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Livros

- Publicada em 15 de Setembro de 2022 às 18:08

Como ser um ditador

Como ser um ditador (Editora Intrínseca, 368 páginas, R$ 69,00 e R$ 46,90 E-book, tradução de Paula Diniz), do professor Frank Dikötter, catedrático de humanidades na Universidade de Hong Kong, membro sênior do Hoover Institution e autor de People's Trilogy, livros que documentam o impacto do comunismo na vida dos chineses, é considerado um autor referencial sobre a história da China.
Como ser um ditador (Editora Intrínseca, 368 páginas, R$ 69,00 e R$ 46,90 E-book, tradução de Paula Diniz), do professor Frank Dikötter, catedrático de humanidades na Universidade de Hong Kong, membro sênior do Hoover Institution e autor de People's Trilogy, livros que documentam o impacto do comunismo na vida dos chineses, é considerado um autor referencial sobre a história da China.
Neste Como ser um ditador Frank Dikötter trata, com base em muitas pesquisas e com muita profundidade e originalidade, sobre o culto à personalidade no século XX, um tema que segue essencial para nossos dias, quando se discute democracia, liberdade, direitos humanos e cidadania.
O autor examina com detalhes a trajetória de oito tiranos (Mussolini, Hitler, Stalin, Mao Tsé-tung, Kim Il-sung, Duvalier, Ceausescu e Mengistu) e explica como regimes totalitários se consolidam às custas da adoração da figura do ditador.
Stalin se declarava ateu antes mesmo da revolução; Papa Doc Duvalier praticava vodu, religião dominante do Haiti; Mussolini e Kim II Sung erguiam estátuas de si mesmo para simbolizar a perpetuação no poder; e Hitler preferia que monumentos deveriam ser construídos para louvar os líderes do passado.
Apesar das diferenças pontuais nos estilos, há muitos pontos de conexão entre os tiranos. Um deles é o uso sistemático da violência e da repressão contra quem lhes é contra. Na obra, o autor analisa a trajetória de cada ditador e mostra a máquina de propaganda que fomentou o culto em torno de suas personalidades.
Com desfiles cuidadosamente coreografados e uso deliberado de censura para manter o mistério ao seu redor, os tiranos trabalharam incansavelmente a própria imagem e encorajaram a população a glorificá-la, perpetuando uma forma de controle que, de certo modo, foram aprendendo uns com os outros e com a história. Hoje, com flagrantes retrocessos de democracias em todo o mundo, estaríamos presenciando o renascimento destas técnicas entre alguns líderes mundiais? Putin, Viktor Orbán e Xi Jinping estariam bebendo na mesma fonte?
 

Lançamentos

Albertina Belmonte (BesouroBox, 144 páginas, R$ 44,90) é a estreia em romance da escritora, tradutora e professora Andréa Barrios, filha de uruguaios e nascida em 1976 em Porto Alegre, traz Albertina adulta nos libertários anos setenta, mas reprimida pela família tradicional. Ela buscou mais que só liberdade, como verão os leitores.

A Guerrilha Brancaleone (Editora Sulina, 152 páginas, R$ 44,90), de Cláudio Weyne Gutierrez, bancário aposentado, militante político e escritor, traz textos que mostram a possibilidade da construção de um projeto de convivência coletiva em épocas da ditadura, onde, apesar de tudo, havia esperanças de mundo e pessoas melhores.

Do Ciao ao Bah (Farol 3 Editores, 154 páginas) é a estréia literária da fisioterapeuta porto-alegrense Liliana Santagada. São dezenas de crônicas sobre a história dos imigrantes italianos da família Santagada em nosso Estado. Prefácio de Roberto Bortot, cônsul-geral da Itália no Brasil, no RS.

Padre Chagas, pós-pandemia

A Rua Padre Chagas, que é como se fosse 600 metros de Rua da Praia antiga e elegante, é o coração pulsante do Moinhos de Vento, embora, na minha opinião, não seja a rua mais charmosa do bairro. Óbvio que ela tem muito charme, mas outras ruas como a Luciana de Abreu, a Dinarte Ribeiro, a Santo Inácio ou a Barão de Santo Ângelo (especialmente a última parte, a chamada “Barão da Moda”) são mais charmosas. Verdade que quase todo o Moinhos, um dos boulevards mais históricos e importantes da cidade, tem charme e, graças a Deus, conserva passado, presente e futuro para a alegria de todos os porto-alegrenses, rio-grandenses, brasileiros e estrangeiros.

A Rua Padre Chagas tem aproximados 110 anos e o padre de seu nome foi Francisco das Chagas Martins Ávila e Sousa, que nasceu no Rio de Janeiro em 1788 e morreu em Piratini em 1865. Ele era descendente de casais Del Rey que povoaram Rio Pardo. Padre Chagas,
durante a Revolução Farroupilha, criou uma cisma na Igreja Católica no Rio Grande do Sul, negando obediência ao Bispo do Rio de Janeiro, que o nomeara Vigário Apostólico. Padre Chagas foi eleito deputado para a 1ª. Legistatura da Assembleia Legislativa do RS em 1835 e em 1842, como deputado mais votado, presidiu a sessão inaugural da Assembleia. O que é o estudo!

A Padre Chagas era quase que só residencial até algumas décadas atrás. Hojem tem residências, escritórios, consultórios, armazéns, bares, sorveterias, lojas e restaurantes e segue se reinventando. A Padre Chagas vive!

Caminhando pela Padre, pelo Parcão e outras ruas do bairro, atualmente, as pessoas ficam felizes vendo as novas construções, a vida em movimento e as pessoas respirando novos ares depois da tenebrosa pandemia. Como em outras cidades e países, há um certo clima de euforia, que lembra um pouco os “anos loucos” da década de 1920, que se seguiram à terrível Gripe Espanhola, que terminou em dezembro de 1920, depois de matar, no mínimo 50 milhões de pessoas.

Há algumas (muitas) placas de aluga-se na Padre, especialmente na primeira quadra e em outras ruas do Moinhos. Algumas operações fecharam, algumas abriram e a vida segue em ondas como as águas da Hidráulica Moinhos de Vento, onde, aliás, os prédios e os jardins de inspiração francesa seguem encantando os visitantes, que fazem festas, piqueniques e caminham , conversam, silenciam ou namoram naquela Paris-Versailles sem passaporte. Bem que o DMAE podia restaurar o revestimendo do Torreão e, quem sabe, permitir a visitação, até lá em cima, cobrando ingresso. Um pequeno quiosque com água, café e alguns alimentos poderia ser instalado nos jardins e, quem sabe, poderia haver mais banheiros. O local merece atenção e o DMAE poderia obter recursos com isso. Não parece muito complicado e a população da cidade ia ficar muito feliz.

Pois é, com o perdão do trocadilho, águas passadas, presentes e futuras movem o Moinhos, bairro que é de todos e que é nosso Leblon, Jardins (SP) e nosso Parcão-Central Park.

A propósito

Sempre é bom lembrar que o Moinhos é patrimônio de rio-grandenses, brasileiros e estrangeiros e que todos devem zelar por ele. Iniciativa privada e órgãos públicos devem somar esforços, junto com a população, para que o bairro siga vivo, saudável e elegante. Há quem reclame, com razão, de alguns aspectos do bairro, como segurança e limpeza, o que é normal. É preciso melhorar mais e mais o Moinhos, pois todos sairão ganhando com isso. Enfim, os anos passam, as modas e os points passam, mas o Moinhos segue firme e forte, mostrando que passado, presente e futuro estão juntos não apenas na memória da gente e em filmes, peças teatrais e séries. Viva o Moinhos, o bairro que não é moderno, é eterno.