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Livros

- Publicada em 19 de Abril de 2023 às 17:26

Dilemas contemporâneos e universais das mulheres

Peitos e ovos (Editora Intrínseca, 480 páginas, R$ 79,90 impresso e R$ 54.90 e-book, tradução de Eunice Suenaga), romance da premiada escritora japonesa Mieko Kawakami, em síntese, narra muito bem sobre os dilemas contemporâneos e universais das mulheres. O romance foi eleito como um dos 10 melhores livros de 2020 pela revista Time e escolhido como um livro notável pelo The New York Times.
Peitos e ovos (Editora Intrínseca, 480 páginas, R$ 79,90 impresso e R$ 54.90 e-book, tradução de Eunice Suenaga), romance da premiada escritora japonesa Mieko Kawakami, em síntese, narra muito bem sobre os dilemas contemporâneos e universais das mulheres. O romance foi eleito como um dos 10 melhores livros de 2020 pela revista Time e escolhido como um livro notável pelo The New York Times.
A trama, que se passa no Japão, aborda a relação de três mulheres com o corpo, as questões relativas ao gênero feminino e aspectos da maternidade. Mieko já foi agraciada com os prêmios Akutagawa, Tanizaki e o Murasaki Shikibu e seus livros foram traduzidos para mais de trinta idiomas.
Em um dia sufocante de verão, Makiko viaja de Osaka a Tóquio para visitar a irmã mais nova, Natsu, e a surpreende com a informação de que gostaria de aproveitar a oportunidade para fazer uma cirurgia de aumento dos seios. Acompanhada pela filha, Midoriko, uma adolescente que há alguns meses só se comunica com a mãe por escrito, Makiko compartilha com a irmã a frustração que sente pelo comportamento da garota, desconhecendo o sofrimento de ser incapaz de verbalizar as pressões avassaladoras da puberdade.
A partir da visão de Natsu, uma aspirante a escritora com trinta anos de idade, assombrada pelas dificuldades vividas na juventude, desenrola-se a história dessas três mulheres reunidas em um bairro pobre de Tóquio.
De forma honesta, potente e bem-humorada, a autora traça um retrato sensível das alegrias e pressões vividas por mulheres, e também pela busca pelo controle do próprio futuro. O The New York Times registrou: Kawakami escreve sobre o corpo com uma precisão desconcertante. O escritor gigante Haruki Murakami disse que Peitos e Ovos é um livro de tirar o fôlego.
Realmente, não por acaso uma das mais premiadas autoras japonesas, Mieko mescla criatividade artística, humor ácido e profundidade emocional para contar uma história que trata da feminilidade contemporânea no Japão.
 

Lançamentos

  • O castelo de gelo (Todavia, 176 páginas, R$ 64,90, ) obra-prima do norueguês Tarjei Vesaas , em meio ao frio cortante e à escuridão do fim do mundo norueguês, ,traz a singular amizade de duas meninas diferentes, a solidão , o fim da infância e a memória, envoltos em prosa sensível. A obra recebeu o Prêmio de Literatura do Conselho Nórdico.
  • Escute seu silêncio (Editora Planeta-Academia, 272 páginas, R$ 62,90) da jornalista Petria Chaves, atual âncora da rádio CBN, tem entrevistas com autoridades em psicanálise, neurociências, negócios, filosofia e espiritualidade, visando mostrar a importância da escuta atenta e do silêncio e como tornar-se um ouvinte melhor.
  • Memórias de um tempo obscuro (Editora Contexto, 208 páginas, R$ 49,90) do consagrado jornalista e escritor Ricardo Viveiros, autor de mais de 50 livros, busca vacinar o Brasil contra o autoritarismo e o negacionismo e ressalta a importância da democracia, da liberdade e alerta contra o populismo. Sempre com fé e esperança no futuro.

Corruptos Anônimos

Corrupção é mais antiga que andar a pé, a Sé de Braga e os primeiros milenares filhotes de dragões chineses. Corrupção sobrevive feito Fênix, se metamorfoseia e se adapta ao tempo e ao espaço feito uma barata asquerosa. Grupos de ajuda funcionam, estão aí os Alcoólicos Anônimos, os Jogadores Anônimos, os Neuróticos Anônimos, os Vigilantes do Peso e outros tantos que mostram que seres humanos juntos podem, no mínimo, pensar e fazer coisas.
Corrupção, além de crime e doença que afeta o indivíduo e a sociedade, é inferno sem limites, muitas vezes até mesmo onde, no fundo, existem limites para tentar diminuir, ao máximo, a compulsão de meter a mão. Até nos países nórdicos e no Japão a corrupção segue. Que horror, na Suécia uma ministra comprou uma barra de Toblerone com dinheiro público e aí criou-se o maior escândalo. Coisa de sete ou oito dólares.
Corrupto não se contenta nunca e a praga é universal, doença crônica, que se der para curar, ao menos precisa de tratamento diário. Se nunca tiver cura - tomara que um dia tenha - que siga o tratamento. O combate contra a corrupção deve ser diário, como o combate a preconceito de raça, religião, classe e sexo.
Acho que só criando o Corruptos Anônimos vamos enfrentar e resolver esse mal infindável. Daí o Piketty não precisará ler e escrever tanto sobre desigualdade. Quem sabe os corruptos, reunindo-se em Versailles, no museu Vasa em Estocolmo, em alguma mansão da península em Brasília ou em outros antros do planeta possam curar-se da doença e purgar culpas e remorsos.
Os corruptos devem chegar um a um, em carros discretos. Parece que o atual governador de Minas pensa em usar o Palácio Tiradentes como uma espécie de museu da corrupção, para ver se as coisas deixem de se repetir infinitamente. Tomara que um dia a corrupção não seja mais crônica e incurável como a artrite reumatoide e que tenha cura, ao invés de tratamento.
O ser humano, demasiado humano, sempre dá um jeito de se achar melhor que o vizinho em alguma coisa, sempre quer se dar bem, muitas vezes a qualquer custo. Quem sabe as reuniões dos corruptos anônimos revelem aos mãos-grandes que no final não vale a pena, que o crime não compensa nem para os advogados criminalistas. Será que não sabem que estamos só de passagem nessa vida, que os limites estão pegando e que a cana é duríssima?
Nas reuniões poderiam ser exibidos filmes sobre o Al Capone e outros chefões e, quem sabe, algumas reuniões poderiam ser no cinematográfico presídio de Alcatraz, a Rocha, em São Francisco, com suas celas de cinco metros quadrados e regulamento de ferro, onde Capone tirou uma longa temporada, saindo de lá só por doença.
Nas reuniões poderiam ser mostrados a polícia, o ministério público e a justiça tomando de volta o que foi roubado da sociedade. Seria pedagógico. Depois das reuniões os corruptos sairiam devolvendo, voluntariamente, o que pegaram indevidamente e aí, quem sabe, poderiam os corruptos ser até nomes de escolas, hospitais, presídios, delegacias e monumentos contra a corrupção.

A propósito

Brincadeira séria, delírio e ficção à parte, atacar o mal pela raiz seria interessante e talvez criar o CA seja o único caminho para prevenir sem precisar remediar. Cura em vez de tratamento. Os corruptos prometeriam que ficariam um dia sem roubar, depois dois e por último roubariam só um pouco e iriam para o Caribe sem causar maiores danos.
O combate à corrupção segue, algumas coisas estão acontecendo. Melhor os malandros ficarem espertos, que podem cair nas redes sociais e nas malhas da Justiça. Viva Tiradentes! Melhor seria não precisar criar os Corruptos Anônimos, mas aí talvez seja sonho demais para uma noite de verão. Na Itália dizem que em água benta e dinheiro público todos metem a mão.