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Coluna

- Publicada em 16 de Maio de 2014 às 00:00

Amor, reencontro, coragem, traição e amizade no Líbano


Jornal do Comércio
Os desorientados, do jornalista e escritor libanês Amin Maalouf, nascido em 1949 e desde 1976 refugiado em Paris por causa da guerra civil no Líbano, é desses romances que deixam marcas indeléveis nos leitores. Maalouf já publicou diversos livros, entre os quais O mundo em desajuste, publicado no Brasil pela Difel. Membro da Academia Francesa desde 2011, quando assumiu a cadeira de Claude Lévi-Strauss, Maalfou é detentor de muitos prêmios, entre eles o importantíssimo Goncourt, na França, e o Príncipe de Astúrias, pelo conjunto da obra. Os desorientados expõe, com minúcias, delicadeza e perspicácia, os sentimentos, as mentes e os corações dos exilados e daqueles que, embora tenham permanecido no Líbano, foram excluídos em sua própria pátria. A narrativa traz personagens que se originaram da memória do escritor e mostra as questões culturais e as consequências altamente negativas que a guerra provocou num país que era “a Suíça do Oriente Médio”. Os conflitos são, infelizmente, semelhantes aos que assolam outros países por décadas. O romance se inicia com o abrupto telefonema recebido por Adam, em Paris, na madrugada, dando conta que seu amigo Mourad estava morrendo no Líbano e que desejava vê-lo. Fazia 25 anos que não se encontravam. Adam tinha se tornado historiador renomado na França e perdera contato com seus amigos libaneses, que se dispersaram pelo mundo. Mesmo brigado com o velho amigo, Adam compra imediatamente a passagem aérea e decide ver, pela última vez, o companheiro de juventude. Em meio às cerimônias de enterro de Mourad surge a ideia de reunir os amigos para rememorar a melhor época de suas vidas, quando tinham sonhos palpáveis e ideias em comum. Questões de amor, reencontro, coragem, traição, amizade e conflitos causados pela brutal guerra civil são apresentados por Maalouf com sabedoria, clareza e sutileza, sem apelar para a comiseração fácil. Até o momento, poucas obras abordaram as questões da guerra e da carnificina ocorrida no Líbano. Amin Malalouf aproveitou os muitos anos de estudo e a serenidade que lhe proporcionou a meia-idade e, mesmo sentindo-se, depois de 25 anos fora, um estrangeiro em seu país, colocou em ficção seu pungente recado. Seu recado, claro, envolve os percursos, as lágrimas e os sorrisos de seus companheiros de geração que, como ele, foram sobreviver no estrangeiro. Bertrand Brasil, tradução de Clóvis Marques, 490 páginas, R$ 58,00, mdireto@record.com.br.
Os desorientados, do jornalista e escritor libanês Amin Maalouf, nascido em 1949 e desde 1976 refugiado em Paris por causa da guerra civil no Líbano, é desses romances que deixam marcas indeléveis nos leitores. Maalouf já publicou diversos livros, entre os quais O mundo em desajuste, publicado no Brasil pela Difel. Membro da Academia Francesa desde 2011, quando assumiu a cadeira de Claude Lévi-Strauss, Maalfou é detentor de muitos prêmios, entre eles o importantíssimo Goncourt, na França, e o Príncipe de Astúrias, pelo conjunto da obra. Os desorientados expõe, com minúcias, delicadeza e perspicácia, os sentimentos, as mentes e os corações dos exilados e daqueles que, embora tenham permanecido no Líbano, foram excluídos em sua própria pátria. A narrativa traz personagens que se originaram da memória do escritor e mostra as questões culturais e as consequências altamente negativas que a guerra provocou num país que era “a Suíça do Oriente Médio”. Os conflitos são, infelizmente, semelhantes aos que assolam outros países por décadas. O romance se inicia com o abrupto telefonema recebido por Adam, em Paris, na madrugada, dando conta que seu amigo Mourad estava morrendo no Líbano e que desejava vê-lo. Fazia 25 anos que não se encontravam. Adam tinha se tornado historiador renomado na França e perdera contato com seus amigos libaneses, que se dispersaram pelo mundo. Mesmo brigado com o velho amigo, Adam compra imediatamente a passagem aérea e decide ver, pela última vez, o companheiro de juventude. Em meio às cerimônias de enterro de Mourad surge a ideia de reunir os amigos para rememorar a melhor época de suas vidas, quando tinham sonhos palpáveis e ideias em comum. Questões de amor, reencontro, coragem, traição, amizade e conflitos causados pela brutal guerra civil são apresentados por Maalouf com sabedoria, clareza e sutileza, sem apelar para a comiseração fácil. Até o momento, poucas obras abordaram as questões da guerra e da carnificina ocorrida no Líbano. Amin Malalouf aproveitou os muitos anos de estudo e a serenidade que lhe proporcionou a meia-idade e, mesmo sentindo-se, depois de 25 anos fora, um estrangeiro em seu país, colocou em ficção seu pungente recado. Seu recado, claro, envolve os percursos, as lágrimas e os sorrisos de seus companheiros de geração que, como ele, foram sobreviver no estrangeiro. Bertrand Brasil, tradução de Clóvis Marques, 490 páginas, R$ 58,00, mdireto@record.com.br.

e palavras...

Estou em crise, rezem por mim!
Tenho passado por crises, como vocês. Normal, né? Mesmo para mim, o todo poderoso-poderoso criador do Universo. Me dá um Rivotril. As pessoas e o planeta andam, para variar, tumultuados. Tem horas que quero ir para Marte, para a Lua ou para o Uruguai. Contudo, vou levando, mantendo o bom humor. Sempre fui bem-humorado, ao contrário da maioria de vocês, pobres mortais, que vivem mais pensando, encucando e refletindo do que rindo, o que é  pena. Tem horas que já não sei quem sou, de onde vim e para onde vou, tipo vocês. Sei lá se tenho personalidade múltipla. Sou complexo, isso não posso negar, tenho infinitas nuances. Sou muitos, demais, mas sou um. Mas e quem foi que disse que precisamos de respostas definitivas para estas e outras perguntas? Filosofar sempre foi mais perguntar do que responder. Isso até para graves filósofos alemães, com suas profundidades abissais e para palavreantes, pós-modernos filósofos franceses, com seus lindos castelos de palavras. Nenhuma novidade debaixo do sol, desde as cavernas, os egípcios, os gregos e os romanos. Mistérios sempre existiram. É bom assim. Mistério é existir quem pense no mistério, disse Fernando Pessoa, do alto dos mistérios da poesia. Ciência, arte, fé e tudo mais devem dar as mãos e dançar no baile holístico mundial. A parte está no todo, o todo está na parte. Cada um deve acreditar no que quiser, mas pegando leve com os outros. Uns até acreditam em nada, o que não deixa de ser uma crença. Uns acreditam em mim, o Criador, outros no tal big bang, mas aí as perguntas: quem veio primeiro? Quem me criou? Quem criou a pedra do big bang? Complicado, né? Vai saber! Melhor a paz, o humor, a saúde, dar um tempo. Ter muita esperança e incontáveis risos e sorrisos. Aqui, nos céus, sobretudo, sou um humor. Acredito em mim, em vocês e no mundo, apesar do que andam fazendo com os bichos, os macacos, as bananas, as florestas e as relações humanas. Não me arrependo do que criei em seis dias. Aprendi que eu, vocês e o mundo estão em permanente construção, uma obra em andamento, work in progress, se quiserem falar bonito, bem Nova Iorque. Ajudem-me, rezem por mim, não importa de qual religião vocês sejam ou se de nenhuma. Estamos na mesma barca globalizada. Não desce, D’Alessandro ! O Inter te ama. Ah, para descontrair, conto a velha piada do cunhado do Adão.  Na festa à fantasia, ele foi vestido de Adão. Mas, ao invés de usar a folha de parreira, ele usou uma baita folha de bananeira.... sabem como ele é, né? Queridos, fiquem comigo, estamos juntos. Vos abençôo, com muito amor e humor. Obrigado, Jaime por receber e passar a mensagem.

Lançamentos

  • Palimpsesto - Crônicas que velejam em marés, do engenheiro, administrador e escritor Luiz A. Rebouças dos Santos, com apresentação de Mário André Pacheco, traz belos textos e fotos sobre velejar, natureza, amigos, diálogos, cervejas, paisagens, mastaréus e muito mais. A leitura dá vontade de navegar por aí. Imprensa Livre, 180 páginas, www.imprensalivre.net.
  • O direito é todo seu - um guia jurídico para todas as fases da vida, da advogada e colunista jurídica Ana Cecília Parodi, fala de solteiros, companheiros, casados, contratos, heranças, herdeiros, decisões médicas, inventários e outros tópicos, com linguagem acessível e prática. Editora Saraiva, 320 páginas, www.editorasaraiva.com.br.
  • Agatha Christie - Mistérios dos anos 50 traz os romances policiais Aventura em Bagdá; Um destino ignorado; Punição para a inocência; O cavalo amarelo e um estudo sobre a genial autora, considerada a Rainha do Crime. Em vendas, ela só fica atrás da Bíblia e de Shakespeare. L&PM Editores, 696 páginas, www.lpm.com.br.
  • De Vargas aos militares: Autoritarismo e desenvolvimento econômico no Brasil, com organização de Luciano Aronne de Abreu e Helder Gordim de Oliveira, traz textos deles, de Bernardo Ricupero, Cássio Albernaz, Luiz Carlos dos P. Martins, Vera S. Cepêda e Bruno H. Biazetto sobre economia, política e administração. Edipucrs, 192 páginas, www.pucrs/edipucrs.

E versos

"Make it new

um ano só se torna novo 

se feito com o desejo

da sempre revolta,

de partir do zero,

recriar-se como ovo,

se criado com a coragem

de quem não se importa

em refazer a viagem,

abandonar todo conforto

se fruto da necessidade

de recriar-se sem volta

aventurar verdades

sem mapa nem porto

necessidade, coragem, desejo:

um ano só se torna novo

sem medo."

Frederico Barbosa em Poesia Reunida, Iluminuras, www.iluminuras.com.br 
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