz histórias bem narradas sobre familiares, amigos, cenários de Porto Alegre, barcos, futebol, situações de trabalho envolvendo figuras políticas conhecidas e episódios que trazem personagens como Antonio Hohlfeldt, Fernando Affonso Gay da Fonseca, Leonid Streliaev, Manuel Pedro Leão dos Reis, Eliseu Padilha, Mario Quintana, Eva Sopher, Vinícius de Moraes, Carlos Páez Vilaró, Guilherme Socias Villela, Roque Jacoby e o saudoso Dr. Ivo Nesralla.
Krause lançou em 2000 a coletânea de crônicas A Vaca Nua, que recebeu o Prêmio Açorianos de Autor Revelação. Ele é advogado especialista em regulação e direito administrativo há mais de 40 anos. Escreveu obras e artigos sobre sua área de atuação e, atualmente, é presidente do Conselho Curador da Fundação Theatro São Pedro.
Na orelha, o professor universitário, escritor, ex-vice-governador e administrador cultural Antonio Hohlfeldt escreveu: "Eduardo Krause se finge de amador, gosta de parecer iniciante, mas sabe muito bem o que está fazendo. Ele explora os detalhes dos acontecimentos, pois sim, isso é coisa de cronista. Ele reproduz suas histórias com um gostoso gosto de oralidade, de conversa de botar fora, de deixar tempo escorrer, e isso é coisa de cronista."
Na contracapa, escreveu a professora e escritora Regina Zilberman: "Eduardo Battaglia Krause associa-se àquele narrador sobre o qual Walter Benjamin nos fala em seu memorável ensaio: a pessoa que traduz a experiência em narrativa, e essa é a sua maneira de dar conselhos. Nada mais verdadeiro para esta coletânea de textos, onde cada história apresentada na forma de crônica traz consigo um ensinamento - e esses são muitos, traduzidos em amizade, amor, tolerância. E nunca deixamos de precisar desses conselhos, que Eduardo nos oferece com grande generosidade."
As crônicas de Eduardo trazem ótimas descrições de ambientes públicos e privados e estão recheadas com diálogos vivos, destes que ficam para sempre na lembrança.

A propósito

As crônicas de Eduardo Krause, cordiais e afetivas, foram elaboradas com base no bondade e na generosidade do que disse o inspirador Vinícius de Moraes: a vida é a arte do encontro. Krause é bom observador e grande ouvinte, e sabe que devemos sair dos encontros melhores do que quando chegamos, como disse a Santa Madre Teresa de Calcutá. Krause sabe muito bem que somos anjos de uma asa só, precisando do próximo para voar. (Jaime Cimenti)