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Coluna

- Publicada em 14 de Setembro de 2012 às 00:00

O amor ao longo dos milênios


Jornal do Comércio
Nos dois volumes intitulados O livro do amor - Da pré-História à Renascença e O livro do amor - Do Iluminismo à atualidade, a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, depois de dedicar-se a pesquisas, cruzamentos entre o passado e o presente e reflexões sobre o tema, mostra como a experiência amorosa ocidental se modificou ao longo destes últimos milênios. Pesquisando e refletindo sobre o passado, a autora pretende auxiliar a compreender o amor na contemporaneidade. Desde a Pré-História até o século XXI, as vivências do amor e do sexo têm sido moldadas culturalmente. Dogmas religiosos, interesses políticos, aspectos morais, econômicos e sociais e paradigmas de vários tipos foram influenciando os comportamentos de homens e mulheres. Constantes mutações ocorreram. Se houve um período em que a participação masculina na procriação foi ignorada, haveria outro em que a certeza da paternidade faria dos homens senhores absolutos e, das mulheres, criaturas submissas e cativas em seus próprios lares. Durante a Antiguidade Clássica, por exemplo, os gregos entendiam o amor como distração ou aflição imposta pelos deuses, e a relação entre dois homens era vista como exercício de força e virtude. Na Idade Média surgia o cavalheirismo, a corte e a renúncia total ao corpo. Todavia, a repressão do desejo jamais se processa impunemente. Antes da revolução sexual promovida no século XX pelo surgimento da pílula e dos movimentos feminista e gay, milhares foram queimados em fogueiras pela associação do erotismo ao demônio. O namoro virtual na internet tem suas correspondências com épocas anteriores. Embates, repetições, fraqueza, força, virtude, pecado, glória ou perdição, liberdade ou posse, dissociados ou inseparáveis, vinculados ao casamento, à monogamia ou à infidelidade, sempre estiveram presentes nas relações humanas. Enfim, depois da longa viagem, Regina escreve, ao final, que cada época constrói suas experiências amorosas de modo diferente e revela como o amor se modificou em importância e qualidade ao longo dos tempos. Ela reflete que valores e crenças do passado ainda nos afetam, muitas vezes limitando nossas vidas. Mas também mostra que existe a opção de não repetir as experiências anteriores e buscar mais satisfação e prazer, com atitudes mais libertadoras. É uma questão de escolha, diz ela, depois de mapear milênios de história e de lançar um olhar corajoso sobre o velho tema. Best Seller, 364 páginas.
Nos dois volumes intitulados O livro do amor - Da pré-História à Renascença e O livro do amor - Do Iluminismo à atualidade, a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, depois de dedicar-se a pesquisas, cruzamentos entre o passado e o presente e reflexões sobre o tema, mostra como a experiência amorosa ocidental se modificou ao longo destes últimos milênios. Pesquisando e refletindo sobre o passado, a autora pretende auxiliar a compreender o amor na contemporaneidade. Desde a Pré-História até o século XXI, as vivências do amor e do sexo têm sido moldadas culturalmente. Dogmas religiosos, interesses políticos, aspectos morais, econômicos e sociais e paradigmas de vários tipos foram influenciando os comportamentos de homens e mulheres. Constantes mutações ocorreram. Se houve um período em que a participação masculina na procriação foi ignorada, haveria outro em que a certeza da paternidade faria dos homens senhores absolutos e, das mulheres, criaturas submissas e cativas em seus próprios lares. Durante a Antiguidade Clássica, por exemplo, os gregos entendiam o amor como distração ou aflição imposta pelos deuses, e a relação entre dois homens era vista como exercício de força e virtude. Na Idade Média surgia o cavalheirismo, a corte e a renúncia total ao corpo. Todavia, a repressão do desejo jamais se processa impunemente. Antes da revolução sexual promovida no século XX pelo surgimento da pílula e dos movimentos feminista e gay, milhares foram queimados em fogueiras pela associação do erotismo ao demônio. O namoro virtual na internet tem suas correspondências com épocas anteriores. Embates, repetições, fraqueza, força, virtude, pecado, glória ou perdição, liberdade ou posse, dissociados ou inseparáveis, vinculados ao casamento, à monogamia ou à infidelidade, sempre estiveram presentes nas relações humanas. Enfim, depois da longa viagem, Regina escreve, ao final, que cada época constrói suas experiências amorosas de modo diferente e revela como o amor se modificou em importância e qualidade ao longo dos tempos. Ela reflete que valores e crenças do passado ainda nos afetam, muitas vezes limitando nossas vidas. Mas também mostra que existe a opção de não repetir as experiências anteriores e buscar mais satisfação e prazer, com atitudes mais libertadoras. É uma questão de escolha, diz ela, depois de mapear milênios de história e de lançar um olhar corajoso sobre o velho tema. Best Seller, 364 páginas.

Lançamentos

O mestre me tocou, de Lorenço Otto Schorr, gaúcho de Lajeado, de nome espiritual Samvara, discípulo de Osho e atualmente discípulo do mestre norueguês Vasant Swaha, traz dezenas de textos sobre caminhos, mestres, técnicas, experiências e pessoas. A obra inspira a meditação, o autoconhecimento e a felicidade. AGE, 318 páginas, www.editoraage.com.br
As melhores lendas japonesas, de Carmen Seganfredo, organizadora de antologias de mitologias, lendas e sagas nórdicas, africanas e japonesas, apresenta a continuidade do livro As melhores histórias da mitologia japonesa. A rica e misteriosa cultura oriental, tão próxima e distante da nossa, é mostrada com talento e glossário ao final. Artes e Ofícios, 312 páginas, www.arteseofícios.com.br.
Lá sou amigo do rei, do jornalista Carlos Marques, que foi da revista Manchete dos tempos de glória, junto com Cony, Ruy Castro e Clarice Lispector, tem apresentação de Luiz Fernando Emediato e mostra as aventuras de um repórter aventureiro, em meio à ditadura militar, torturas e exílio em Paris. Geração Editorial, 268 páginas, www.geracaoeditorial.com.br.
Tributo a Moacyr Scliar, organizado pelas professoras Zilá Bernd, Maria Eunice Moreira e Ana Maria Lisboa de Mello, traz depoimentos e estudos críticos delas e de Jaime Ginzburg, Assis Brasil, Wremir Scliar e outros, além de cronologia da vida e da obra do escritor e um caderno de imagens. Edipucrs, 220 páginas, [email protected].

e palavras...

Perguntas, respostas, sonhos e vida
O genial escritor russo Leon Tolstoi (1828-1910) disse que você vai morrer e descobrir tudo - ou parar de perguntar. O grande professor e filósofo gaúcho Gerd Bornheim (1929-2002) que nasceu em Caxias do Sul, mas que, por suas qualidades, bem poderia ter nascido em Bento Gonçalves, ensinou que filosofar, acima de tudo, é perguntar. Esses tempos, perguntei a um intelectual dos grandes qual a pergunta ou quais as palavras que achava definitivas. “Continua a perguntar, sempre”, me respondeu ele, com uma cara, tipo assim, pós-moderna. O grande Jorge Luis Borges, pouco antes de morrer, instado por Lygia Fagundes Telles a deixar umas últimas palavras como legado, disse apenas: “os sonhos, Lygia,  não te esqueças dos sonhos”. Perguntas eternas, respostas precárias, sonhos definitivos e outras coisas encantam nossa rápida passagem pelo planeta. Sei lá qual o sentido último da vida. Como é que eu e a torcida do Barcelona vamos saber quem somos, de onde viemos e para onde vamos? Me poupem. Para mim, o sentido da vida é ela própria, e a gente poder ficar pensando nisso. Já dizia o Erico Verissimo que a vida tem sentido quando a gente sente que o tempo não está passando inutilmente. Desculpem as citações, estou meio livresco hoje - só hoje, tá? -, mas é que o tema permite, vai. Enfim, as pessoas, a vida e o mundo andam mais para surrealismo do que para teorema matemático. Ou não. Simples, complicado, ordem, caos, silêncio, ruído, sei lá. Melhor aceitar as pessoas e gostar delas ou tolerá-las do que tentar entendê-las e explicá-las. Melhor ter bom-humor, boas relações e prazer com os criadores, as criaturas e as criações e viver o agora. Perdão pela momentânea falta de originalidade, mas o passado já passou, o futuro sempre chega de madrugada, na manhã seguinte, ou não, incerto. Agora chove guasqueado lá fora, o tempo está enfarruscado com estes restos de inverno gaúcho, o vento nas esquinas está querendo nos dar uns bofetes e umas chicotadas e o frio está pedindo um fogo na lareira e uma bebida forte.  Esse momento pede que eu cumpra meu dever-prazer de cronista e que deixe, ao menos, uma abobrinhas, de preferência com algum tempero, para os ávidos ou inapetentes leitores. Está bem, está bem, outro dia ofereço um prato mais apimentado. Sabe como é, comida com condimentos fortes todo dia não dá mesmo e, principalmente, os pratos baianos. Fui. E sem mais perguntas, que crônica boa ou metida a boa não pode terminar com pergunta. (Jaime Cimenti)

e versos

Pegada
Sou folha no ar
não faço alarde
Grito uma vez
depois me calo
Voz de ninguém
tombo de orvalho
Sou fole de mar
eco de praia
Vento alto
na noite solar
Luz de nenhum
lugar
Sou louco luar
de torna-viagem
sopro mortal
silêncio amargo
Trouxe o bolso cheio de balas
Pólvora do coração ao largo
Volta, que eu entendi a rosa
Fica, antes que eu te estrague
Nei Duclós, em Partimos de manhã, Instituto Estadual do Livro, 2012
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