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Coluna

- Publicada em 21 de Setembro de 2012 às 00:00

Reedições de Hermann Hesse


Jornal do Comércio
Hermann Hesse (1877-1962) nasceu na Alemanha e, em 1923, naturalizou-se suíço. Contista, poeta, ensaísta e editor de importantes obras da literatura alemã, Hesse foi um adversário declarado do nazismo e escreveu artigos contra o sistema. Ele manteve-se fiel às tradições literárias românticas e clássicas e escreveu obras fundamentais como O jogo das contas de vidro, O lobo da estepe, Sidarta e Demian, que acabam de ser lançados em edições de bolso pela Editora BestBolso. O autor recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1946. No Brasil, Hesse ficou esquecido por algum tempo, mas nas décadas de 1960 e 1970 - especialmente leitores jovens, da geração hippie, se interessaram por suas obras e sucessivas edições foram impressas, especialmente de Sidarta, que é um pequeno romance sobre a busca pela sabedoria. Inspirado na vida de Siddartha Gautama, fundador do budismo, a narrativa tomou por base a viagem que Hesse fez em 1911 para a Índia e o amor e a sensibilidade pela religião, crença e filosofia orientais. O jovem Sidarta abandonou a confortável vida doméstica para sair pelo mundo à procura de plenitude espiritual. Já em O jogo das contas de vidro, romance futurista, é narrada a trajetória de uma comunidade mítica, no século XXIII, em Castália, onde intelectuais se deleitam na prática de uma atividade lúdica complexa e requintada que define os valores da sociedade: o jogo das contas de vidro, os avelórios. Em O lobo da estepe, o protagonista Harry Haller - um intelectual de 50 anos -, tenta equilibrar problemas sociais e individuais e administrar sua personalidade ambivalente estilhaçada. A narrativa tem profunda influência da psicanálise. Demian mostra um jovem atormentado pela falta de respostas às suas questões sobre o mundo. Emil Sinclair, o jovem inquieto, ao conhecer Demian, um colega de classe precoce e carismático, se rebela contra as convenções de seu tempo e embarca em uma jornada de descobertas. A natureza humana, com suas contradições e dualidades, mais a influência do psicanalista Carl Jung, marcam o texto. Com boas traduções de Ivo Barroso, Herbert Caro, Lavínia Abranches Viotti e Flávio Vieira de Souza, textos integrais e cuidados editoriais, estas edições pocket, com preços convidativos, mostram que Hesse permanece pela relevância e perenidade dos temas e pela forma clara, elegante e sedutora que utilizava.
Hermann Hesse (1877-1962) nasceu na Alemanha e, em 1923, naturalizou-se suíço. Contista, poeta, ensaísta e editor de importantes obras da literatura alemã, Hesse foi um adversário declarado do nazismo e escreveu artigos contra o sistema. Ele manteve-se fiel às tradições literárias românticas e clássicas e escreveu obras fundamentais como O jogo das contas de vidro, O lobo da estepe, Sidarta e Demian, que acabam de ser lançados em edições de bolso pela Editora BestBolso. O autor recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1946. No Brasil, Hesse ficou esquecido por algum tempo, mas nas décadas de 1960 e 1970 - especialmente leitores jovens, da geração hippie, se interessaram por suas obras e sucessivas edições foram impressas, especialmente de Sidarta, que é um pequeno romance sobre a busca pela sabedoria. Inspirado na vida de Siddartha Gautama, fundador do budismo, a narrativa tomou por base a viagem que Hesse fez em 1911 para a Índia e o amor e a sensibilidade pela religião, crença e filosofia orientais. O jovem Sidarta abandonou a confortável vida doméstica para sair pelo mundo à procura de plenitude espiritual. Já em O jogo das contas de vidro, romance futurista, é narrada a trajetória de uma comunidade mítica, no século XXIII, em Castália, onde intelectuais se deleitam na prática de uma atividade lúdica complexa e requintada que define os valores da sociedade: o jogo das contas de vidro, os avelórios. Em O lobo da estepe, o protagonista Harry Haller - um intelectual de 50 anos -, tenta equilibrar problemas sociais e individuais e administrar sua personalidade ambivalente estilhaçada. A narrativa tem profunda influência da psicanálise. Demian mostra um jovem atormentado pela falta de respostas às suas questões sobre o mundo. Emil Sinclair, o jovem inquieto, ao conhecer Demian, um colega de classe precoce e carismático, se rebela contra as convenções de seu tempo e embarca em uma jornada de descobertas. A natureza humana, com suas contradições e dualidades, mais a influência do psicanalista Carl Jung, marcam o texto. Com boas traduções de Ivo Barroso, Herbert Caro, Lavínia Abranches Viotti e Flávio Vieira de Souza, textos integrais e cuidados editoriais, estas edições pocket, com preços convidativos, mostram que Hesse permanece pela relevância e perenidade dos temas e pela forma clara, elegante e sedutora que utilizava.

Lançamentos

  • A história da China Popular no século XX, do chinês Shu Sheng, mestre em Economia e doutor em História pela Universidade Federal Fluminense, edição de bolso, fala do Movimento das Cem Flores, do Grande Salto para Frente e da Revolução Cultural, entre outros grandes acontecimentos. FGV Editora, 204 páginas, www.fgv.br/editora.
  • A décima segunda profecia - A hora da decisão, de James Redfield, autor do best-seller A profecia celestina, trata do fim do calendário Maia, em 21 de dezembro de 2012. Mescla conflitos atuais, vésperas de teorias sobre o destino do mundo, espiritualidade, religiões, ficção e mistério. Editora Novo Conceito, 286 páginas, www.editoranovoconceito.com.br
  • Dizer é morrer - A vergonha, de Boris Cyrulnik, neuropsiquiatra e chefe da “clínica de apego” da Universidade de Toulon, mostra uma nova face da vergonha, inédita, comovente e profunda, que auxilia a superar a culpa e recuperar força, orgulho e liberdade, mediante os canais de expressão adequados. WMFmartinsfontes, 198  páginas, www.wmfmartinsfontes.com.br.
  • As feridas de um leitor, do jornalista, crítico literário e escritor José Castello, reúne artigos publicados na imprensa de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, mais algumas conferências. A crônica, um gênero brasileiro: a fúria de Noll e o escritor Valter Hugo Mãe são alguns dos temas. Bertrand Brasil, 278 páginas, mdireto@record.com.br.

e palavras...

Essa tal família
Nos tempos dos almoções de domingo, gerações se encontravam e se dizia que a família era a célula-mater da sociedade, a base de muita coisa boa e tal. Tinha os que diziam - e dizem - que família é assunto impróprio para menores, que família é bonito em álbum de retratos e alguns gringos dizem que parente é serpente. Esses tempos vi uma definição moderninha (ainda?) de família: é um grupo de pessoas, que, às vezes, dorme debaixo do mesmo teto. Olha só, o IBGE informa: a formação familiar clássica - “casal com filhos” -, deixou de ser maioria no Brasil. Outros tipos de família: casal sem filhos, pessoas morando sozinhas, três gerações sob o mesmo teto, mães sozinhas com filhos, pais sozinhos com filhos, casais gays, amigos morando juntos, netos com avós, irmãos e irmãs. Famílias “mosaico” (os meus, os teus, os nossos) estão com 50,1%, e as famílias “clássicas”, com 49,9%. Menos fecundidade, mais renda feminina e outros fatores contribuem para o fato. Casais sem filhos, tipo “dinks” (sigla em inglês para dupla renda), já somam dois milhões e aumentam. Os lares brasileiros, definitivamente, mudaram. Tem quem sinta saudades das grandes famílias, com vovô e vovó, pais, filhos, netos, macarrão, galinha assada, salada de batata, creme de leite com ameixas pretas, churrasco e coisas do gênero. Outros preferem a modernidade, mesmo com a solidão, o individualismo e com os contatos, muitas vezes, via meios eletrônicos. Cedo para maiores conclusões. Em alguns lares norte-americanos, até usam o “cocooning”, que é colocar todos computadores e monitores na sala, para unir  os integrantes da tribo. Sei lá se eles, mesmo assim, não ficam se comunicando por e-mail. Novos conceitos, novas formações e liberdade são bem-vindos e tantas vezes são inevitáveis. Ao fim e ao cabo, da faca de serrinha dos domingos à noite, acho que o interessante é manter os laços possíveis, da maneira mais afetiva que der, com quem estiver ao alcance e, claro, dividir a inevitável tele-pizza, parte calabresa, parte portuguesa e parte margarita, enquanto o Fantástico toma conta do ambiente. Mais tarde a família pode assistir ao Manhattan Connection, algum filme ou, quem sabe, levar um papo sobre os pequenos grandes assuntos que realmente interessam. Falando nisso, esses dias encontrei uma amiga com o neto e com o vovô, numa praça. A cumprimentei com um beijo no rosto. Minutos depois, o menino, de dois anos, sentado no carrinho, me disse “dá um beijo no vovô”. Dei, claro, e um beijo no guri, também, que já sabe muito sobre família e afeto. Abraços e beijos para tutti quanti! De todos os tipos de famílias. (Jaime Cimenti)

e versos

Tão longe
Perdido de meus filhos
onde estou?
Espanha, França, Itália,
que estrangeira miragem
de tesouro de arte ou de paisagem
me trouxe de casa até aqui?
Veneza é um brilho de adagas que apunhalam
e  estremecem suas águas fantasmas;
as gôndolas negras são féretros abandonados
ao longo dos canais,
sonhos insepultos que desembocam
em antigas desilusões.
Mudo de cidade
desocupo hotéis
arrasto malas.
Saio correndo de dentro
e fico oco, perplexo, só:
Sou quem me fogem.
Fernando Fortes em De olho na morte e antes, Ateliê Editorial, www.atelie.com.br.
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