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Livros

- Publicada em 21 de Julho de 2022 às 18:17

Totalitarismos disfarçados de proteção

Numa era de grandes progressos tecnológicos, científicos e de avanços , especialmente nas comunicações, era de se esperar que os humanos estivessem mais livres, bem informados e participantes de sociedades verdadeiramente democráticas. A "aldeia global" de que nos falava McLuhan e suas "tribos" estão aí, dominadas por grandes capitais e totalitarismos que se disfarçam de regimes protetores dos cidadãos.
Numa era de grandes progressos tecnológicos, científicos e de avanços , especialmente nas comunicações, era de se esperar que os humanos estivessem mais livres, bem informados e participantes de sociedades verdadeiramente democráticas. A "aldeia global" de que nos falava McLuhan e suas "tribos" estão aí, dominadas por grandes capitais e totalitarismos que se disfarçam de regimes protetores dos cidadãos.
Passaporte 2030 (Avis Rara - Faro, 224 páginas, R$ 49,90) do consagrado jornalista e escritor Guilherme Fiuza, que tem por subtítulo O sequestro silencioso da liberdade, vem em boa hora para lançar luzes sobre as tiranias de alguns políticos, empresas e clubes de milionários que estão pretendendo se adonar de vez dos campinhos mundo afora e engambelar milhões de pessoas em muitas partes do planeta com papos enganosos.
Fiuza escreveu os livros Fake Brasil, Bussunda, O Império do Oprimido e Meu nome não é Johnny, entre outros, e tem trabalhado como jornalista na Jovem Pan, Revista Oeste e Gazeta do Povo.
Sem fugir de polêmicas e com opiniões fortes, Fiuza discute como pessoas livres aceitaram ser classificadas por status (falso) de saúde, como tanta gente esclarecida confunde propaganda com ciência e censura com ética e como a tal Agenda 2030, do Forum Econômico Mundial, pode exterminar de vez com nossas liberdades individuais.
Segundo Fiuza, o mundo assiste um surto megalomaníaco de nerds bilionários conectados a ditadores dissimulados e perfumados por animadores de auditório e subcelebridades em geral, como se tudo fosse uma grande festa.
Claro, estes temas são polêmicas para cachorros grandes, complexos, nacionais e globais, mas o certo é que os pagadores de impostos e a população em geral precisam tentar, ao menos, ver o que realmente está por trás do tema da Agenda 2030, que é "Você não vai ter nada e vai ser feliz". Nada fácil assistir noticiários duvidosos, mentirosos e parciais, dar de cara com informações contraditórias e buscar filtros para separar as joias das bijuterias. O livro de Fiuza está aí à disposição para tentar, ao menos, saber o que realmente está rolando.
 

Lançamentos

  • Pra Doer (Editora e Gráfica Lucel, 118 páginas) apresenta 76 poesias e algumas crônicas e diálogos do experiente e competente jornalista Júlio Sortica, envolvendo temas de amor e paz, neste mundo violento. Lançamento 25/07, 18h, Chalé da Praça XV, dia dos 71 anos do autor.
  • Os Mantras Mais Poderosos de Todos os Tempos (Luz da Serra Editora, 224 páginas, R$ 69,90), de Patrícia Cândido, filósofa e pesquisadora da área de espiritualidade, traz mantras úteis sobre família, alma, prosperidade, amor, saúde, medo, espíritos, Deus, força feminina e crianças, entre outros temas essenciais.
  • Persistência - O Segredo de Uma Vida (Free Press, 176 páginas), estreia literária de Maria Isabel Pereira da Costa, advogada, Juíza de Direito aposentada e professora universitária, é a pungente história de Sofia, menina pobre do interior que usou as dificuldades para seguir o caminho vitorioso com consciência.

Para que serve um escritor?

No dia 25 de julho será comemorado o Dia Nacional do Escritor. Nesses tempos de mídia eletrônica, da maioria das pessoas que não gostam de ler mais do que os poucos caracteres do Twitter, ficam as perguntas no ar: Para que serve a literatura? Para que serve um escritor? Felizmente os números da última Bienal do Livro e da nossa última Feira do Livro mostram que ainda existem milhares (ou milhões) de compradores e leitores de livros.
Escritores e literatura servem para entretenimento, autoajuda, conhecimento, saber sobre a vida das pessoas por biografias e de história através de romances históricos. Acima de tudo, no território livre e infinito dos livros e das letras, podemos viver outras vidas, viajar para outros lugares e estarmos sós e acompanhados ao mesmo tempo. Livro é jardim e paraíso portátil.
Erico Verissimo, que se considerava acima de tudo um contador de histórias, pensava que um escritor deve, no mínimo, lançar luz sobre tempos escuros, mesmo acendendo uma vela. Clarice Lispector escreveu que escrevia para saber de coisas que, se não escrevesse, não saberia que sabia. Fernando Sabino disse que escrevia para saber porque escrevia. García Márquez disse que escrevia para ser mais amado.
Acho que foi Steinbeck que disse que era escritor porque era um mentiroso, e se não fosse, não seria escritor. Literatura, mentira, verdade, memória inventada e outros lances andam juntos. Escritores têm o direito de mentir e inventar. Há quem diga que se não nos autorizamos a ser quem somos e a escrever o que queremos, como podemos escrever algo com valor?
Há escritores que confundem literatura com Encyclopedia Britannica e enchem as páginas com citações, informações, descrições exageradas, dados científicos e não sei o que mais. Mario Quintana, que disse que uma boa causa não salva um mau poema, disse também que há livros que se esgotam e outros que esgotam os leitores. Ficção é uma coisa, história, ciência e enciclopédia, outras coisas. Dosagem certa entre elas funciona, como em alguns romances bibliográficos, especialmente os norte-americanos.
Há escritores que exageram em jogos de palavras estéreis, se encantam com palavreados tipo assim lacaneanos e malabarismos verbais chatos e indecifráveis e torram a paciência dos leitores. Alguns livros até viraram clássicos e ficam enfeitando bibliotecas e mesas de centro de salas de estar. Machado de Assis, genial, bem-humorado e universal, nunca precisou recorrer a enigmas indecifráveis e masturbações mentais para ser imortal. O enigma de Capitu é bem divertido e segue encantando, ao contrário de alguns colegas estrangeiros que parece que escreviam para não se comunicar com os leitores e se fazerem de criadores geniais. Hoje não vou dar nome aos gênios chatos e não lidos porque estou homenageando os escritores e a literatura e não estou a fim de me estressar com polêmicas infindáveis como a história do sexo dos anjos e a do ovo e da galinha.

A propósito...

Pensando bem, resumindo, e porque meu espaço está, feliz ou infelizmente, chegando ao fim, acho que um escritor deve, em primeiro lugar, contar boas histórias; segundo, deve escrever o melhor que puder e jogar no lixo rapidinho o que não presta. Terceiro, um escritor serve para registrar sua vida, a vida dos outros, seu tempo e suas histórias e pôr no papel (na tela) o que muitas pessoas gostariam de expressar e não conseguem. É complicado o envolvimento de artistas com política, partidos, ideologias, história, religião e tal. Alguns escritores foram presos, ameaçados de morte e processados, mas, ao fim e ao cabo, na medida do possível, melhor que escritores e artistas sejam livres de todas as amarras possíveis e cumpram sua missão com a maior liberdade e criatividade que puderem. Feliz Dia Nacional do Escritor e viva a literatura. Sem ouvir e contar histórias o ser humano acaba. Isso seria uma história ruim, com péssimo final.